Rayla Evans
A sentença final é dada por Williams, o homem que pensei que conseguiria manipular facilmente. Ele era meu plano B, caso o plano A, de me tornar a senhora Smith não desse certo.
Um plano calculado meticulosamente para dar certo.
Williams era uma presa fácil e à primeira vista dócil. Não foi difícil seduzi-lo, tinha todas as garantias de que engravidaria naquele dia já que estava no meu dia mais fértil, segundo a ginecologista.
Sendo melhor amigo de Carlos, conhecia bem a nossa história e seria uma bela garantia de vida, caso fosse descoberta, como aconteceu.
O que não imaginei foi que Carlos exigiria um teste de paternidade ainda eu estando grávida.
Os meses de gravidez era minha garantia para tentar conseguir sua confiança e fazê-lo acreditar que o bebê era dele.
Mas ao ser arrastada até aquela clínica para fazer o maldito teste, não tive outra escolha a não ser fugir e recorrer, como já disse, ao meu plano B.
Tudo o que deixei para trás foi uma carta e espero que com ela, Carlos diminua o cerco dos seus capangas atrás de mim, porque se ele me pegar será com certeza o meu fim.
Mais algo no meu plano B deu errado.
Não contava com Williams sendo totalmente o oposto do que pensava. Ele é tão louco quanto Carlos e aquela maldita família, mas, pelo menos, nas mãos dele tenho certeza de que não vou morrer.
— O seu silêncio me faz ter certeza de que deve estrar tramando mais uma das suas artimanhas, sua maldita.
Essa será a minha vida de agora em diante, vou ter que aguentar um homem que me odeia para salvar minha vida.
— Fico feliz em saber o quanto aprecia a companhia da mãe do seu filho. Agora diga para onde estamos indo.
Ele me joga dentro do carro logo após me ameaçar e sai em alta velocidade.
— Estamos indo para a minha casa, o único lugar que Carlos não irá procurá-la.
Isso, sim, me surpreende.
— Achei que tentaria me tirar do país ou da cidade, Carlos está louco querendo o meu sangue.
Ele dá uma risada debochada que me irrita.
— Quem está querendo seu sangue, sou eu. Carlos está querendo mesmo é a sua alma.
— Vocês são todos um bando de loucos. Você e a maldita família Smith.
— E era justamente lá que você queria se enfiar, enganando ao Carlos e a mim, tudo isso por dinheiro e o status que a família Smith daria a você.
Fico calada porque não tenho o que responder, afinal era justamente isso que queria.
Desde a primeira vez que coloquei meus olhos em Carlos Smith, me apaixonei por ele perdidamente. Eu o queria mais que tudo, era como se meu corpo pegasse fogo toda vez que ele se aproximava de mim.
Não demorou muito para que conseguisse engatar em um caso com ele, o problema era que não havia exclusividade por parte dele. Carlos não me levava a sério e sempre tinha outras em sua cama, o que me deixava furiosa já que o queria só para mim.
Tudo piorou quando Olivia entrou em sua vida, arrancando qualquer possibilidade de ter aquele homem somente para mim, já que o i****a só tinha olhos para ela. Sem nem pensar duas vezes, ele me largou sem qualquer remorso, me deixando completamente arrasada.
— Chegamos.
Williams me tira dos meus pensamentos, anunciando que chegamos à sua casa.
Ao descer do carro, fico impressionada com a belíssima mansão a minha frente.
— Mas, como...
— Como disse, você não me conhece nem um pouco.
Ele caminha na minha direção, me segura pelo braço e entra comigo dentro da majestosa casa.
Ao passarmos pela porta, somos recebidos por uma senhora muito educada que parece ter um respeito imenso por seu patrão. Então, mais uma vez me pergunto, quem é esse homem que eu achava que conhecia?
Williams troca rápidas palavras com ela e logo me arrasta escada acima. Em momento nenhum larga meu braço, como se tivesse medo de que eu fosse fugir.
Paramos em frente a uma porta e ao abri-la, ele me joga dentro, quase me fazendo cair.
— Você ficará aqui, nesse quarto, sem poder sair para nada. Suas refeições serão feitas dentro desse cômodo e nada de gracinhas. Tenha certeza de que para cada desobediência sua, terá uma consequência. Não me obrigue a perder a paciência com você novamente, pois, pode não gostar do que vai ver.
Se ele quer me assustar, conseguiu.
Ele é um cretino de merda como qualquer outro homem desse meio nojento, ao qual ele faz parte e que estava louca para entrar.
— Vai me deixar trancada aqui até quando?
— Até eu conseguir amenizar a merda e o caos que você deixou a vida do Carlos. Ele está desesperado atrás da Olivia. Não posso sair da cidade até as coisas se acalmarem um pouco.
— Você vai deixar a cidade? Mas eu pensava que...
— Pensou errado.
Williams se aproxima e tento dar um passo para trás, mas não consigo já que ele me segura pela nuca. Ele puxa meu cabelo, encostando bem seu rosto no meu, me fazendo sentir sua respiração pesada, cheia de ódio.
— Achava o quê? Achava que te tiraria da cidade e te deixaria viver livre e feliz em outro lugar, só porque carrega meu filho?
Engulo em seco porque era exatamente o que queria, que ele me tirasse da cidade e aparecesse uma vez por ano para visitar o filho.
Ele parece adivinhar meus pensamentos...
Williams me joga em cima da cama e começa a rir de mim, me fazendo sentir uma raiva descomunal por não estar mais com a situação sob controle, como achei que estaria.
— Eu te achava muito inteligente, mas agora estou vendo que além de ser muito burra é ingênua. Nunca vou te deixar com meu filho. Vou pensar bem qual destino vou te dar depois que ele nascer. — Dá um sorriso debochado e sai do quarto, trancando a porta sem nem mesmo olhar para trás.
Me encolho na cama e observo o quarto extremamente luxuoso. A cama macia e os lençóis de seda me acolhem, me fazendo refletir na merda em que transformei minha vida. Quis dar o golpe da barriga em Carlos e ao fugir das mãos dele, talvez tenha acabado caindo em mãos muito piores.
Agora me pergunto, onde estava com a cabeça quando fiz tudo isso?
Eu não pensei direito.
Repassei o plano na minha mente várias e várias vezes e tinha tudo para dar certo, mas as coisas saíram do meu controle. Agora, estou completamente à mercê de Williams e ainda por cima grávida.
"Grávida..."
A palavra ecoa pela minha mente.
A única alegria que senti ao ler POSITIVO no exame de gravidez foi que finalmente conseguiria o que tanto queria, mas agora as coisas mudaram drasticamente.
Nunca tive o sonho de ser mãe, carregar um bebê, acordar de madrugada e limpar fraldas sujas.
Eu não nasci para isso.
Essa função ficaria para as babas que contrataria para manter esse bebê o mais longe possível de mim.
Essa gravidez tinha apenas um único objetivo que não pôde ser alcançado, mas que agora vou usá-la para salvar minha vida.
Williams não teria coragem de me fazer m*l estando grávida, ou teria?