Capítulo 6 — Sentimentos embaralhados

1688 Words
Leonardo Tive que viajar antes do previsto após uma ligação da Srta. Watson, ela queria ter uma reunião o quanto antes com todos os membros que estavam associados a sua empresa. Antes de embarcar, Soley estava me ligando e ela nunca ligava quando não era algo sério. Ligação Ativa — Sou eu, Mel. Léo, Marcelus acabou de acordar e antes que você soubesse de última hora eu resolvi te avisar. Soley acabou de sair daqui e deixou a bolsa dela no carro. — Poxa, isso é uma ótima notícia. Que pena que não poderei ir aí, estou embarcando para Los Angeles. — Lamentei com um aperto no peito. — Soley quer falar com você! — No momento seguinte ouvi a voz de Soley um tanto cansada. — Achei que só fosse daqui a dois dias. — Do que faria diferença? Ele acordaria e você iria correndo se jogar nos braços dele, estou mentindo? — Não é bem assim, Leonardo. Eu… — Seja feliz, Soley. Eu irei fazer o mesmo, ou pelo menos tentar. Adeus. Ligação Inativa Eu não queria ser rude com ela, mas eu cansei de sempre estar em último plano, ela fez a escolha dela e não sou eu. Tentei pensar positivo e que tudo iria dar certo. Não demorou muito para que o avião decolasse e dentre algumas horas eu estarei com várias pessoas importantes, não posso colocar tudo a perder por um amor que não me quer. (...) — Srta. Watson, que prazer em revê-la. — A senhora de cabelos grisalhos me abraçou e segurou meu rosto com um certo brilho no olhar. — O prazer é todo meu em poder vê-lo sempre que posso. Como anda a vida, jovem rapaz? Ela era uma das poucas pessoas com quem eu dividia os sentimentos quando o assunto era Soley. Pelo tanto que eu já falei sobre Soley a ela, ela já detesta ela com todas as forças e torce para que eu eu encontre alguém que me queira, segundo ela, tem uma sobrinha perfeita para isso, a Srta. Milley. — Meus sentimentos andam tristes, mas que o tempo não cure. — Aceita jantar comigo hoje a noite? Minha sobrinha chegará em duas horas e quero apresentar vocês dois. Ela será a herdeira de tudo que é meu, então, posso contar com a sua ajuda para ensinar o que for preciso a ela? — Claro! Pode contar comigo para o que precisar. Estarei pronto às oito. — Me despedi dela, peguei um táxi e fui até o hotel onde eu iria me hospedar enquanto estiver aqui. Soley Avisei a família de Marcelus que ele havia acordado e Joeli estava vindo para cá, porém, ela não arcava com nada, já que era a favor do desligamento das máquinas que o mantinha vivo. Algumas horas depois ela chegou com a sua outra filha, uma mulher linda e fútil. Meus sentimentos estavam confusos, eu estava cansada e pensando em como será de agora em diante, não deixando de lado o fato da tal Katarina existir. Perdi mais um dia de trabalho e para a minha sorte, hoje irei encontrar com o Edgar, assim esqueço um pouco dos meus problemas. Amélia já estava em casa quando eu cheguei, agora ela e Yan moram comigo, a mãe dela é terrivelmente detestável e tem todo o meu ódio para si. — Boa noite, como vai o meu filho? — Pergunto a vendo sair do quarto e pedindo silêncio. — Está um pouco febril, hoje a professora disse que ele passou a manhã toda sonolento. — Amélia sentou ao meu lado e deu um longo suspiro, eu sei o quão cansada ela está, eu também. Queria poder ajudá-la mais, quem sabe ter o nosso próprio negócio para poder ficar mais perto do Yan. — Quer que eu leve ele ao médico? Você descansa um pouco, eu estou bem. — Hoje eu estava bem cansada, porém sem beber nenhuma gota de álcool. Escolha? Não, falta de tempo mesmo. — Vou dar remédio, se ele não melhorar nós duas vamos. Pode ser? Vai descansar também que hoje o dia foi longo… — É… como foi. — Apoiei minha cabeça em seu ombro e suspirei, deixando meu corpo todo relaxado. — Às oito horas irei sair, volto antes das duas. As coisas agora irão mudar um pouco. Amélia sabia de tudo, mas não sabia do Edgar, nem sonhava com isso. Eu saia a hora que eu queria e voltava a hora que eu bem quisesse, mas agora é diferente, terei que dizer aonde vou, não que eu achei r**m, depois teria que dizer a ela mesmo. — Tudo bem! Você falou com Leonardo depois daquela hora? — Não. Ele não quer saber de mim e assim é melhor. Não quero estragar a vida dele, assim como fiz com a minha. Ele merece alguém que o ame de verdade. — E você ama ele de mentira, Soley? — Claro que não, por isso mesmo não quero que ele se machuque ao meu lado. Eu sempre soube que seria um estrago na vida Leonardo se me envolvesse com ele pra valer. Pra mim a vida não tinha mais sentido desde meus 15 anos, quando perdi meus pais então passei a morar com a minha tia, que era alcoólatra e então nós duas fazíamos companhia uma para a outra. Eu bebia para tentar amenizar a dor da saudade e ela um ex amor que a deixou por outra. Ela era uma boa pessoa, uma tia maravilhosa, mas se foi quando eu tinha 17 anos, alguns meses depois eu já era maior de idade e comecei a me virar. Amélia sempre foi minha amiga e me ajudava com algumas marmitas, Leonardo me ajudava com o aluguel e quando os mantimentos faltava, mas não demorei para conseguir um emprego e consegui me controlar. — Soley. — Amélia segurava meu rosto, enxugando a lágrima que insistia em cair em meio a minha dor interna. — Eu estou ao seu lado independente do que queria, mas já está na hora de você ter mais maturidade. Você sabe que as pessoas podem mudar, porque acha que você não? Não que eu ache que tenha algo de errado com você, jamais. Apenas precisa parar de beber e deixar Marcelus de lado, já que nem de você ele lembra mais. — Eu sou o erro, Amélia. Leonardo está realizando todos os sonhos que ele tinha, acha mesmo que eu vou estragar isso fazendo ele ficar comigo? Nem pensar. — Está sendo egoísta. Por que não pensa na hipótese de vocês poderem construir seus sonhos juntos? — Porque a vida não é um conto de fadas, Amélia. As pessoas enlouquecem quando estão apaixonadas, não vê o que minha vida se tornou por causa de uma paixão i****a que eu tive? Agora me encontro presa a isso porque a vontade de saber a verdade é maior que a minha vontade de ir embora. — Você pode fazer isso. Não precisa ficar se mantendo escrava de um homem que não lhe dava a mínima. Ele está em coma e você está aqui, se acabando por causa de um cara i****a feito o Marcelus. Com um Leonardo a sua disposição e você o rejeitando. Quero ver o que vai fazer quando perder ele. Fala que não sentirá falta porque ele sempre esteve presente, mas uma hora as coisas mudam. — Você é chata, em? — Ela estava séria. — Mas e aí, como foi seu dia? — Uma porcaria. Não suporto mais aquele ambiente, não suporto mais aquelas pessoas tóxicas. E sinceramente, meu dia foi pior depois que eu vi John com aquelazinha. — Quando o assunto é o John, não tem como ficar sóbria. — Peguei uma garrafa de vinho, abri e servir nós duas. — Agora pode desabafar… Amélia era louca, apaixonada de corpo e alma no John, não importa o quando ela negasse, era visível isso. Quando Edgar me ligou eu já estava pronta, decidi deixar a família de Marcelus com ele hoje, não suporto ver a cara de Joeli, ela me dá ânsia. — Está bela, como sempre. — Edgar falava enquanto passava suas mãos enormes em minhas coxas. — Quero conversar sobre algo sério com você, mas não precisa ser agora. Edgar era um homem super, hiper, mega atraente e eu amava sair com ele. Ele me respeitava, entendia minhas dores e sabia como me consolar. — Se for algo sério pode falar agora, melhor antes que nunca. — Sorri, passei a mão em seu cavanhaque e lhe dei um beijo. — Sabe que não há segredos entre nós dois. Havia segredos e muito. Edgar não sabia que eu era noiva e tinha a vida que eu tinha. Pra ele, eu era uma mulher que morava com os pais e trabalhava como garçonete em um restaurante chique. Não menti, ele nunca me perguntava nada e sempre chegava às suas conclusões sozinho, eu apenas concordava com o que ele dizia com tanta convicção. — Quero pedir sua mão, Soley. Não acho justo nós dois continuar desse jeito. Eu gosto de você, você gosta de mim e… creio que não ligue para opiniões alheias. Eu jamais iria me importar em assumir você, somos maiores de idade então, está tudo bem. — Meu espírito saiu do corpo e eu não tive palavras para responder tal pedido. Estava pasmem, embasado e com os olhos vidrados na janela do carro. — E-eu não quero um relacionamento sério, não agora. Adoro esse lance que nós temos, mas não vá confundir as coisas. Quando se envolveu comigo sabe que foi somente pelo prazer e dinheiro. A gente transa, você me paga e seguimos rumos diferentes. — Eu posso lhe dar uma vida de rainha, Soley. Tiro você da prostituição e assumo como minha mulher ou como você preferir. — Não, obrigada Edgar, mas não confunda as coisas. "Prostituta" essa era eu nas noites que passava com o Edgar, uma mulher que estava ali apenas pelo dinheiro e que já estava arrependida de ter entrado nessa e louca pra sair. Fomos ao hotel que sempre íamos e tivemos uma noite como as outras.
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