Capítulo 7 — Conhecendo Amélia

1790 Words
Leonardo — Faço questão em tê-lo no jantar que terá hoje às 20hrs. — Srta. Watson sorriu gentilmente, enquanto me olhava de cima para baixo. — Será um prazer! — Me despedi das duas e fui para o meu quarto. Minha vontade era ligar para Soley, mas me limitei em fazer tal coisas desde que Marcelus acordou. Tenho que colocar de uma vez por todas em minha mente que não sou eu o amor dela e jamais serei, não posso ficar me ofendendo a ela pelo resto da minha vida. Enfim, eu vim a negócios e não acho justo não curtir um pouco tudo isso. As coisas estão bem corridas e quando pisquei já eram quase oito horas. Tomei um banho rápido e fui até a casa da Srta. Watson. — Boa noite meu querido, sinta-se á vontade. Espero que não tenha atrapalhado seus planos para hoje. — De forma alguma, afinal, eu vim a trabalho e é isso que eu farei, mas já que estou aqui, não vejo porque não aproveitar um pouco desse belo lugar. — Está pensando de forma certa. Enfim… como vai sua vida amorosa? Vejo que anda bem aflito ultimamente, problemas com a namorada? — É uma coisa complicada! — Franzi o cenho e ela sorriu. Milley estava descendo as escadas silenciosamente, me surpreendi ao ver o quão bela ela estava. Meu corpo sentiu uma coisa diferente, como se ela mexesse com meus sentidos e isso não era algo r**m, era apenas algo novo. — Boa noite, espero que não tenha me atrasado muito, acabei me perdendo em meus pensamentos enquanto estava no banho. — Não se preocupe minha querida, Leonardo acabou de chegar. Milley usava um vestido de seda quase transparente, o que permitia ver que os b***s dos seus s***s estavam durinhos. (...) Watson já estava bêbada com duas taças de vinho, enquanto sua sobrinha estava bebendo pouco, assim como eu. — Então, o que você faz quando não está aqui? — Sua voz doce era gostosa de ouvir. — Eu trabalho em uma empresa de IA, mas atualmente estou atrás de novas oportunidades. E você, suponho que esteja aqui apenas a trabalho também! — Eu não. Estou aqui porque minha tia foi me buscar para ser sua herdeira, ela está querendo se aposentar por problema de saúde e quer que eu fique responsável por tudo que ela tem. Mas, eu não acho que vou me sair bem nisso. — Acha que não vai se sair bem como herdeira? — Perguntei arrancando sorrisos dela. — Não é isso, eu era modelo antes de aceitar a proposta dela e não sei se vou me sair bem. Ela sempre teve o controle das empresas na palma da mão. Será muita coisa para aprender e eu não tenho muita cabeça pra isso. — Tenho certeza que vai se dar bem. Com o passar do tempo você vai estar tocando isso aqui como se estivesse nascido para isso. — Eu espero que assim seja, acho que você vai me ajudar nisso. Afinal, você e minha tia não são sócios? — É algo que não está firmado ainda, mas eu vou pensar melhor nisso a partir de hoje. — Será um prazer trabalhar com você. Homens respeitosos hoje em dia está difícil, eu gostei de conhecer você. Espero que possamos ter mais momentos juntos. — Amanhã podemos passear durante a tarde, após a reunião. — Milley era gentil, uma mulher que enchia os olhos de qualquer pessoa, até mesmo os meus. Após uma boa conversa com Milley, eu me despedi das duas e fui para o hotel. Embora ela seja uma bela mulher, meus pensamentos ainda insistiam em pensar na Soley, mas ela tem o Marcelus e por mais que possamos ser amigos, eu não quero mais ser tão próximo a ela, isso está me machucando. Alguns dias depois… Soley Desde que Marcelus acordou, muitas coisas aconteceram e eu não sei ao certo o que é certo ou não. Já não confio mais nele como antes e hoje eu fiquei sem ação alguma, quando uma mulher bateu na porta do meu apartamento com uma criança dizendo que ela filho de Marcelus, não posso negar que seja verdade, porque o menino é muito parecido com ele, então, a única saída que eu tive foi consultar Joeli, ela sempre soube das sacanagens do filho. Lá estava eu, esperando o meu horário de almoço para ir até o escritório de Joeli, mas quando cheguei na empresa ela estava em uma reunião e nem mesmo que eu perca o dia de trabalho irei falar com ela. Uma hora e meia depois, a sua secretária me mandou entrar. — A conversa é curta e direta. — Sentei na cadeira que estava à frente da sua mesa e cruzei os braços, tentando ser forte. — É verdade que Marcelus tem um filho? E para minha surpresa, isso não foi surpresa alguma para Joeli que sorriu ao ver minha cara de desgosto. — Então, você não sabia? Eu achei que o acidente aconteceu por causa desta conversa que estamos tendo agora. — Eu fui a única i****a que não sabia de nada esses anos todo? Como você pôde mentir para mim desse jeito? — As lágrimas foram algo inevitável, eu não as controlo e meu defeito é ser muito emotiva em relação a elas. — Você nunca me perguntou nada sobre isso, achei que já soubessem. Quando Marcelus pegou a estrada naquele dia, ele estava disposto a lhe contar toda a verdade sobre a nova família que ele construiu mesmo estando com você. Você é burra, Soley. Foi b***a demais quando acreditou que ele poderia mudar, você já conhecia bem a sua fama e eu não esperava essa reação tão surpresa da sua parte. Precisa saber de algo mais? — Por enquanto isso é o suficiente! — Então, por favor. — Ela levantou e abriu a porta. — Eu tenho assuntos mais importantes para tratar agora, você já tomou o suficiente do meu tempo. Eu poderia sair magoada dali? Poderia, mas não o fiz. Estiquei o braço e desferi um tapa contra o rosto de Joeli, ela merecia mais que aquilo, mas eu não queria ser presa, não agora. Sair depressa para que ninguém mais me visse e encontrei Amélia almoçando em um restaurante próximo, mas me limitei em conversa com ela e fui para casa e ela voltou para o hospital. Eu tinha muitas perguntas a fazer a Marcelus, mas não queria olhar em sua cara nem tão cedo. O anel que eu ainda usava, dei a uma senhora que estava reciclando papéis, só depois eu pensei em vendê-lo, mas já era tarde. Ligação Ativa — Minha Sol, será que podemos nos ver hoje? Estou sentindo a sua falta. — Era Edgar, por mais que eu não quisesse mais fazer isso, t*****r por dinheiro, eu estava exatamente fazendo isso apenas pelo prazer e nada mais. — Claro, encontro você às oito no mesmo lugar. — Eu pensei em levá-la a um lugar especial hoje, gostaria de lhe oferecer coisas boas além das nossas noites de amor. — Você já me oferece o suficiente, Edgar e não esqueça do que eu já lhe disse: nada passa de sexo. Ligação Inativa Eu estava disposta a ter relações com ele apenas essa noite e pôr um fim nisso tudo. Marcelus já não é mais um fardo meu, agora que acordou poderá muito bem vender suas empresas para custear sua saúde. Com os pés apoiados na cabeceira da cama, eu pensava em como eu iria reagir de hoje em diante. Não foram apenas dias ou meses me doando e fazendo sacrifícios para vê-lo bem, foram anos que custou a minha saúde mental. As dores duplas de Whisky era a única coisa que me faziam parar de pensar um pouco na vida e enfrentar o mundo de forma divertida. Eu não estava afim de ir até Edgar, então ele veio até mim, me surpreendendo com um buquê de flores brancas e um sorriso no rosto, enquanto eu estava descabelada e com a cara inchada de tanto chorar. Edgar Ver Soley naquela situação me doeu. Seu apartamento tinha várias coisas quebradas e ela bêbada, já não estava mais associando o pensamento à fala. — Vamos entrar. — Segurei sua mão e a puxei para dentro, fechando a porta e limpando seu rosto que estava cortado, supostamente foi por um caco de vidro. — O que você veio fazer aqui? Eu te disse que iria até você hoje e… — Você não foi, já são quase dez horas da noite e olha só você, que situação drástica, Soley. — É, eu sei. Mas, o que você esperava de uma prostituta? Não é isso que você acha que eu sou? Pois bem, eu era noiva, Edgar. Eu saí com você apenas para conseguir dinheiro e hoje eu descobri que eu estava sendo traída, então não vejo mais porque sair com você. Você é um bacana que merece alguém que goste de você. — Em sua voz tinha dor e remorso, ela chorava enquanto sentava e escondia o rosto no meio das pernas. Eu poderia ficar chateado com isso e ir embora? Sim, mas em minha frente tinha uma mulher frágil e eu sabia lidar com ela, já nos conhecíamos há mais de dois anos e ela sabia de tudo sobre a minha vida, mas eu não sabia nada sobre ela e estava curioso com o que poderia estar por vir. — Eu não quero alguém que goste de mim, eu quero que você fique bem. Você é a pessoa mais frágil que eu já conheci. Agora levanta daí e vai tomar um banho, chorar só vai fazer você se sentir pior do que já está. Eu trouxe um vinho, podemos conversar sobre a vida e… — É sério que você não está com raiva de mim ou me odiando nesse momento? — Ela agora estava indignada com a minha reação e foi levantando o devagar até parar seus olhos nos meus. — Eu não tenho motivos para ter raiva de você. Eu sou um homem, Soley, não um moleque. Ela estava sem palavras e com vários arranhões pelo corpo. Enquanto ela estava no banho, uma amiga dela chegou e foi direto para o quarto, se apresentou como Amélia e segurava uma criança em seus braços, sua cara não estava nada boa, ela tinha olheiras e um cabelo bagunçado. — Soley não anda muito bem, me desculpe por isso. — Amélia veio com uma vassoura e um pano molhado para recolher os cacos de vidro. — Você mora com ela? — Sim, mas não somos namorada se é isso que está pensando. Somos apenas amigas e ela está me acolhendo aqui por enquanto.
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