Capítulo 1 — Exaustão
Soley
Após 12 horas de trabalho finalmente eu cheguei e pude descansar meu corpo. Me joguei sob a cama e a preguiça de levantar era enorme, mas uma ligação me fez pular da cama e reagir pra vida.
Ligação Ativa
— Senhorita Fleur, precisamos conversar! — A voz da mãe do Marcelus não estava com um tom de voz animado, sinto que vem coisa r**m por aí.
— Podemos nos falar depois? Eu acabei de chegar e irei tomar apenas um banho e depois vou para o hospital. — Disse sem ânimo do outro lado da linha.
— O assunto que eu tenho é de grande interesse seu. Bom, não posso mais custear os gastos de Marcelus, ele não está reagindo e…
— Ok! Daqui a pouco eu passo aí e a gente conversa melhor e você deixa isso mais caldo para mim, porque se for o que eu estou pensando…
Ligação Inativa
Eu sei o que Joeli vai me dizer, mas não estou com cabeça pra isso agora. m*l estou conseguindo me manter, não sei como vai se daqui pra frente.
(...)
— Amiga, quantas vezes eu vou ter que te dizer que você precisa se dar um tempo? Que a vida não é só trabalhar; beber e cuidar do seu noivo?
Sair com a Amélia era ótimo, ela é minha melhor amiga e mãe da pessoa que eu sempre amarei mais que tudo, Yan, meu afilhado.
— Eu sei, mas é que… não dá! Eu não consigo ficar longe do Marcelus, mesmo ele não me respondendo ou… — Tentava falar enquanto dirigia. Mas eu estava bêbada e com certa raiva de Joeli.
— Não é disso que estou falando, não estou dizendo que você tem que trair ele, mas ele não reage a quase 3 anos e você vai mesmo continuar fazendo até mesmo o que não pode para tê-lo?
— Sim Amélia, eu irei até o fim para ver ele acordar, pois eu não sou ninguém sem ele ao meu lado. Sabe quantas vezes ele me salvou da escuridão e do abismo dos meus pensamentos obscuros? Não sabe!
O fato dele estar em coma não me impede de amá-lo e mesmo que ele não acorde mais, eu preciso estar lá até o último momento, mas é um sentimento difícil de explicar. Já senti atração por vários homens mas, nunca tive coragem de ficar com nenhum deles.
— Você é quem sabe! Passa lá em casa, vamos pegar o Yan! — Eu não gostava de andar com meu afilhado quando estava bêbada ou nervosa, nesse momento eu sou os dois.
— Onde vai com ele? Sabe que não gosto quando ele me vê assim. Não vou andar com ele nesse estado, não vou pegar ele hoje.
— Soley, você quando não está mais vendo ele. Eu sei que não posso te obrigar e também não quero isso. Mas ele está sentindo sua falta. — Eu sei, eu vejo todas as mensagens que ele me envia, tropeçando nas palavras.
— Amanhã eu vou pegar ele e segunda você busca ele, tudo bem? — Amélia estava séria. Ela e John são bons pais, John é um cara legal e trata ela bem, isso é bom.
— Jura que vai fazer isso? — Ela ainda tinha lágrimas nos olhos, pois em poucas vezes eu fazia isso, dormia com ele para que ela pudesse se divertir um pouco com o marido, ela não tinha apoio de nenhum dos lados e quando eu estava me sentindo bem, sempre pegava o Yan. Ele me deixava muito feliz, era minha eterna fortaleza de fofura.
— Claro, você tá ficando insuportável, precisa se divertir um pouco e além disso estou com saudades do meu pequeno. Amanhã vamos sair, somente eu e ele.
— Eu te amo, sua p**a. Te amo muito! — Sua bolsa acertou meu braço e então eu segui para casa dela, mas não peguei Yan, deixei ela e fui até a casa de Joeli. Quero muito saber o que a minha querida sogra quer me dizer.
Leonardo
Soley era uma mulher muito atraente, mas nunca quis nada comigo por Marcelus ser meu amigo, mesmo antes que estivessem juntos ela escolheu a ele e não a mim. Não sinto receio por isso, afinal, eu ainda provei daquele mel que ela tem entre as pernas uma vez…
— Olha só, ela te chamou também! — Soley falava rindo e vindo em minha direção, achando de fechar a porta da casa de Joeli.
— É! Ela disse que é algo sério! — Disse com a voz grave e pigarreando olhando para frente, e lá estava ela, Joeli, a megera prateada.
— Adoro quando são pontuais, não vou prolongar pois tenho compromisso e pressa. Mas quero dizer que não posso mais ficar pagando nada com meu filho praticamente morto, é doloroso, eu sei. Mas não posso ficar dando uma de rica, eu e as irmãs dela concordamos em desligar os aparelhos e fazer uma homenagem do jeito que você achar melhor. — Após Joeli falar, Soley moveu a mão rápido e acertou seu rosto em cheio.
— Sua velha v***a, o que você pensa que é? Deus? Eu já lhe disse uma vez que segurava as pontas, se não ama seu filho e prefere essas biscates aí, a senhora pode se sentir livre e faça-me o favor, não o procure mais a partir de hoje! — Soley estava visivelmente irritada e pela sua cara já havia bebido hoje.
— Calma, eu estou ao seu lado. Vamos sair daqui. — Disse segurando sua mão e olhando para Joeli sem falar nenhuma palavra.
(...)
Soley teve que enfrentar muitas coisas até hoje, perdeu os pais aos 15 anos e aos 19 se envolveu com Marcelus que tinha 25. Hoje ambos já são adultos, há 3 anos atrás o casal sofreu um acidente, mas Soley saiu ilesa já o Marcelus nem tanto. Por isso ela se culpa o tempo inteiro, mas sabemos que não é sua culpa.
— Acho que precisa dar um tempo da bebida, não vai longe desse jeito! — Falava olhando em seu rosto que estava vermelho de choro. — Quer sair hoje?
— E o Marcelus?
— Amanhã nós vamos resolver isso de forma calma. Pode ser? Agora vamos espairecer um pouco em algum lugar que venda um bom gin.