Capítulo 4 — Uma tentação

1574 Words
Soley Estava quase adormecendo quando Leonardo interfonou, esse cara só pode louco, para sair de casa nesse frio. Deixei a garrafa de whisky no chão e fui até a porta, para atendê-lo. Amélia estava fazendo o nosso jantar, já que viu que pipoca não serviria de nada. — Olha só, que surpresa. — Disse olhando em seus olhos, tentando esconder minha cara, ele sempre descobria quando eu bebia e nem era pelo cheiro. — Bebendo novamente, Soley? Vim te pegar para irmos a uma balada, o que acha? — Sabe que não posso, Amélia está aqui e além disso eu estou mega cansada. Hoje foi um longo dia… — Eu não me importo que vá, sabe disso Sol. Leonardo veio aqui pra te buscar e se não quis sair comigo, pelo menos aceitei o convite dele. Já estava bebendo mesmo! — Amélia era direta, ela detestava quando eu bebia, não a julgo, mas não dou ouvidos a ela também. Ambos sempre estiveram presentes na minha vida. Leonardo, Amélia e Yan são minhas fortalezas, desde que Marcelus entregou no maldito coma que eu não sei mais o que é viver. Hoje não pude ir vê-lo, pois meu dia foi cheio de trabalhos e afins… — Eu sei que não, mas eu não tô legal pra sair hoje. Será que me entendem? — Perguntei indignada com a situação, eu detesto adulação, detesto que fiquem me empurrando para algo que eu não quero. — Tudo bem! Posso ficar aqui com vocês então? Podemos beber nós três juntos, ou será muito incômodo para você, Soley? — Fala direito, Léo. Sabe que eu não me importo de ter você por perto. — Leonardo sentou ao meu lado, no tapete em frente a TV. Mel estava falando com a mãe dela ao mesmo tempo em que mexia nas panelas, esse era o melhor de ter uma amiga que sabia cozinhar e bom. Leonardo pegou a garrafa de whisky que estava ao meu lado e bebeu um gole, sem copo, levando a garrafa direito até a boca. Eu também odiava quando alguém fazia isso e não bebia mais, ele sabia disso e sempre fazia também. — Acho que isso é forte demais para uma dama. Podemos beber um vinho ou cerveja, o que você preferir. — Ele diz tentando se desculpar do m*l-feito, sorrindo em seguida e me deixando irritada. — E eu quero que você vá se ferrar, qual é Léo, sabe que eu não gosto de cerveja e acho vinho doce demais, o que acaba sendo r**m, pois eu fico bêbada rápido. — E que tal se a gente não bebesse nada hoje? Podemos assistir um filme de romance ou qualquer outro. — Eu rir alto, pois romance nunca foi um gênero que Leonardo gostasse, na verdade, eu não via ele sendo tão gentil assim com ninguém, ele demorava ser mais um cara m*l e rude do que eu cara legal, como era quando estávamos a sós, ou com Amélia. — Eu não sei… — Disse fazendo um biquinho e vendo Leonardo beber mais um pouco do líquido. — O que você acha Mel? Uma boa ideia? Vamos assistir um romance mesmo? — Pergunto aos gritos, pois ela sempre se fez de surda. — Por mim tudo bem, tanto que me faça chorar. — Respondeu ela no mesmo tom. Enquanto Leonardo estava procurando um bom filme, fui até a cozinha ajudar Mel e a vi chorando, sem fazer barulho ou deixar transparecer alguma coisa. — O que houve? — Envolvi minhas mãos em suas costas e a abracei, mesmo que eu não fale muita coisa, ela sabe que eu sempre estarei aqui por ela e pra ela. Amélia Jamais andei tão cansada quanto estou ultimamente, minha mãe tem me cobrado a presença do pai do Yan e isso está acabando comigo, primeiro que; vivíamos um relacionamento saudável e somente com ajuda da Soley eu descobri que estava sendo traída, desde então, ele não procura mais o filho e a persistência do Yan perguntando por ele é enorme. Minha mãe estava me ligando para que eu fosse buscá-lo, pois ele não parava de chamar por mim. É cansativo, exaustivo e pra ser sincera eu estou mega cansada. — Preciso ir embora, Yan está me chamando e irritando a minha mãe. — Disse tentando segurar o choro, pois somente uma mãe sabe o que é exaustão e cansaço materno. — Vamos buscar ele e vocês dormem aqui hoje, assim a gente aproveita ainda mais a noite. Leonardo leva a gente. Fica tranquila. — Do que estão falando tão baixinho aí? — Leonardo surge com um largo sorriso, temos sorte de ter um homem desses ao nosso lado e ainda por cima a fim da Soley. — É a bruxa da mãe dela que não quer ficar com o neto, mas isso não é problema, você nos leva até a casa dela e a gente trás o pirralho. — Soley era sempre delicada com as palavras, ela e minha mãe se odiavam. Eu pagava minha mãe sempre que queria sair nos dias de semana, mas a pagava mensalmente. Por isso Soley ficava chateada com isso, porque a minha mãe acha que eu não tenho vida fora da maternidade, que eu tenho que viver para o Yan, quando meu filho já tem 7 anos! É uma situação delicada entre famílias. Leonardo nos levou até lá e para minha surpresa ela não estava em casa, havia deixado Yan com a mochila pronta e algumas roupas dentro de uma mala, junto com um bilhete. Ele estava dormindo no sofá quando eu cheguei. — Olha só que velha v***a, isso não é coisa que se faça. Se não queria ficar com o garoto que tinha dito antes, não feito essa palhaçada. Ah se eu pego essa mulher. — Soley falava de forma engraçada que fez com que eu e Leonardo rissem dela. Leonardo pegou Yan enquanto Soley e eu pegamos a mala e a mochila, aproveitei e peguei algumas coisas dele que estava em seu quarto. — Eu já te disse mil vezes que seria melhor se viesse morar comigo. Nós nos conhecemos há quase 20 anos, somos melhores amigas desde a infância e sua mãe… não sei como suportar ela, ela sempre foi terrível, Mel. — Eu não queria te incomodar, sabe disso. — O problema de Soley é comigo, que a amo como um homem deve amar uma mulher, não com você! — Leonardo diz encostado na porta, com Yan em seus braços. O que Soley não aceitava era que Marcelus era um grande o****o, Leonardo sempre a amou e só ela não vê isso. Ela não deveria se culpar por nada do que houve naquele dia, afinal, era Marcelus que estava dirigindo e estavam brigando no dia, por causa de uma traição vinda de Marcelus. Eu disse que ele sempre foi um grande i****a. Sempre que Leonardo falava alguma coisa, supondo eles dois juntos, ela ficava sem graça. Ambos são amigos há muitos anos, antes mesmo dela conhecer o i****a. Leonardo Era visível a tristeza no olhar de Soley, eu sempre tentava ajudá-la mas, ela sempre tentava me manter longe de certa forma. Tenho uma viagem marcada para daqui há dois dias e vou passar três meses por lá, queria que ela fosse comigo, assim se distrai um pouco, mas sei que ela não vai e eu preciso fazer minha vida andar também. Não posso correr atrás de quem já deixou bem visível que não me quer. Eu sinto muito por Amélia, ela sempre foi uma mulher maravilhosa, não mereceu o cara merda que teve na vida dela. Havíamos chegado na casa de Soley e Amélia foi deitar o Yan, depois disso foi continuar o jantar de onde havia parado. — Vou tomar um banho, coisa rápida, somente para aliviar a dor de cabeça. — Soley diz levantando com uma cara triste. — Eu também tô indo nessa, não quero te atrapalhar. Eu estou viajando daqui há dois, só voltarei daqui a três meses! — Disse tomando coragem e engolindo em seco. — Por que não me disse antes? E-eu… — Não precisa dizer nada, Soley, apenas me deseje sorte. — Vi seus olhos se encherem de lágrimas e ela enxugar com a palma da mão. — Não precisa ir embora… fica aqui comigo!? — Ela veio até mim e me abraçou, passando suas mãos em minha cintura. — Eu te amo, Leonardo. Mas… — Shiii… fica calada, não fala nada. Eu também te amo, minha Soley. A abracei e vi seus olhos brilharem, depois de tantos anos. — Pessoal, acho que vou deitar um pouco, Yan acordou. — Amélia diz sem sair da cozinha. — O jantar já está pronto, quando ele dormir eu venho jantar também. — Pode ser, até lá vamos estar te esperando. — Beijei a testa de Soley e a soltei para que ela fosse tomar banho. Enquanto as duas estavam ocupadas, eu fui lavar a louça que estava empilhada na pia, porque somente Amélia tem o dom de sujar tudo pra fazer um simples jantar, não a julgo. Soley saiu do quarto vestida com uma camisa de renda na cor vermelho sangue, cabelos soltos e com uma garrafa de vinho em mãos. — Sabia que estava mentindo quando disse que não gostava! — Disse lembrando que ela não gostava do vinho por ser "doce". — Amélia acabou dormindo, então… acho que podemos aproveitar um pouco a sós.
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