Soley
Os dias passaram rápido, Amélia e Edgar estavam se entendendo e isso pra mim estava sendo o máximo, quanto a mim com o Léo, estamos na mesma que ele. Hoje era um dia de sábado ensolarado e estava perfeito para sair e conhecer algumas coisas na cidade. Leonardo estava dormindo em meu quarto, deixando o dele de lado até o dia que vença o valor p**o. Estávamos escolhendo onde iríamos jantar hoje à noite.
— Amélia ainda não deu as caras por aqui não? — Ele perguntou, ajeitando o m****o na calça e me olhando.
— Ainda não. Ela deve vir depois do almoço, deve está bastante ocupado com o Edgar. — Sorri e ele veio até mim, abraçando-me por trás e beijando meu pescoço.
— A gente poderia aproveitar a noite a sós, caso ela não queria ir!
— Ela já confirmou que vai, ele também. Mas… podemos aproveitar depois do jantar, estaremos a sós também… — Olhamos nossos reflexos através do espelho que estava na nossa frente. — Eu te amo. Te amo muito, meu gato. — Virei meu corpo e o beijei.
Eu amava o Leonardo desde a minha adolescência, mas agora não era mais hora de remoer o passado. Tínhamos planos para o futuro e o passado não era nada que poderia nos impedir de sermos felizes, já que passamos por tantas coisas juntos.
— Eu andei pensando na gente, Soley. — Ele me olhava com ternura, me beijava suavemente e me aconchegava em seu abraço. — Não tem nada que possa nos impedir de começar uma vida nova juntos, então eu pensei: por que a gente não faz isso? Somos livres, independentes e eu adoraria fazer isso com você.
Confesso que já pensei muitas vezes como seria ter uma vida ao lado de Leonardo, acho que todo mundo já se imaginou morando junto com alguém que ama, ou pelo menos acha que ama.
Mas agora as coisas já não eram tão fáceis, eu já tinha uma vida feita e ele também. Tinha Amélia e eu tenho ela como minha família, não queria ir embora assim, sem conversar com ela. Afinal, eu nem ao menos sabia qual estava sendo a vida que Leonardo estava tendo. Depois que essa Milley surgiu, pode aparecer outras e eu não queria atrapalhar.
— Vamos com calma, Léo. Vamos aos poucos e vivendo cada dia de uma vez. — A verdade é que eu tinha medo de ser trocada por ele novamente. E se ele se apaixonasse por outro alguém depois? Eu já não teria mais saúde pra isso. — Não somos mais adolescentes, temos contas a pagar, não podemos simplesmente largar tudo pra viver como dois adolescentes em busca do amor. Vamos viver cada momento.
— Tanto que sejam todos ao seu lado, por mim tudo bem. Agora vamos, estou faminto e não comemos nada ainda hoje.
A noite foi como as outras que estamos tendo, maravilhosa. Leonardo é carinho em público e uma fera na cama, esse é um dos motivos pelo qual eu também o amo.
Marcelus
Katarina estava vindo me visitar diariamente, assim como a minha também. Aquele dia que sair e fui ao encontro dw Soley, eu fugi do hospital com a ajuda da Katarina e depois tivebwue voltar. O moleque era meu filho, ele parecia comigo e até minha própria mãe dizia isso. Mas, o que estava me assustando era o fato da minha mãe está aceitando tudo isso como se fosse normal. Será que somente eu estou lúcido? Será que ninguém mais percebe que eu perdi a minha noiva? Ela nem mesmo quis me ouvir e o pior é que eu não faço ideia de como tudo isso foi planejado pela minha mãe e Katarina, mas eu não iria deixar isso assim. Soley tinha que me ouvir e acreditar em mim. Eu posso ter sido fraco, posso ter traído ela, mas eu a amo e estou arrependido de tudo que fiz. Quero poder dizer a ela que eu ouvia cada palavra do que ela me dizia, queria pedir perdão a ela por tudo que a fiz passar, mas agora isso seria quase impossível.
Estava na hora do meu banco de sol quando Kataria entrou no quarto empurrando um carrinho com algumas frutas.
— Bom dia meu amor, trouxe isso aqui especialmente para você! — Ela ajustou a minha cama e abriu as cortinas, deixando as janelas entreabertas e o vento entrar. — Hoje estamos completando 8 anos de relacionamento, meu amor. Acho que pelo tempo que você dormiu, acabou esquecendo disso.
— Aniversário de relacionamento? Eu nunca tive nada com você além de sexo, Katarina. Eu vou assumir o nosso filho, mas não pense que nós iremos prosseguir com essa palhaçada. Eu não quero você, quero que você conte a verdade a Soley. Eu quero a minha noiva de volta.
— Eu não acredito que esteja falando sério. — Ela ria da minha cara como se eu estivesse contando uma piada. — Acorda, Marcelus. Nós estamos juntos há anos, se eu for dizer tudo a ela, ela nem vai querer te ver mais na frente dela. Então, só depende de você.
— O que a gente teve foi apenas noites de prazer, Katarina. Eu curtia f***r com você, mas não era e nem é você quem eu amava e amo, é a Soley. Afinal, o que está vindo fazer aqui? Eu não quero ter nada com você, sabe disso.
A irritabilidade estava me deixando nervoso. A mulher que eu amo agora pertence a outro, a um homem que eu odeio com todo o meu ódio. Leonardo sempre foi louco por ela, até que consegui tirá-la de mim, e isso não vai permanecer para sempre assim, uma hora todos nós iremos ficar gente a frente para acertar nossas contas.
— Eu não penso assim. — Ela usava um vestido longo e folgado, como pode, depois de tanto tempo reencontrar pessoas tão desagradáveis? — Você dormia em minha casa, me prometia o céu, a lua e o sol, acho que também esqueceu disso, mas não tem problema, eu vou estar aqui para te lembrar sempre das coisas boas do passado.
— Que se dane o passado. Que se dane você, que se dane a minha mãe e todo mundo que me deixou de mão quando eu mais precisei. — Passei a mão na bandeja fazendo o copo e a jarra de vidro se estilhaçar no chão. — Era a voz dela que eu ouvia todos os dias. É da Soley que eu preciso ao meu lado, não de você.