Aurélio segurava o seu telefone com um largo sorriso no rosto, ele considerava um grande sucesso aquela ligação, não era sempre que ele conseguia deixar Oksana sem palavras.
_ Posso saber o motivo deste sorriso? - pergunta Bernardo entrando no seu escritório.
_ Digamos que é uma certa loira de olhos azuis. - responde ele de forma tranquila.
_ Pela sua cara devo imaginar que isso seja algo bom. - diz ele.
- É ótimo na verdade, mas preciso que resolva algo para mim. - diz ele mondando a expressão do seu rosto.
_ Basta dizer Don. - responde.
_ Quero que dé uma lição em Fábio. - diz ele com um sorriso no rosto.
Bernardo suspira, aquilo não devia o surpreender, o seu chefe era possessivo com aquilo que considerava seu, e Fábio teria um dia infernal por se aproximar de quem não deveria.
***
Calebe estava voltando para a mansão do seu chefe, ele estava louco para ver a sua mulher.
Sim.
Ela era sua.
E esse pensamento o mantinha vivo e motivado a continuar tentando conquistar o coração de Dandara.
_ ... é serio cara, aposto que se eu fazer uma oferta ela topa. - dizia um soldado.
Calebe para no seu caminho ao ouvir aquilo, todos os seus instintos alerta. O soldado não havia percebido que ele estava próximo e continuava a sua conversa animado.
_ Vai conseguir apenas um problema com Calebe. - responde o outro sacudindo a cabeça.
_ Que problema? A garota era praticamente uma prostituta, e vai por mim, eu sei como agradar uma p**a. - o sangue de Calebe ferve, os seus olhos ficando sombrios.
Sem dizer nada Calebe se aproxima do soldado, a sua mão envolvendo o pescoço do homem enquanto uma adaga era pressionada contra a sua barriga. Ele queria a pele do desgraçado, e naquele momento ninguém o tiraria de cima do soldado.
_ Uma p**a! - diz ele encarando o homem. - É isso que está dizendo da minha esposa!
O choque foi tão grande que o homem não sabia o que responder, os seus olhos estavam arregalados e ele sentia falta do ar a medida que Calebe apertava mais o seu pescoço. O desespero o tomava e o homem se via tremendo diante de Calebe.
_ Perdoe ele senhor Calebe, ele apenas não pensou no que disse. - pede o outro observando o que acontecia desesperado.
_ Eu não sou Deus para perdoar ninguém, - diz sem desviar os seus olhos do homem a sua frente. - Você vai pagar por cada coisa que disse sobre ela.
_ Não! Por favor! - pede o homem, mas Calebe não queria ouvir nada que viesse da sua boca suja, ele desejava apenas ver o sangue do homem escorrer por seus dedos limpando a honra da sua mulher.
Os gritos do soldado chamam a atenção dos outros, e rapidamente varias pessoas se aproximam para ver o que estava acontecendo. Calebe não se importava com aquilo, ele queria que o inútil a sua frente servisse de exemplo para outras pessoas que tentassem falar m*l da sua mulher.
_ Mas que p***a está acontecendo! - grita Aurélio aproximando-se.
Quando Aurélio se aproxima encontra Calebe sobre um soldado, suas mãos sujas de sangue e num canto um pedaço de carne que ele supôs ser a língua do pobre infeliz.
_ Se explique Calebe! - pede Aurélio com os olhos em brasa.
_ Esse m*ldito chamou a minha mulher de p**a, e estava planejando oferecer dinheiro para ficar com ela. - diz ele desferindo um soco no rosto do homem.
O sangue de Aurélio ferve na mesma hora, os seus olhos voltam-se para o homem que gemia aos pés de Calebe com a boca suja de sangue.
_ Levem ele para o galpão, e quero que todos os soldados estejam lá em cinco minutos! - grita ele nervoso. Rapidamente eles arrastam o soldado e partem correndo para cumprir o que o seu Don tinha ordenado.
Minutos depois Aurélio estava diante dos seus homens que observavam com atenção o que ele faria, Calebe ainda não tinha se acalmado e Aurélio podia ver a forma que os seus olhos estavam sombrios. Bem poucas coisas o tiravam do sério, e mexer com Dandara tinha passado a ser uma delas.
_ O que acontecer aqui hoje vai acontecer com qualquer um que ousar falar qualquer coisa da minha protegida, - começa ele olhando fixamente para os homens a sua frente. - Quem ousar desrespeitá-la vão se entender comigo! Fui claro!
_ SIM, DON! - respondem juntos.
Aurélio suspende o soldado num corrente presa ao teto, com uma faca ele corta as calças do homem o deixando com as partes íntimas expostas. Então vai até a parede e retira uma faca que ninguém mais utilizava, era uma faca cega.
_ Isso é o que vai acontecer com o próximo que ao menos ousar olhar para ela. - diz ele entregando a faca a Calebe.
Calebe já sabia o que o seu chefe queria, e sem cerimónia ele agarra os testículos do homem e começa a cortar. Os gritos dele enchem o barracão a medida que a faca ia cortando, como seu corte estava ru*m ela demorava mais para cortar causando mais dor ao homem, quando ele finalmente termina, Aurélio entrega-lhe um vidro de vinagre e ele passa no local cortado. O soldado grita e se debate nas correntes, não suportando a dor ele desmaia.
Os soldados não conseguiam esconder o choque ao ver aquilo, alguns tinham as mãos a frente das suas calças como se tentasse se proteger da cena brutal que tinham presenciado.
_ Espero que tenham entendido o recado. - diz Aurélio analisando cada rosto a sua frente.
_ SIM, DON! - respondem.
_ Ótimo! Podem se retirar. - sem cerimónia os soldados se retiram rapidamente do galpão, era como se eles temessem ficar na presença do seu Don.
Aurélio olha para o homem atrás dele com desprezo, ele odiava pessoas que se comportavam daquela forma, que não se importavam com a dor dos outros e ainda teciam comentários maldosos.
_ Devia matá-lo! - diz Calebe tremendo de raiva.
_ Não, a morte é boa de mais para ele. Chame a Simone e peça que ela cuide dele. - diz Aurélio.
_ Mas Don...
_ Ele vai ser o novo jardineiro, quero que ele viva para que toda a vez que um soldado pensar em olhar para uma das mulheres da nossa família, saiba o que vai lhes acontecer. - diz ele com um sorriso de canto.