Capítulo 03 - Diana

1037 Words
DIANA NARRANDO Oi pessoal, me chamo Diana Guerra, tenho 27 anos, sou loira de olhos azuis, tenho 1,68 de altura e corpo bem definido. Sempre me chamaram de Barbie, e meus pais me chamam de princesa. Adoro ser elogiada, principalmente pelos meus pais. Mas o que me deixa feliz de verdade é ser elogiada além da minha aparência. Afinal, eu sou advogada criminalista. Não passei anos da minha vida estudando, abdicando da minha vida social, para no final ganhar elogios apenas por ser bonita. Sou filha de advogados. Meu pai é advogado criminalista, um dos melhores, e minha mãe é advogada da Vara de Família. Ela ama quando o pai não paga pensão ou quando o marido não quer dar para a ex-esposa o que por lei pertence a ela na hora do divórcio. Tive workshop com os melhores, Dr. David e Dra. Lilian, e trabalhamos no mesmo escritório, o melhor do Rio de Janeiro. Meu primeiro caso foi resolvido em menos de 24 horas. Meu pai me ensinou uma defesa mais dura, onde atacamos o outro lado, encurralamos a ponto de distorcer o que foi dito, fazendo a outra parte se embananar toda e sair como o errado da história, não o meu cliente. Meu sonho sempre foi ser advogada, tenho um irmão mais novo que está estudando para ser advogado também, o amor pelo direito veio dos meus avós paternos, eles foram advogados, meu pai e meus tios são advogados. E todos trabalhamos no mesmo escritório. O Escritório Guerra advocacia atende a todo público, temos advogados de todas as especialidades, criminalista só tem dois Eu e meu pai, esse tipo de público só nós dois atendemos e é um dos mais procurados, em segundo é o trabalhista, nosso escritório não para, assim que a copeira abre já tem cliente esperando algum advogado. No quesito amor, sentimentos, coração, eu sempre fui muito de me doar e sofrer com isso. Namorei o Eduardo e era completamente apaixonada por ele, até descobrir várias traições e terminar tudo com ele. Hoje ele namora com uma amiga minha da época de faculdade, a Mirella. Eu não me meto e nunca falei para ela sobre ele. Não quero que a Mi pense m*l de mim, então me mantenho afastada do Eduardo por questão de ética e ego ferido. Depois do Eduardo, não me relacionei sério com ninguém. Uma vez na vida, quando sobra tempo e coragem de sair, vou na balada e fico com algum gatinho, mas nem sempre. Meu consolo me serve mais do que os homens. Enfiei a cara nos estudos, fui oradora da minha turma na faculdade, fui uma das melhores. Costumo dizer que a decepção é a melhor aliada, pois ela te motiva a fazer o seu melhor. Antes de me formar, comecei a estagiar com meu pai. Cada audiência, cada caso que ele pegava, estudávamos juntos. Meu pai me mostrava como montar uma linha de defesa. Eu aprendi tudo e hoje uso todo o ensinamento recebido nos meus casos. Tenho clientes com casos simples que consigo tirar da delegacia em dois tempos, assim como clientes que estou há um ano tentando tirar do presídio. São casos e casos. Quanto mais complexo o caso, mais me consome, e eu deixo de viver a minha vida para me doar ao caso até solucionar. Estou atuando a três anos na área e ainda não perdi uma causa, muitas das vezes demoramos dias para receber o veredito final, mas sai ao nosso favor, nosso escritório tem contatos direto com alguns juízes, promotor, desembargador. Não com todos, tem juiz que não nos dá acesso e despachar caso com esses tenho que rebolar e mostrar pra que estudei. Meus clientes na maioria dos casos são traficantes, quase todo dia estou dispachando caso para defender algum traficante que rodou no asfalto, ou foi preso em operação, tem uns que me dá vontade de desistir de tão burros que são, sai da cadeia hoje amanhã já está fazendo a mesma coisa no mesmo lugar. Receber cantada e proposta indecente é o que mais acontece, mas mantenho a minha postura e faço apenas o meu trabalho. No final de cada dia, vejo como sou realizada em minha profissão, ao chegar no meu apartamento tirar o sapato tomar aquela taça de vinho, e analisar o sucesso de cada dia. Isso me faz acreditar que eu fiz a escolha certa, mas nem todos os dias são de Vitória ou conquistas. Também tem dias que chego em casa cansada, depois de uma longa derrota no tribunal, quando isso acontece passo a noite montando uma defesa, e recorro ao veredito. Nunca me dou por derrotada, aprendi com meu pai o jogo só acaba quando termina, e só termina quando não há mais solução. A Mirella me ligou, pediu uma reunião comigo, de foro profissional recebi ela no escritório, Mi me passou o caso do irmão dela o Lucca, ele é bastante conhecido no mundo do crime e no mundo da lei também. — Não entendi porque você foi barrada de continuar com o caso, tendo em vista que vínculo familiar entre vocês permite esse tipo de acesso — Falei analisando o desembargo do caso . — Diana, o caso do irmão é complexo, não estão julgando apenas o artigo, vai muito além disso e eu não descobri o que é, estou passando o caso pra você porque sei da sua capacidade e da sua fama — a última parte ela falou sorrindo, porque me chamam de advogada do capeta. Peguei o caso e estudei por dias, tirei dúvidas com meu pai, fiz anotações precisas e comecei a investigar o juiz que está despachando o caso. Por que ele está indeferindo o caso se não cabe esse tipo de veredito? Fui a Bangu conhecer meu cliente. Vi apenas as fotos compartilhadas no processo. Quando entrou aquele homem alto, forte, todo tatuado, de olhos escuros, quase mostrei um sorriso. Lindo, Lucca é lindo. Ele foi bem agressivo, mas mostrei quem manda e quem vai obedecer. Deixei claro que sou uma mulher profissional e que ele não pode se deixar levar pela minha aparência. Por trás de um rostinho perfeito, há uma verdadeira capeta vestida em um tubinho e de salto 15.
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