4º Capítulo

2527 Words
Aurora — Menor, vou falar com o Guilherme — me levantei mordendo o lábio inferior, constrangida. — O que? Por que? O que você tem pra falar com aquele i****a? — Deixa pra lá. — Eu vou com você. —NÃO! Quer dizer, não precisa. Ele me olhou estranho e eu saí, fui até o trio. O Bernardo não parava de balançar o corpo, provavelmente travando uma luta interna consigo mesmo decidindo se ia falar com a Lorena ou não. O Luan não parava de olhar o corpo da Gabi tomando sol, espera, o que eu perdi? E o Guilherme encarava eu me aproximando. — Oi. — O que você quer? — Ele me olhou de cima a baixo. — Aconteceu alguma coisa? — Perguntei, com o tom de voz baixo. — Aconteceu, eu peguei uma garotinha boba e ganhei cinquenta pratas. — O que? — Meus olhos encheram-se de água, eu não conseguia acreditar. Ele deu uma cotovelada nos amigos. — É isso aí — o Luan disse. — Pois é — o Bernardo concordou. — Pensei que realmente tivesse gostado — eu disse e ele gargalhou alto. — Se toca e volta pro Menor, o bobo que te quer. — E a mensagem que você me mandou? — Não sei do que está falando. Saí correndo dali, não conseguia parar de chorar. — AURORA! — Ouvi minha mãe gritar, mas eu só pensava em chegar ao meu quarto. — O que aconteceu querida? — Minha mãe disse se sentando do meu lado. — O Guilherme me humilhou. — Por que ele faria isso? — Ele me odeia mãe, desde sempre ele faz isso na escola. — O que? Eu vou ter que conversar com sua tia. — Não faz isso, a culpa é minha, eu sou uma i****a — eu dizia, entre lágrimas. — Por que querida? — Ontem eu fiquei com ele. — O QUE? — O Menor disse, da porta do meu quarto, e depois saiu bravo. Então chorei mais ainda. — Calma, depois você conversa com ele. — Era uma aposta mãe, ele ficou comigo por causa de uma aposta. — Não chora querida, ele não merece suas lágrimas. Ela ficou fazendo carinho no meu cabelo até eu me acalmar, e depois desceu. Bruna Desci bolada, não botei filha no mundo pra o****o vim pisar em cima não, era meu sobrinho? Era. Eu amava? Sim. Mas minha cria vem em primeiro lugar. Quando cheguei lá em baixo fui direto falar com a Sabrina e o Thiago mas o Matheus me interrompeu. — O que ela tem? — Ele perguntou, olhei feio pra ele que entendeu. — Sabrina e Thiago. Temos um problema. — Qual? O que minha afilhada tem? — Ela perguntou preocupada. — Seu filho pegou ela numa festa ontem e hoje humilhou ela, aliás como sempre faz na escola. O Matheus ficou irritado e o Thiago se levantou na hora, ele ia falar alguma coisa com o Guilherme, mas nem precisou, o Menor se encarregou do trabalho. — Primeiro, vai atravessar o corre do capeta — ele gritava — segundo, vai partir o coração da p**a que pariu — em seguida deu um soco no maxilar do Guilherme. O Pindorama saiu correndo e puxando o filho, o Thiago puxou o dele que queria revirar. E os dois gritavam e tentavam se soltar, barraco armado! Gabriel Mano, que treta foi aquela? Fiquei louco, de animação é claro. Eu curtia os dois, mas uma treta é sempre bom né? Depois que meus tios conseguiram separar fizeram um discurso gigante e tal. Enquanto isso a Lorena e eu fomos tomar sorvete, compramos vinte reais em sorvete, cada um, tinha tantos sabores, e tanta cobertura, gozei com aquele sorvete, de boa mesmo. — E a inconha? — Ela perguntou e em seguida encheu a boca de sorvete. — Terminamos. — DEUS OUVIU AS MINHAS PRECES — ela ergueu as mãos pro céu e riu. Ri dela e enfiei uma colher de sorvete na boca. — Você está precisando de sexo — comentou. — E você de pensar em outras coisas — pisquei. — Eu aproveito minha vida ao máximo gatinho. — Nem sei porque te dou ideia — balancei a cabeça negativamente. — Porque você me ama — piscou. — Talvez — dei um sorriso malicioso, que foi retribuído por um tapa na aba do boné. — Ei! — Reclamei. — Bom, eu acho que já passou da hora de você encontar uma mulher pra isso — ela puxou a colher da boca e apontou-a para mim — sabe, uma mina firmeza, sem frescura, chatice e que meta gostoso. — Está se jogando pra cima de mim? — Sorri maliciosamente. Ela se aproximou com um sorriso travesso. — Vai sonhando — sussurrou. Mais tarde quando estávamos voltando demos de cara com a Mandi, que colocou as mãos na cintura e deu um chilique. — NÃO ACREDITO, m*l TERMINAMOS E VOCÊ JÁ ESTÁ COM ESSA p*****a? — Ela esguelava com sua vozinha de taquara rachada. A Lorena quase voou em cima dela, mas eu a segurei. — Fala baixo, não estamos na sua casa — ela me olhou perplexa — , escuta aqui, primeiro você tá na minha quebrada então abaixa sua bola, segundo, você terminou porque quis, terceiro, p**a é sua mãe, aquela que dava pra mim quando eu te namorava — pisquei. Ela não teve resposta. Talvez, apenas talvez, eu tenha pegado um pouco pesado. A Lorena soltou uma gargalhada e abriu caminho entre ela e suas amigas, que até agora eram insignificantes, e eu a segui. — MENINO! Você tem meu respeito — ela fez um toque de mão comigo. — Graças a Deus tô solteiro. Ela me olhou de cima a baixo com uma expressão de deboche, balançou a cabeça negativamente e riu. — Você é louquinha com o pai aqui. — Corrigindo, pivete do sobrinho. — Então admitiu que é doida comigo? — Além de pivete é iludido — ela riu. Gabriela Depois de toda aquela confusão o Luan veio falar comigo, eu já estava de saída na verdade. — Oi Gabi —ele coçou a nuca — me desculpa por ontem. O olhei de cima a baixo. — Nos vimos ontem? — Ergui uma sobrancelha. — Não faz assim — ele mordeu o lábio inferior, o que me deixou louca, mas eu soube me controlar. — Não estou fazendo nada, aliás vou tomar um banho agora. Tchau, Leon? — Perguntei seu nome, apenas para provocar. — Posso ir junto? — Ele sorriu malicioso, balancei meu pé segurando-me pra não dizer sim — , é Luan gata, Luan. — Tanto faz — dei um sorriso travesso e dei as costas para ele, indo para minha casa. Luan Narrando. — Não acredito — balancei a cabeça negativamente ao me aproximar de Bernardo, que estava roendo as unhas. — O que foi cara? — A Gabi me chamou de Leon, não se lembrou nem do meu nome. — As garotas dessa família são fogo, fingem que não aconteceu nada mas no fundo nos querem sim. — Cara, a Lorena te iludiu mesmo em. — Ela ainda vai ser minha — ele parecia convencido daquilo. — Foi só uma noite irmão, supera. — Não foi uma noite, foi á noite. — Então tá né — ergui as mãos me defendendo. — Pior é você, nem comeu a Gabriela e tá nessa. — Ainda... além do mais, ela consegue manter a pose de menininha meiga e ser tremendamente provocante ao mesmo tempo. — Você não achava isso até ontem. — Não estava reparando direito — pisquei. — Ou talvez, ela queira te enlouquecer. — Está conseguindo… Aurora Ir a aula segunda feira? Pós ressaca do fim de semana? Jamais! Acordei meio dia, tomei um banho gelado porque tava suada, nesse calor é só encostar que já molha. Enfim, lancei uma roupa muito fofa porque decidi que não iria ficar me debulhando em lágrimas igual retardada e liguei pra Gabi, sua voz era igual a de um zumbi. — Oiiin? — Saiu um gemido rouco e muito muito morto. — c*****o, o que você andou fazendo? — Bebendo do whisky que meu pai guarda. — Não foi na aula também né? — O que é que você acha? — Relaxa — me defendi — e vá se arrumar, vamos ao shopping. — Sério? — Sua voz ficou pior do que no inicio da ligação. — AGORA! Desliguei na cara dela, porque sou dessas. Fiz minha maquiagem e arrumei o cabelo, então desci. Minha mãe estava fazendo almoço, a empregada já tinha arrumado toda a casa da bagunça de ontem e meu pai não estava, já que ele nem mora aqui. — Bom dia querida. — Bom dia mãe, cadê o pai? — Ele não mora aqui querida. Olhei pra ela com uma cara irônica e ela riu. — Tá trabalhando. — Traficando vocês quis dizer. — Bom, não deixa de ser o trabalho dele. Balancei a cabeça negativamente e ri. — O que tem pra comer? — Eu devia te deixar na miséria por não ter ido a aula. — Encarar o Guilherme e o Menor? Tô suave aqui. Ela me olhou com pena e me serviu um prato de macarrão com queijo. — Meu tio te deu quanto? — Repetiu a Gabriela, enquanto andávamos pelo shopping. — Quatro mil, chega Gabi — eu ri. — Poxa, e meu papis na miséria só meu deu dois — ela fez bico. — Você renovou seu armário semana passada. — Não foi o suficiente. Dei um tapa na testa dela e paramos pra comprar milshake. — Um de ovomaltine por favor — aquela voz... mano, eu só podia ter jogado pedra na cruz, isso não é justo. Guilherme se virou para ir pra outra fila pegar seu milkshake, seu olhar se cruzou com o meu, o sustentamos até a mulher dizer próximo e a Gabi me puxar. — Será que o Luan ta aqui? — Ela sussurou. — Você tem alguma duvida? — Perguntei. Guilherme Mano a Aurora tava linda, fiquei babando nela a fila toda, o que a deixou constrangida e com raiva ao mesmo tempo, deixando suas bochechas coradas, ela ficou mais bonita ainda. Assim que peguei meu pedido me juntei aos meninos em frente o Planeta Sport, aquela coisa existia a anos, pqp. O Luan ficou babando na Gabriela, também pudera, ela tava quase pelada, todo cara que passava mexia com ela e a mesma dava um sorriso e continuava andando. A Aurora, graças a Deus, tinha senso e estava com uma roupa quase decente, devia ter colocado uma blusa tampando o colo e a barriga. E não, eu não estou com ciúmes. Quase me arrependi do que fiz ontem, sua boca era linda e estava chamando muito minha atenção, seus lábios eram pequenos e macios, e sua boca tinha o encaixe perfeito com a minha. Quando nos beijamos quanto mais eu a tinha mais eu a queria, era como se nada saciasse nossa vontade um do outro. Bernardo tirou-me de meus pensamentos com um tapa. — Tapa na mente — ele disse rindo. — Vai se fuder irmão — alisei o local em que tomei o tapa. — Para de babar na mina, ta dando na cara. — Fodas, bom que assim nenhum cara chega perto dela — respondi bravo. — Já era irmão — ele respondeu apontando pra lá. Olhei na direção delas e tinham dois vacilões falando com elas, ambos tinham os cabelos escuros, e carregavam aquele sorriso malandro de quem vai se dar bem. — Me segura que eu vou lá acabar com ela palhaçada — o Luan disse. — Se controla irmão — o Bernardo disse. — É, tá parecendo o Bernardo com a Lorena — eu disse e ri. Ele emburrou a cara e eu fiz um toque com o Luan. O cara que se dirigia a Aurora se aproximou e beijou-lhe o canto dos lábios, senti uma raiva me corroendo por dentro. — Chega, vamo lá Luan — dei meu milkshake pro Bernardo segurar. — É disso que eu tô falando! — O Luan sorriu e caminhamos até lá. Passei meu braço por cima do ombro da Aurora, o que a fez virar-se para mim imediatamente, com uma cara nada boa. — Oi amor, quem é esse cara? — Sorri, concentrado demais nela pra perceber o que exatamente o Luan estava fazendo. — O que você está fazendo? — Ela perguntou. — Uma surpresa, perguntei minha sogra onde você estava e vim atrás. Graças a Deus ela ficou perplexa o suficiente pra não falar nada, e os dois caras foram embora. Quando ela conseguiu puxar o ar novamente me olhou com a cara de quem iria me matar e me estapeou todo. — Aí — reclamei. — Quem você pensa que é? Esqueceu das coisas horríveis que me disse ontem? — Ela fechou os olhos tentando se controlar — tenha o mínimo de decência. Eu converso e me relaciono com quem eu bem entender, decida o que quer — ela já ia virando-se para ir embora, mas eu segurei seu braço. — Não, decida-se você. Porque poucas horas depois de me beijar você estava de chamego com o Menor, postando até foto no f*******:. — Ah —ela ficou calada por um segundo, e depois caiu na gargalhada — era isso? Ciúme? Fiquei contigo, mas não estávamos namorando. Eu não sou sua exclusiva. — Mas se não me respeita devia pelo menos se respeitar! — Escuta aqui garoto... — Guilherme! — Guilherme. Eu não planejei aquilo tá legal? Só que eu já estava me relacionando com o Menor antes de te beijar. Não vou terminar por causa de uma noite, sendo que você nem sabe o que quer. — Eu sei muito bem o que eu quero! — Eu também. Sair com seus amigos sem dever explicações para alguém, beijar três bocas diferentes e comer quatro — ela disse irritada, meu olhar pousou em seus lábios, seus doces lábios, e eu tive certeza de que não queria nenhum outro que não fosse o dela. Toquei meu polegar em sua maçã do rosto, a princípio ela se afastou, mas aos poucos foi aceitando o contato. Sorri olhando em seus olhos claros, parecidos com os de sua mãe, eles mostravam a confusão dentro de si, o medo de se entregar. — A única boca que eu preciso é sua — ela não me respondeu, o que me deu liberdade para selar nossos lábios e iniciar um beijo lento, porém quente e cheio de fogo. Encostei ela na barra que ficava ao meio do shopping, mostrando os andares de baixo e segurei firmemente sua cintura fina. Ela colocou as mãos em minha nuca e puxou meus fios de cabelo com certa força, naquele segundo ambos já estávamos totalmente entregues àquele beijo, eu sentia seu corpo estremecendo com meu toque, subi uma de minhas mãos até sua nuca e massageei seus fios de cabelo com carinho. Nossas línguas dançavam em um ritmo frenético, ao mesmo tempo que diminuímos o ritmo daquele beijo o aumentamos novamente, mergulhando de cabeça naquelas inúmeras sensações.
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