Hermione acordou ainda sonolenta. Estava sozinha no quarto. Levantou da cama e foi ao banheiro. Depois saiu do quarto e procurou pelo loiro. A casa estava silenciosa. Caminhou pelo lugar. Sentia seu corpo um pouco dolorido, mas era uma dor gostosa.
Hermione sorriu com as lembranças. Não deveria ter provocado Draco daquele jeito... Ela parou na porta da sala e viu o loiro dentro da piscina. Nadava sozinho. Hermione se aproximou e ficou na borda olhando-o.
Depois de um tempo Draco percebeu que ela estava ali. O loiro se aproximou e colocou os braços na borda.
— Está aí a muito tempo?
— Não muito.
— Dormiu bastante hein.
— Estava cansada.
O loiro sorriu malicioso.
— Aposto que sim.
— b****a!
— Entra comigo aqui... — Se afastou da borda da piscina nadando de costas.
Hermione percebeu que estava sem roupa. Ela deu uma risadinha.
— Você não toma jeito.
— Tudo bem eu nado sozinho...
Hermione riu e tirou o pijama que usava. Em pouco tempo estavam agarrados dentro da piscina.
— É tão bom te ter assim — sussurrou.
Estava com Hermione agarrada em seu corpo. Ela tinha as pernas em volta da cintura dele e os braços em seu pescoço.
— Por que você me traiu, Draco?
— Olha eu estava com raiva...
— Eu já ouvi essa história, Draco. Quero saber o que eu fiz de errado para você procurar outra.
— Você quer dizer na cama?
— Sim.
— Você não fez nada errado, pelo contrário, está ótima!
— Então por que?
— Você sabe que a gente não estava nos melhores momentos...
— E daí? Eu não te traí com o... — Parou de falar bruscamente.
— Com quem? — perguntou alto.
— Não importa.
— É claro que importa! De quem você está falando? — falou feroz.
— É que teve uma pessoa que me fez uma proposta há um tempo atrás...
— Que proposta?
— Eu não vou te dizer! Mas eu não aceitei respeitando você.
Draco saiu da piscina com raiva e entrou na casa. Hermione respirou fundo e saiu também.
Ela foi atrás dele e entrou no quarto. Ouviu o barulho do chuveiro e foi até o banheiro. Entrou e encarou o loiro. Ele a olhava sério.
— Posso tomar banho com você ou quer desfrutar da sua ira inútil sozinho? — perguntou cínica.
Draco apertou os olhos.
— Quem é essa pessoa, Hermione? E que p***a de proposta ele te fez?
Hermione entrou no box e ficou colada com ele olhando seus olhos.
— Não importa. Eu não te traí.
— Mas esse infeliz não te procurou mais?
— Não.
— Tem certeza?
Hermione revirou os olhos.
— Que m***a! Por que fui falar disso? Ele não procurou, Draco! Eu que tenho que desconfiar de você, não acha?
— Desculpa...
Os dois ficaram em silêncio por uns segundos enquanto a água caia sobre o corpo deles.
— Foi o Weasley?
Hermione revirou os olhos e virou para sair dali. Draco a segurou.
— Não está mais aqui quem falou!
— Ótimo!
Draco respirou fundo. Ele a puxou para mais perto e a abraçou. Queria saber quem era e o que propôs a ela e não sossegaria até descobrir...
— Vamos dar um passeio de iate?
— Vamos.
Os dois tomaram banho, colocaram suas roupas e seguiram até o iate.
— Você sabe andar nisso, Draco?
— É claro! Que pergunta.
— Não quero morrer agora. Meu filho precisa de mim.
Draco deu uma risadinha.
Hermione subiu no barco e deitou na parte de cima, onde tinham umas almofadas. Ficou observando um pouco o céu. Ela precisava saber o que fazer quanto a voltar para casa. Tá certo que ela praticamente já está com Draco, mas... Vai saber né.
Sentiu um peso sobre si e despertou de seus pensamentos.
— O que está fazendo aqui? Quem está pilotando?
— Trouxe Tipsi para pilotar.
— O que?
— Tipsi está pilotando.
— Quer m***r a gente, é isso? — perguntou histérica.
— Claro que não. Ele não vai fazer besteira. Ensinei a ele como faz... — Beijou o pescoço dela.
— Mas...
— Shh! Você reclama demais!
— Eu só...
Draco a beijou impedindo que falasse.
— Quietinha... — Apertou a cintura dela e a olhou com desejo.
— Draco... Estamos ao ar livre!
— E daí? Já fizemos isso antes, não vai ser a primeira vez mesmo. — Desamarrou o biquíni dela.
Hermione riu e colocou os braços em volta do pescoço dele.
***
Clara passou uma boa parte da noite chorando com tudo que aconteceu. Como olharia na cara de Alex de novo? Merlin! Isso não deveria ter acontecido!
No dia seguinte nem queria levantar da cama. Estava encolhida olhando a parede.
— Ei... Não vai levantar? — Alyce perguntou.
— Acho que não...
— Está passando m*l?
— Talvez.
— O que você tem?
— Duvidas...
Alyce ergueu uma sobrancelha.
— De que?
— Longa história...
— Bom, eu quero saber. Não me importo se é longa.
Clara sentou na cama de frente para a morena. Ela contou tudo que aconteceu no dia anterior, desde a visão até o beijo com Alex.
— Merlin! Você beijou o Alex? — perguntou perplexa.
— Cala a boca, Alyce!! — brigou com ela. — Que d***a, isso nem deveria ter acontecido.
— Mas aconteceu. O que vai fazer agora?
— Eu não sei. Tenho que pensar em um jeito de fazer o Enrico confessar o que fez. Não posso acusar ele do nada. Não sabe que estávamos lá.
— Verdade... A gente dá um jeito.
— É...
— Agora levanta daí! Não vai perder aula por causa disso.
Clara suspirou.
As duas seguiram juntas para tomar o café da manhã. Quando chegaram, logo Clara viu o Alex sentado à mesa. Engoliu em seco e olhou a Sonserina. Enrico não estava lá. Se sentou ao lado de Alyce e evitou olhar o ruivo.
Após comer, seguiram para a aula. Lá Enrico apareceu, mas se quer olhou Clara. O que ela achou estranho, mas resolveu perguntar depois da aula.
Assim que terminou a aula, ela foi atrás dele. Como sempre ele seguia para o jardim. Sentou-se de frente para o lago. Clara se aproximou e sentou ao lado dele.
— O que você tem?
— Me deixa sozinho.
— O que aconteceu?
O loiro virou o rosto na direção dela. Estava completamente sério.
— Eu sei que você beijou aquele imbec*l!
Clara engoliu em seco. Como assim?
— O que?
— Sei que beijou o Weasley. Como pôde fazer isso?
— Quem te falou isso?
Enrico a encarou com fúria.
— Então você confirma? — falou alto.
— Eu também sei que você beijou a Thompson!
Os dois ficaram em silêncio se olhando.
— Como?
— Não importa! Acho que estamos quites, não é? — perguntou cínica.
Enrico a encarou com raiva.
— Eu sabia que você tinha um casinho com ele! — disse feroz.
— E eu deveria saber que cairia na cova daquela cobra! Me faz um favor? Fica com ela! — Levantou e saiu de perto dele.
Enrico respirava rápido olhando o lago. Queria m***r o Alex a todo custo!
— Está tudo bem aí?
— Sai daqui!
— Nossa que grosseria.
— Eu quero ficar sozinho, Agnes! — disse feroz.
— Foi aquela esquisita, não foi?
Enrico fechou os olhos com raiva e respirou fundo para se controlar.
— Eu disse que ela tinha um caso com ele.
— E isso não te dava o direito de me beijar! — disse alto.
— Mas você gostou.
— Quem disse? — falou histérico. — Que m***a! Eu não sei como, mas a Clara viu alguma coisa.
— Impossível. Estávamos sozinhos na biblioteca...
— Alguém viu e contou a ela.
— Que bom.
Enrico a olhou feroz.
— Assim ela deixa o caminho livre pra gente e fica com o Weasley.
— Quem disse que eu quero o caminho livre para ficar com você?
Agnes fingiu que ficou ofendida.
— Nossa não precisa falar assim...
— Desculpa, mas eu quero ficar com a Clara.
— Mas ela também quer ficar com o ruivo. Vai aceitar que ela namore os dois?
— Óbvio que não! — disse alto. — Ela tem que ficar comigo!
— E vai aceitar ela depois de ter beijado ele estando com você?
Enrico ficou pensativo.
— Preciso pensar...
— Eu tenho uma ideia.
— Qual?
— Podemos fingir que estamos juntos para fazer ciúmes nela.
— E você acha que funcionaria?
— Claro! Quando ela ver que te perdeu, vai ficar louca.
— E você acha que ela largaria o Weasley?
— Sim.
Enrico ficou pensativo.
— Podemos tentar.
Agnes sorriu maliciosa.
— Combinado então, meu namorado.
***
Clara corria pelos corredores indo em direção ao salão comunal. Chorava com o que tinha acabado de acontecer. Assim que entrou, deu de cara com o Alex. Engoliu em seco e desviou o olhar dele.
— O que aconteceu? — Se aproximou.
— Nada. — Saiu de perto dele e seguiu até a escada do dormitório.
— Foi ele, não é? — perguntou com os punhos cerrados.
Clara virou de frente para ele.
— Isso não importa.
— É claro que importa! Olha como você está! — disse alto.
A menina piscou nervosa. Nunca viu o Alex tão furioso como agora.
— Está tudo bem...
— Não está mesmo! Mas vai ficar — Virou as costas para ela e saiu do salão.
— Alex... — Foi atrás preocupada. — O que vai fazer? — perguntou andando rápido para acompanhá-lo.
— O que precisa ser feito.
— Como assim? Alex, por favor não faça besteira!
— Não farei.
Os dois chegaram ao jardim. Alex seguiu rápido na direção de Enrico e quando chegou perto, acertou um soco no rosto dele. O loiro foi para o lado e colocou a mão na boca.
— Alex! — Clara falou alto.
— Seu grande i****a! O que você tinha na cabeça para fazer isso com ela?
— Como se atreve a fazer isso? — perguntou feroz. Saia sangue de seu lábio.
— Eu te avisei para não brincar com ela! — disse sério.
Enrico rangeu os dentes e tirou a varinha de dentro das vestes. Alex fez a mesma coisa.
Os dois apontavam suas varinhas um para o outro. Ambos com o olhar de raiva.
— Vai se arrepender por esse soco, Weasley!
— p**o para ver!
Enrico ameaçou jogar um feitiço, mas parou quando Clara entrou no meio deles.
— Ficaram loucos? — gritou. — Parem com essa m***a agora!
— Sai da frente, Clara! — Enrico falou irritado.
— Sai, Clara. Vou dar uma lição nesse i*****l!
Enrico trincou os dentes.
— Não! Parem com isso! — Bateu o pé no chão com raiva. Assim que ela fez isso, uma pequena parte da grama, que era verde ficou marrom, como se tivesse queimado. Os dois ficaram quietos olhando a pequena fileira que ia de encontro ao pé da garota e parava na árvore perto deles. Clara olhava o chão meio atordoada.
— Posso saber o que se passa aqui?
Os três olharam para trás e encontraram a diretora com o rosto sério e braços cruzados.
— Eles iam se m***r.
— Clara! — Os dois falaram juntos.
— Quero os dois na minha sala imediatamente!
Eles trocaram olhares furiosos.
— Andem logo! Eu já vou chegar lá. E acho bom que não quebrem nada!
Os dois saíram de perto andando rápido.
Clara suspirou e voltou a olhar a grama. Que m***a foi essa?
— Gostaria que fosse a minha sala também.
— Agora?
— Sim.
— Mas eu estava tentando separar eles eu...
— Eu sei, querida. Não é sobre isso que quero falar com você. É sobre aquele nosso assunto. — Fez uma pausa e pensou. — Acho que temos que começar logo, não é? — falou olhando a grama.
Clara engoliu em seco.
— Acredito que sim.