Estava quase escurecendo e Draco e Hermione estavam sentados no iate olhando o céu.
— Estou com uma sensação ruim...
— De que?
— Não sei. — Apoiou a cabeça no peito dele.
— Para com isso... Vamos comer alguma coisa e depois ficar juntinhos perto da piscina, o que acha?
Hermione sorriu.
— Vamos.
Os dois saíram do iate e seguiram até a casa. A mesa já estava pronta e eles só se sentaram para comer.
— Estava uma delícia.
— Claro, fui eu que fiz.
Hermione riu alto.
— Tá bom...
Draco sorriu.
— Adoro quando você ri assim.
Hermione ficou em silêncio olhando-o. O loiro se aproximou e segurou o rosto dela com uma das mãos.
— Eu te amo — sussurrou.
Hermione fechou os olhos e respirou fundo. Queria ficar naquele lugar para sempre e esquecer todas as merdas que aconteceram.
Um barulho fez ela abrir os olhos.
— Com licença, senhor...
Os dois olharam o pequeno elfo que fazia reverência.
— O que foi? — Draco perguntou carrancudo.
— Draco!
— Algum problema?
— É que enviaram uma carta, senhor.
— Pra quem?
— Está em seu nome, senhor.
Draco pegou o papel da mão do elfo.
— Obrigada, Tipsi.
O elfo fez reverência a Hermione e saiu de perto.
— De quem é?
— Da minha mãe...
— Está tudo bem?
— Ela diz que o Ethan está doente.
— O que? — Tomou a carta da mão dele e leu. — A gente precisa voltar.
— Eu sei. Tipsi...
O elfo apareceu de novo.
— Arrume nossas coisas e leve pra casa.
— Sim, senhor. — Sumiu da vista deles.
— Vamos.
Em pouco tempo chegaram em casa. Hermione correu para o quarto do menino e quando chegou, viu a Narcisa em pé ao lado da cama dele.
— O que ele tem?
A mulher olhou para trás.
— Está ardendo em febre.
Hermione sentou na cama e colocou a mão no rosto do pequeno. Ele dormia respirando rápido.
— Merlin! Ele está fervendo!
Draco apareceu no quarto e se aproximou dos dois.
— Que foi?
— Ele está muito quente — falou preocupada.
— Sabe o que é mãe?
— Na verdade, não. Ele estava ótimo ontem e hoje acordou enjoadinho. Agora está quente assim.
— Vamos levá-lo a um medibruxo.
Draco pegou o pequeno no colo e os dois saíram de casa. Chegando ao hospital, Draco teve uma sessão estresse, pois o homem não estava lá para atendê-los.
— Fica calmo pelo amor de Merlin! Eles já falaram com ele para vir.
— Como posso ficar calmo? Esse infeliz tinha que estar aqui pra atender meu filho! — disse feroz.
— Cala a boca Draco! Que m***a ele já está vindo e ponto!
O loiro cruzou os braços. Estavam sentados em um dos bancos do hospital. Ethan dormia no colo de Hermione.
Não demorou muito para o homem aparecer. Ele pediu para os dois entrarem em uma sala e colocar o pequeno deitado na cama. Hermione obedeceu.
Ficaram em silêncio enquanto o homem fazia alguma magia tentando descobrir o que o pequeno tinha.
— Está tudo bem? — Hermione perguntou.
— Ele não parece ter nada.
— Não é possível! Melhor procurarmos outro médico, Hermione! — Draco falou alto.
— Cala a boca, Draco! — brigou com ele e voltou sua atenção ao homem. — Como não tem nada? Ele está ardendo em febre...
— Sim, está. Tenho que perguntar... Ele passou por algum trauma emocional ou está passando?
Os dois trocaram olhares.
— Por quê?
— Acredito que isso seja emocional.
Hermione suspirou.
— Tivemos problemas em nossa relação...
— Entendo. Então pode ser isso, ficou preocupado ou ansioso com a situação de vocês e como é uma criança e não entende esse tipo de coisa, reagiu dessa forma.
— E o que a gente pode fazer?
— Conversem com ele e sejam o mais pacientes possível, pois na cabeça dele, isso que está passando é como o fim do mundo.
Os dois trocaram olhares.
— Vou dar uma poção para a baixar a temperatura agora.
— Obrigada.
Depois que o homem medicou o pequeno, os dois foram para casa.
— Está se sentindo bem?
Ethan deu de ombros.
— Está triste com alguma coisa?
— Não...
— Tem certeza?
Ele fez que sim com a cabeça.
— Ok. Vai dormir então, tá?
— Não quero ficar sozinho.
— Eu estou aqui.
— Então dorme comigo. — Segurou firme a mão dela.
— Eu tive uma ideia melhor... — disse sorrindo.
— Como assim?
— Quer dormir na cama com a mamãe e o papai?
Ethan sorriu.
— Quero!
— Então vamos!
O pequeno pulou no colo dela, que riu e seguiu até o quarto dos dois. Draco estava no banheiro e assim que ela chegou com o menino nos braços, ele saiu de lá.
— Alguém quer companhia para dormir...
— Então veio ao quarto certo!
Ethan deu uma risada gostosa fazendo os dois rirem.
O pequeno dormiu rápido. Estava deitado no meio dos dois. Draco e Hermione estavam deitados de lado se olhando.
— Isso tudo é culpa minha... — Draco suspirou.
— É mesmo.
— Sinto muito.
— Eu também. Ver meu filho assim por causa disso me dói... — Fez carinho no rostinho dele.
— A gente pode fazer uma coisa pra ele ficar bem.
— O que?
— Você volta pra casa.
Hermione ficou em silêncio.
— Volta de vez.
— Draco...
— Precisamos de sua resposta, Hermione. Eu e ele. Ou volta de vez ou vamos conversar com ele sobre... A separação.
— Será que a gente pode conversar em outro lugar?
— Claro.
Os dois levantaram e saíram sem fazer barulho.
— Olha só... Decidir assim sobre pressão não rola! Não é porque ele está desse jeito que eu vou voltar, Draco. É impossível voltar e agir como se nada tivesse acontecido! Se fosse com você, faria isso?
— Eu mataria primeiro o cara e depois te dava uma coça.
Hermione cruzou os braços.
— Mas como eu sei que você não faria isso, nunca passaria por essa situação.
— b****a! Estou falando sério!
Draco suspirou.
— Eu sei que é difícil, mas você poderia me dar uma segunda chance, Hermione. Eu não vou fazer isso de novo. Não preciso. Se eu tiver você, não preciso de mais ninguém.
Os dois ficaram em silêncio se olhando.
— Amanhã eu te a dou a resposta.
— Ok — respondeu com medo, afinal, ela podia dizer não, né?
Voltaram para o quarto e deitaram ao lado do pequeno. Hermione dormiu rápido, mas Draco não. Queria dormir tranquilo, mas não estava conseguindo se quer fechar os olhos. Estava realmente preocupado com a resposta dela.
No dia seguinte, assim que Hermione abriu os olhos, deu de cara com o loiro a olhando.
— Não dormiu?
— Não.
Ela ficou em silêncio. Ele estava péssimo! Nunca tinha visto ele desse jeito. Hermione passou a mão no rostinho de Ethan para ver se ele tinha melhorado.
— Parece que está normal...
Draco fez carinho na cabeça dele.
— Que bom.
O pequeno se mexeu e deitou de barriga para cima. Ele olhou os dois e colocou uma mãozinha em cada um.
— Vamos ficar juntos assim de novo e pra sempre?
Draco olhou Hermione, que engoliu em seco.
— Vamos tomar café? — Tentou desviar.
— Responde, mamãe.
Os dois esperavam a resposta a olhando sem desviar. Hermione engoliu em seco e ficou olhando de um para o outro. Logo respirou fundo e segurou a mão de seu filho.
— Filho, você é muito novo pra entender determinadas coisas... Aconteceu algo entre a mamãe e o papai que deixou a mamãe bastante abalada...
— Mas você tem que perdoar o que quer que seja, mamãe. Não quero ficar sem você e nem sem o papai.
— Você não vai ficar sem ninguém, filho.
— Mas eu quero que a gente more aqui...
Hermione suspirou e olhou Draco. Estava deitado de lado e tinha um dos braços apoiado na cama. A olhava com expressão de medo.
— Tudo bem. A mamãe volta.
Ethan sorriu largamente e Draco ficou a olhando de boca aberta.
— É sério? — perguntou surpreso.
— A menos que você não queira...
Ethan olhou o pai.
— Você quer, não é papai?
— É claro que eu quero — falou eufórico e se aproximou abraçando os dois. Ethan riu e os abraçou.
— Eu vou buscar café da manhã pra vocês — o pequeno levantou da cama e correu para a cozinha. Os dois riram.
Draco se aproximou e colou o corpo ao de Hermione.
— Nem acredito que isso está acontecendo...
Hermione o puxou pela nuca para mais perto e o beijou. Draco a apertou com força. O beijo era intenso e desesperado. O loiro deitou por cima dela.
Hermione o apertava com desejo e ele deslizava as mãos pelo corpo dela.
— Já chega... — Hermione falou ofegante, mas Draco não deu ideia e continuou beijando o pescoço dela com fúria. — O Ethan vai voltar, Draco.
O loiro parou de beijar e a olhou nos olhos.
— d***a! Eu quero você! — Apertou a cintura dela.
— Mais tarde você terá, afinal, vou estar aqui.
O loiro sorriu e a beijou.
A porta se abriu e Draco saiu de cima de Hermione com pressa. Em pouco tempo o menino entrou sendo seguido por um elfo.
— Essa é boa. Achei que ele ia fazer algo pra gente.
— Ele é um menino esperto!
Os dois riram.
Depois de comer, eles saíram do quarto. Ethan já estava ótimo. Pulava pela casa sorridente e não parava de abraçar seus pais sempre que passava perto.
— Tem alguém realmente feliz com a minha decisão.
— Não só ele... — A puxou para mais perto e a beijou.
***
Quando Minerva entrou em sua sala, os dois pararam de falar. Com certeza estavam se alfinetando. A mulher cerrou os olhos olhando na direção deles.
— O que vocês pensaram na hora de brigar no jardim?
— Ele que veio e me acertou no rosto.
A mulher olhou a boca de Enrico e depois Alex. O ruivo desviou o olhar.
— Por que fez isso, Sr. Weasley?
— Porque ele mereceu.
Enrico fechou os punhos.
— Isso não é resposta, rapaz.
— Ele fez algo r**m com a Clara.
— Algo que os dois possam resolver por eles mesmos?
Alex desviou o olhar.
— É sim diretora — Enrico que respondeu.
— Não importa o motivo. Não quero que se repita, estamos entendidos?
— Sim, diretora — responderam juntos.
— Menos 20 pontos para os dois.
— O que? — perguntaram juntos.
— Se reclamar tiro mais 30.
Os dois ficaram em silêncio.
— Podem ir.
Eles saíram da sala dela e encontraram Clara ao lado de fora.
— O que faz aqui? — Alex perguntou.
— A diretora quer falar comigo.
— Sobre o que?
— Eu não sei. — O olhou sugestiva.
Enrico encarava os dois com raiva. Ainda por cima ficavam de segredinho na frente dele! O loiro saiu dali andando rápido. Clara ficou olhando até que sumiu do corredor. A menina suspirou.
— Depois me conta o que ela disse...
— Ok.
Clara entrou e encontrou Minerva sentada na cadeira.
— Está se sentindo bem?
— Sim.
— Me parece que não.
— Não tem nada a ver com os poderes...
— Foram desavenças que você passou. Não precisa falar se não quiser, mas você tem que aprender a controlar suas emoções. É através delas que seus poderes se manifestam.
— Como sabe disso?
Minerva sorriu.
— Você vai ler no livro que pegou.
Clara arregalou os olhos.
— O-oque? Como sabe?
A mulher deu uma risadinha.
— Depois que vi o que você fez aquele dia, me dei conta do quão forte você é. E lembrei da história daquele livro que também está com você. Coloquei ele de fácil acesso justamente para você achar.
Clara estava estática olhando a mulher.
— Já tinha ouvido falar de poderes como os seus, mas nunca vi de perto. São extremamente raros.
— E você falou sobre controlá-los... Se não controlar o que acontece?
— Bem. Você já leu o livro todo?
— Sim.
— Então viu o que aconteceu com o garoto, certo? Ele não controlou suas emoções e fez a coisa errada. Você já está manifestando sua raiva, querida. Tem que controlá-la. Por mais que seja uma situação que você fique extremamente nervosa, tem que controlar. Senão, não sabemos o que pode acontecer.
— Entendo... Então sou uma bomba preste a explodir.
Minerva deu uma risadinha.
— Se estiver devidamente controlada, não.
— Como faremos isso?
— Quero que me encontre todos os dias depois das aulas.
— Aqui?
— Sim.
— Posso trazer a Alyce comigo?
— Se se sente melhor assim, pode.
— Obrigada.
— Te espero aqui a noite.
— Tudo bem.
Clara saiu da sala de Minerva e seguiu até o salão para comer. Chegando lá viu que tinha uma rodinha de pessoas e suspirou. Já até imaginava o que era.
Ela se aproximou e parou ao lado de Alyce.
— Esses dois ainda vão se m***r.
— Idiotas.
Alyce a olhou.
— Aconteceu alguma coisa?
— Depois eu falo.
Enrico e Alex trocavam ofensas enquanto elas conversavam entre si. Ao ver que ia dar briga f**a, Clara se aproximou dos dois.
— Alex, por favor. Vamos sentar e comer?
— Mas...
— Por favor.
— Tudo bem. — O ruivo passou por ela e sentou na mesa da Grifinória.
Clara ficou parada olhando Enrico. Estava sério a olhando quieto.
— Vamos, amor. Deixa essa gentalha pra lá — Agnes falou dando um selinho nele.
Clara ficou estática olhando os dois.
— É melhor mesmo. — Segurou a mão da menina e a levou pra mesa da Sonserina.
A garota olhou Clara com um grande sorriso de satisfação. A menina engoliu em seco. Que i****a! Não sabia quem era mais, ele ou ela.
Clara fechou os punhos com raiva ao ver que a menina o beijava só para provocá-la.
Enrico sentiu um cheiro esquisito e procurou ao redor dele alguma comida queimada, mas não tinha nada. Ele olhou para o lado e viu que a capa do uniforme de Agnes pegava fogo.
— Merlin! Está pegando fogo! — Se afastou da menina.
Agnes levantou da mesa e começou a gritar para que alguém apagasse o fogo. Clara engoliu em seco e abriu as mãos que estavam fechadas. Essa não! Ela fez a garota pegar fogo!
Sem pensar duas vezes, correu na direção da menina e jogou a grande jarra de suco em cima dela. O fogo se apagou na hora, mas Agnes ficou a encarando com fúria. Estava completamente roxa, pois o suco era de uva.