Treinamento

2177 Words
Como tiveram que voltar das férias por causa de Ethan, Hermione decidiu voltar a trabalhar. Draco também, não queria, mas voltou. O loiro estava em sua sala fazendo seu trabalho como normalmente. Jenny entrou e ele fingiu que ela nem existia. — Bom dia. Draco não respondeu. — O que meu chefinho precisa hoje? — Que você suma e nunca mais apareça. A mulher riu. — Quanta raiva nesse coração, senhor Malfoy. Eu não sou uma pessoa que some fácil... Draco a olhou finalmente. Estava apoiada na mesa dele de um jeito oferecido. — Não seja por isso eu te ajudo a sumir. Conheço um ótimo jeito. — É mesmo? E qual é? — Se aproximou bastante. Draco levantou da cadeira e se afastou dela. — Te mando pro inferno! — disse feroz. — Hum... Só vou se você for comigo. — Sai daqui antes que eu não me controle mais! — Então não se controle... — Chegou perto e o segurou pela blusa. Draco agarrou os pulsos dela segurando com força. — Nunca mais ouse me encostar! Você ouviu? — Ai... — Ouviu? — Apertou mais. — Tá bom. O loiro soltou os pulsos dela com arrogância e se sentou de novo. Não a olhou e continuou seu trabalho. A mulher ficou o olhando com a mão no pulso. Adorava quando ele era bruto... Saiu da sala para pegar uns papéis que Draco precisava. No caminho encontrou Caleb que carregava uma caixa. — O Malfoy voltou a trabalhar? — Sim. Voltou hoje. — Hum... — Por quê? — Só queria saber. — Até parece! Sei que você teve um... Rolo com a mulher dele. O homem a olhou surpreso. — Como sabe disso? — Tenho meus contatos... Caleb franziu a testa. — E o que mais você sabe? — Sei que está com raiva dele. Dá pra ver na sua cara. — Isso não te interessa! A mulher sorriu de lado. — Eu sei que está e fique sabendo que posso te ajudar a fazer ele pagar. — Como? — Se a gente conseguir separar os dois, ele vai sofrer bastante. — Isso não é sofrimento pra mim. — O que é então? — Algo que doa mais. — Entendo, mas essa dor é bem melhor do que a física, não acha? A física cura com um tempo, mas essa ele vai sentir pra sempre... Caleb ficou pensativo. Talvez ela tenha razão afinal. — E por que você quer separá-los? — Quero ele pra mim. — Faça bom proveito. — Vai querer minha ajuda? — Sim. A mulher sorriu satisfeita. — Eu soube de uma coisa e tive uma grande ideia... — O que você soube? — Que um cara veio aqui e quis pegar a esposa dele, mas ela não quis. — Que cara? — Um tal de Vitor Krum. — Hum... E qual seu plano? — É simples... *** Hermione estava em sua sala, mas nesse momento não mexia nos papéis. Estava pensativa. Lembrava de tudo que passou nos últimos dias e se perguntava se fez o certo voltando para casa. Clara disse que Draco tinha se arrependido e que não a trairia mais... Mas se traísse? Ela contaria? Hermione suspirou. Queria mesmo confiar em Draco, mas estava difícil. Alguém bateu na porta cortando seus pensamentos. — Entra. A porta se abriu e Caleb estava ali. — Desculpe atrapalhar. — O que você quer? O homem se aproximou e entregou um envelope a ela. Hermione franziu a testa e abriu. Dizia ali que a partir de agora Caleb seria o novo ajudante dela. Ela ficou de boca aberta com o que leu. — Mas... — Eu não tive culpa de nada. — Só pode ser piada... — Está assinado pelo Ministro. Hermione olhou o fim do papel. Estava mesmo. — Tudo bem, mas que fique claro que só falo com você por causa do trabalho. Nada mais. — Está tudo bem. Amanhã eu estou aqui no horário. — Ok. O homem saiu da sala e Hermione suspirou. Que azar! Tanta gente para trabalhar junto e tinha que ser logo ele? Ao terminar tudo, saiu da sala. Draco a esperava ali. Sorriu quando o viu. O loiro se aproximou e a beijou levemente nos lábios. — E aí como foi seu dia? — Bom... Estranho na verdade. — Por quê? — Chatices do trabalho. — Sei... — Vamos? — Deu um beijo no rosto dele. — Vamos. Assim que chegaram em casa, foram recebidos por Ethan que abraçou os dois e perguntou se Hermione não mudou de ideia quanto a voltar para casa. — Filho eu já disse que não. — Que bom. Quero morar com vocês juntos e nunca mais ter que ir embora. — Você nunca foi embora, Ethan. — Mas não quero ficar dormindo na vovó. — Qual o problema em dormir na casa da sua avó? — perguntou de braços cruzados. — Nenhum. Eu prefiro ficar aqui com vocês. Só isso. — Tá bom. O menino saiu de perto deles e correu para o seu quarto. — Está tudo bem com você? — Por quê? — Estou te achando estranha... Está me escondendo algo? Os dois ficaram em silêncio se olhando. — Não surta... Draco já logo ficou tenso. — Colocaram o Caleb para trabalhar comigo. Silêncio. O loiro a olhava completamente sério enquanto Hermione esperava ele dar um ataque. — Você e o imbecil... Trabalhando juntos? — Sim. — Que p***a é essa? Isso já está decidido? — gritou. — Sim. — Entregou o mesmo papel que Caleb a entregou. Draco abriu com fúria e leu tudo, amassando quando terminou. — Vai ficar tudo bem. Ele não pode fazer nada comigo lá dentro. — Mas se tentar eu faço! Não importa se estamos lá dentro ou em qualquer outro lugar! Mato esse filho da p**a se chegar perto de você! — disse feroz. Hermione se aproximou e o beijou. — Adoro quando você fica assim nervoso e ameaçador... Draco sorriu de lado. — Então espero que você esteja lá no quarto em cinco minutos. Senão eu não respondo por mim... Hermione riu e subiu as escadas. Draco foi atrás. *** — Sua i****a! — Agnes falou alto. — Não precisa agradecer por eu ter apagado o fogo! — Ninguém pediu sua ajuda! — Dá próxima espero que queime até a morte. Todos ficaram em silêncio ao ver o olhar de fúria de Clara ao dizer isso. — Posso saber o que se passa aqui? — finalmente a menina parou de encarar a outra e balançou a cabeça, confusa. — Ela estava pegando fogo, diretora. Do nada... — Enrico explicou. — Convenhamos que deve ter uma explicação para isso. — Não tinha nada para isso acontecer. Minerva ficou em silêncio olhando a menina. — Deve ter sido algum engraçadinho. Espero que ninguém mais tente fazer magia fora das aulas! Eu descubro quem foi. Os alunos ficaram em silêncio. — Vamos, vamos! — Bateu palmas. — Sente-se e comam. E você vá se limpar. Agnes encarou Clara antes de sair andando rápido do salão. Clara sentou em seu lugar à mesa e ficou parada pensando sobre o que aconteceu. Nem conseguiu comer, estava assustada. — Que foi? — Nada. — Então por que não come? — Estou sem fome. — Eu sei que está mentindo, Clara. A menina o olhou. Estava encarando seu prato o tempo todo. — Eu explico depois, Alex. Com calma. — Tudo bem, mas come alguma coisa. — Vou tentar. O dia passou e Clara estava totalmente avoada. Não prestava atenção em nada ao seu redor. Nem mesmo em Agnes que não perdia a oportunidade de tentar irritá-la. Estava indo agora até a sala de Minerva. Nem chamou Alyce. Queria que o dia terminasse logo. A menina suspirou e bateu na porta da diretora. — Entre. Clara obedeceu. — Com licença. — Fique à vontade, querida. — Obrigada. — Resolveu vir sozinha? — Sim. — Percebo que está chateada... — Eu não queria ter colocado fogo nela... Minerva ficou surpresa. Não tinha pensado que Clara fez aquilo. — Você colocou fogo nela? — Eu acho que sim... — Ficou com raiva de alguma coisa? — Sim. — Hum... Raiva dela? — Sim — respondeu olhando o chão. — Não se preocupe, isso vai passar quando controlar seus poderes. — E como vou fazer isso? — Vou te passar exercícios. — Como assim? — Podemos começar com o sentimento que tem pela senhorita Thompson. Clara ficou em silêncio observando a diretora. — O que sente ao pensar nela? Clara lembrou de tudo que aconteceu nos últimos dias. Tudo que ouviu de Agnes e o que ela colocou na cabeça de Enrico. A menina trincou os dentes com as lembranças. — Respire fundo, querida... Clara se assustou quando Minerva falou isso bem próximo ao ouvido dela. — Agora pense em coisas que te acalmam. Como naquele dia que te vi... Clara respirou fundo e fechou os olhos. Ela fez o que Minerva aconselhou. Em pouco tempo se sentiu mais leve. — Melhorou? A menina abriu os olhos ao ouvir a pergunta. Minerva estava parada na frente dela a olhando sem esboçar nenhuma reação. — Sim. — Você foi muito bem. Parabéns! Pegou de primeira — disse sorrindo. Clara olhou ao redor e viu alguns objetos jogados no chão. — Isso não foi nada. Achei que seria pior. — Deu uma risadinha. — Pior? — Você sabe que coisas acontecem quando está irritada. — Sei... — Mas não se preocupe. Faça o que eu falei agora e vai controlar isso. — E se eu não conseguir? — Bem... Você tem que ser forte e tentar relaxar. Você tem uma paz enorme dentro de si. É uma pessoa muito calma. Isso é muito bom e é uma vantagem pra você. Se controlar sua raiva agora, vai ser fácil. — Você fica falando isso de agora... O que quer dizer? Minerva ficou em silêncio por uns segundos olhando Clara. — Como eu disse antes, você é extremamente forte. E seus poderes são diferentes. Precisam ser controlados para que nada de r**m aconteça. Leia o livro que você vai entender. Clara suspirou. Por que ela não explicava de uma vez? Que coisa! — Lembre-se de se manter a calma que vai dar tudo certo. — Ok. — Pode ir. — Obrigada. A menina saiu da sala e seguiu para o salão comunal. Alyce e Alex a esperavam sentados no sofá. Clara se aproximou e sentou entre os dois. — E aí? — Alex perguntou. — Ela está me ajudando a controlar a raiva e essas coisas... — Como assim? Clara explicou o que aconteceu na sala de Minerva. — Eu acho super legal ela estar te ajudando sabia? Assim você não fica perdida — disse Alyce. — É verdade. E parece que ela sabe o que está fazendo. — Esse é o problema. Ela não me explica muita coisa. Só diz para ler o livro que peguei. — Ela sabe que pegou o livro? — os dois falaram juntos. Clara deu uma risadinha. — Sabe. — E não brigou com você? — Alyce perguntou com os olhos arregalados. — Não. E ainda disse para ler. — Eu acho que ela tem problemas... — disse Alex. — Acho que está querendo ajudar. — Ou esconde alguma coisa... Alex e Alyce trocaram olhares. — Bem... Eu vou dormir. — Alyce levantou do sofá e saiu antes que alguém falasse alguma coisa. Os dois ficaram em silêncio. Clara olhava o chão para não olhar o Alex e ele olhava para o lado oposto ao que ela estava. — Bem... Vou dormir também... — Levantou. Alex segurou o pulso dela. Clara engoliu em seco. — Desculpa pelo que aconteceu... — Também tenho que me desculpar... Eu deixei acontecer. Alex ficou em silêncio olhando Clara. Estava de cabeça baixa. — E por que deixou? Clara suspirou. — Estava bastante abalada no momento, Alex. Quando percebi já tinha feito. — Entendi. — Desculpa. — Está tudo bem. — Espero que isso não abale nossa amizade. — Não vai. — Que bom. — A menos que... — Levantou do sofá e ficou de frente pra ela. Agora Clara o olhava fixamente. — Você aceite que não sejamos mais amigos. — Como assim? — Que sejamos mais do que amigos... — Se aproximou dela. — Alex você tem namorada... — Eu sei, mas eu posso terminar para ficar com você. — Isso não é legal. — Você sabe que eu queria você. Clara desviou o olhar. — Mas como não tinha chance... — Por que agora acha que tem? — Porque você me beijou. Droga! Pensou nervosa. — Alex eu... Ele colocou um dedo na boca dela, a impedindo de falar. — Não responde agora. Pensa sobre o assunto. Posso tentar fazer você esquecer aquele cara. Os dois ficaram em silêncio se olhando. — Tá bom. — Até amanhã então. — Deu um beijo no rosto dela e seguiu seu caminho. Merlin! Que situação! Mas será que isso é uma boa ideia?
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