17- O beijo

1425 Words
Capítulo 17 Gio narrando : Quando ele parou na minha frente e mandou aquele "Boa noite, princesa", eu fiquei sem reação. Olhei pra ele, e parecia cena de filme. Um moreno, cabelo na régua, corpo forte e tatuagem até onde eu podia ver. A cara tinha cara de bandido, mas o jeito de falar era tranquilo. Senti meu rosto queimar na hora, e a única coisa que consegui pensar foi, Controla isso, Giovana, pelo amor de Deus!. — Tá falando comigo? — soltei, tentando parecer indiferente, mas minha voz entregou tudo. — Com quem mais seria? — ele respondeu, me encarando como se já tivesse ganhado a batalha. — Vi lá de cima, e sabia que tinha que vir falar contigo. Tentei disfarçar o impacto, mas não tava funcionando. A Carla começou a rir, como se já soubessem no que aquilo ia dar. — E quem disse que eu quero falar contigo? — retruquei, cruzando os braços, mesmo sabendo que minha postura defensiva não ia convencer ninguém. Ele sorriu de lado, com aquele ar de quem já tá acostumado a ouvir "não" só pra depois receber um "sim". — Não precisa querer agora, princesa. Só precisava que você me notasse. Que cara audacioso!, pensei. Só que, ao mesmo tempo, tinha algo nele que me fazia querer continuar aquela conversa, mesmo sabendo que era uma péssima ideia. Tentei desviar o olhar, mas quando mordi o lábio pra me concentrar, percebi que ele tava me observando com um sorriso discreto. Ele deu um passo pra frente, e eu senti o cheiro do perfume dele misturado com o aroma de whisky. Quando ele se aproximou ainda mais, fiquei tensa. O cara era muito intenso, e, sinceramente, aquilo me deixou ainda mais nervosa. — Quer ir pro camarote comigo? — ele perguntou baixinho, a voz grave e rouca no meu ouvido. Um arrepio subiu pela minha espinha, e eu fechei os olhos por um segundo, tentando me recompor. Respirei fundo e soltei, sem nem pensar direito: — Não. Abri os olhos e vi ele me encarando, com aquele sorriso de lado que parecia carregar uma promessa. Ele cruzou os braços, como se tivesse me analisando, e então balançou a cabeça devagar. — Eu não aceito um não, princesa — ele disse, com uma calma que me desconcertou. — Essa noite você vai ser minha, tá entendendo? A forma como ele falou foi direta, sem espaço pra dúvidas. E o pior? Eu senti meu corpo inteiro reagir a isso, como se algo em mim quisesse acreditar que ele tava certo. — Olha aqui, eu não sou desse tipo, tá? — rebati, tentando parecer firme, mas a verdade é que eu tava meio perdida naquele olhar dele. Ele deu mais um passo, diminuindo ainda mais o espaço entre a gente. Meu coração parecia que ia sair do peito, e eu sabia que a Carla tava ali atrás, assistindo a cena e provavelmente achando tudo isso muito engraçado. — E que tipo você é, então? — ele perguntou, inclinando a cabeça. — Me diz, que eu faço questão de descobrir. Minha respiração falhou por um segundo, mas eu não podia deixar ele achar que tinha ganhado. — O tipo que não vai pro camarote com qualquer um — soltei, tentando manter minha pose. O sorriso dele cresceu, como se minha resposta tivesse sido exatamente o que ele queria ouvir. — Eu também não sou qualquer um, princesa — ele respondeu, confiante. — Mas tudo bem, fica aqui pensando. Eu volto pra buscar você. E, com isso, ele deu um passo pra trás e me deixou ali, completamente confusa. As risadinhas das minhas amigas logo começaram, mas eu não conseguia nem focar nelas. — Que foi isso, hein? — Carla perguntou, me cutucando. Eu não respondi, só olhei pra ele enquanto ele subia de volta pro camarote, sem nem olhar pra trás. A noite tava só começando, mas eu já sabia que esse cara ia bagunçar minha cabeça. Carla me cutucou de novo, com aquele sorriso sacana no rosto, e não teve como não rir. Ela sempre foi assim, direta, sem filtro, e tava fazendo de tudo pra me convencer a curtir a noite. — Vai lá, aproveita, boba! Amanhã é outro dia, e você nem precisa saber quem é — ela disse, quase que implorando. — Aproveita, você só teve o Hugo nessa vida, tem que provar outro, vai por mim! Vai que esse tempo mostra que o Hugo nem era tão bom assim na cama ! – ela diz, achando graça. Eu olhei de relance pro camarote, onde ele ainda tava me encarando. O cara não tirava os olhos de mim, e isso, de algum jeito, fez meu coração bater mais rápido. Ele era intenso demais, e a forma como ele se me olhava lá de cima... Era como se ele tivesse me hipnotizando, me atraía, mesmo sabendo que eu devia fugir disso. Mas a Carla já tinha mexido na minha cabeça. Eu não sabia o que fazer, só sentia aquele impulso de ir até ele, de ver até onde aquilo poderia chegar. — Eu não sei... — eu disse, mais pra mim mesma, me contradizendo. Carla olhou pra mim com uma expressão de quem já sabia a resposta, e, antes de eu poder dizer mais nada, ela me interrompeu com um sorriso. — Larga de ser boba — ela disse, me dando um empurrãozinho. — Tu vai ver, vai ser uma noite maravilhosa! Vai lá e aproveita, vai ser bom pra você. Qualquer coisa eu tô por aqui. Fiquei parada por alguns segundos, ainda com a mente dividida. Mas, vendo ele lá no camarote, o olhar firme e confiante, a possibilidade começou a fazer sentido. Eu não podia negar, o cara era gato demais. E, por mais que eu tentasse lutar contra isso, eu sabia que a noite ainda ainda tava começamos e eu poderia me perder um pouco, sem me preocupar com as consequências... Olhei mais uma vez pra ele, que me encarava como se soubesse que eu estava decidindo naquele momento se iria ou não. E, nesse instante, a vontade de dar um passo à frente ficou mais forte. Respirei fundo e olhei pra Carla, que esperava ansiosa pela minha resposta. — Tá bom, vou lá. — Respondi finalmente, já me levantando da cadeira do bar. Carla sorriu, satisfeita, e me puxou pela mão. — É isso, amiga! Você vai ver, vai se divertir. E, com isso, fui em direção ao camarote, tentando não pensar muito no que estava prestes a acontecer, mas com a certeza de que essa noite iria ser diferente de tudo o que eu já vivi. Eu subia as escadas do camarote, sentindo o olhar do segurança me avaliar, até que ele fez uma leve pressão, impedindo meu passo. Olhei pra ele, mas antes que eu pudesse falar algo, o cara desceu, com aquele sorriso confiante no rosto. Ele se aproximou do segurança, falou algo baixo, e o homem, sem hesitar, fez um gesto, liberando minha passagem. E aí, ele estava ali, esperando, com os olhos fixos em mim, como se tivesse antecipado que eu iria até ele. O coração acelerou, mas meu corpo já não sabia mais o que fazer, estava como que sob o comando dele. Ele sorriu mais uma vez, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo comigo, e a tensão no ar ficou quase palpável. Eu me aproximei, mais e mais, até que nossos corpos estavam quase se tocando, o calor de cada respiração misturado. Ele me encarava, parecia querer ter certeza de que eu estava pronta para aquilo. Eu, por minha vez, não queria mais resistir. Sem pensar, meu corpo se inclinou para frente, e encostei minha boca na dele. O beijo começou suave, mas logo a intensidade tomou conta, como uma chama que se acende sem aviso. Beijei a sua boca, e ele não hesitou em responder com uma pegada forte, como se estivesse me consumindo ali mesmo. Foi um beijo que eu nunca tinha experimentado antes. A forma como ele me tocava, como ele puxava meus lábios para os dele, fazia com que tudo ao meu redor desaparecesse. Não tinha mais barulho, não tinha mais festa. Só nós dois, entregues a um beijo que parecia não ter fim, mas que a cada segundo se tornava mais intenso, mais quente. Ele me puxou mais pra perto, e pude sentir a firmeza do seu corpo contra o meu, o que me fez perder qualquer noção de tempo ou lugar. Continua ...... Deixem bilhetinhos para esse casal ❤️
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