Capítulo 3
Hugo narrando:
Meu nome é Hugo, tenho 35 anos, sou moreno, com cabelo castanho e olhos claros. Sou tenente do BOPE, e trampo pra caramba, quase não tenho tempo pra nada. Quando eu tinha 30 anos, conheci uma mulher, bem novinha, a Giovana. De cara, fiquei interessado nela. Ela era linda, virgem, toda dedicada aos estudos, e tinha tudo o que minha mãe queria em uma nora. Quando eu a conheci, já sabia que ela ia ser a minha mulher, não tinha outra melhor que ela. Logo começamos a ficar juntos, depois começamos a namorar, e agora já faz dois anos que estamos casados. Casei com ela na igreja e tudo, porque minha mãe e meu pai são muito ligados a essas coisas, e a Giovana não tem família.
No começo, foi bom demais ter alguém ali todo dia, principalmente pra t*****r, ainda mais sendo uma gata e gostosa o
igual a ela.
A Giovana era a mulher dos meus sonhos.Toda bonita, dedicada, e o que eu mais gostava, era a dedicação dela a mim. Eu via que ela realmente queria estar ao meu lado, que me amava de verdade. O início do casamento foi bem tranquilo, a gente se entendia, tinha muito sexo, muito carinho. Era bom demais. Eu realmente acreditava que ela era a mulher certa pra mim.
Mas, com o tempo, o trampo foi tomando conta da minha vida. Eu sei, sei que não é desculpa, mas quem trabalha como eu, na polícia, tem um ritmo que te consome. Não é só a quantidade de horas, é a tensão, a pressão o tempo todo. Eu chego em casa exausto, às vezes já é madrugada, e quando não tem operação, o pessoal lá da corporação ainda me chama pra fazer alguma coisa. Aí, a Giovana... ela ficava na dela, sempre compreensiva, sempre esperando por mim. Só que, cara, de uns tempos pra cá, comecei a perceber que ela não tava mais tão feliz. Não sei se ela percebeu, mas, eu tava ficando afastado, mais ausente, e eu não sabia como lidar com isso. Eu tentava justificar, dizia que era o trabalho, que não tinha como evitar, mas, no fundo, eu sabia que ela precisava de mais. E, p**a que pariu, eu não sabia o que fazer pra mudar isso.
Teve um dia que a Giovana me chamou pra conversar, e na hora eu percebi que não dava mais pra fingir que tava tudo bem. A gente tava se afastando, e eu não queria isso. Eu amo ela, mas... eu não sei, cara. O trampo me consome, e a ideia de ter que parar tudo pra dar atenção não era fácil, mas eu sabia que tinha que mudar. Eu nunca pensei que ela fosse duvidar de mim, de minha lealdade. Eu a amo, mas, às vezes, eu me sinto preso. Preso ao trabalho, preso à responsabilidade, e acabo deixando ela em segundo plano, sem querer. Isso não é certo, eu sei.
A Giovana tá sendo compreensiva, mas, no fundo, eu sei que ela precisa de mais. Eu prometi a ela que ia melhorar, mas não sei por onde começar. Eu não quero perder ela, cara. Ela é tudo pra mim. Eu só não sei como equilibrar esse peso que é o trabalho com o amor que eu sinto por ela. Tá difícil, e eu tenho medo de perder a única coisa boa que eu tenho.
Eu vou ser sincero agora, porque não tem como esconder mais. Eu amo a Giovana, isso é verdade. Mas, cara, eu não consigo ser fiel. Eu tentei, mas as coisas fugiram do meu controle.
A gente tá casado há dois anos, e no começo foi tudo perfeito, mas com o tempo... as coisas mudaram. Eu não sei o que aconteceu, mas eu não consigo ficar só com ela. Há mais de um ano, eu tô envolvido com a Sabrina, uma policial que trabalha comigo. Ela é f**a, cara. A gente se conhece desde o início da minha carreira no BOPE, e a nossa conexão foi ficando cada vez mais forte. No começo, até tentei resistir, mas não rolou. Ela tem o que eu preciso. Ela entende o meu trabalho, a pressão, as demandas que ninguém mais entende. E, o sexo... c*****o, o sexo com ela é intenso, é como se fosse uma outra realidade.
E aí, quando eu volto pra casa, vejo a Giovana lá, toda doce, esperando por mim. E eu, ao invés de ser honesto, invento qualquer desculpa. Digo que estou de plantão, que a operação vai se estender mais um pouco, que preciso ficar mais tempo na delegacia. Tudo mentira, tudo uma farsa, só pra poder passar a noite com a Sabrina. Eu não sei por que faço isso. A Giovana nunca me deu motivos pra agir assim, mas, ao mesmo tempo, eu não consigo controlar. Eu fico me perguntando se ela percebe, se sente que tem algo errado, mas eu nunca dou motivos pra ela desconfiar de mim.
Eu sei que ela merece mais. Ela me dá todo o apoio, sempre compreensiva, mas, ao invés de ser honesto, fico mentindo pra ela, fazendo com que ela acredite em uma coisa que não é real. Às vezes, me sinto um merda, mas depois passa. E, quando vejo a Giovana, com aquele sorriso dela, tão confiável, tão... ingênua, me sinto pior ainda. Ela confia em mim, e eu faço isso com ela.
A Sabrina, por outro lado, me dá uma coisa que eu não encontro em casa. A adrenalina, a paixão, o sexo sem amarras. E, eu sei que isso não é certo, eu sei que estou sendo um escroto, mas continuo. Não sei se é por vício, se é por algo que falta em mim, mas eu não consigo parar. Tento manter as duas, mas sei que, aos poucos, a Giovana tá começando a perceber. E quando ela me cobra, quando ela me pergunta o que tá acontecendo, eu me sinto um lixo. Eu sei que ela merece a verdade, mas eu... eu não sei se posso dar essa verdade pra ela. Eu me sinto preso nessa mentira que criei, e não sei como sair disso.
Ela me ligou toda estressada, e, bom, eu já sabia que ia ter que dar uma assistência pra ela. Não tem jeito. Cheguei em casa mais cedo hoje, porque o clima tava pesado e eu já imaginava o que ia rolar. Ela deve ter ficado o dia todo na casa daquela amiga dela, a Carla, que eu não suporto nem um pouco. Mas enfim, né? Eu tava tentando não dar muita atenção a isso, porque sei que é coisa dela e não vou ficar perdendo tempo com essa briga.
Quando ela chegou, já veio com aquele papo torto, com aquela energia de quem já tava cheia de encheção. Mas eu não sou bobo, não. Já vi que ela tava buscando algo, alguma resposta de mim, sei lá. Enrolei ela um pouco, falei umas coisas ali pra acalmar e... fui pro meu canto. Ela foi se arrumar, e agora eu tô aqui, terminando de me arrumar também.
Eu sei como é, eu sei que preciso fazer meu papel de marido, mostrar que tô ali, dar uma assistência, tirar a tensão da cabeça dela. E, claro, dar a atenção que ela precisa, pra não perder o controle da situação. Vou levar ela pra sair, tentar fazer as coisas parecerem normais, porque é assim que as coisas funcionam. Ela vai ficar bem, até porque, na cabeça dela, tudo tá ok. A gente vai sair, vai dar um rolê, vai esfriar a cabeça... tudo vai voltar ao normal. Pelo menos por enquanto.
Eu olhei pra ela enquanto se arrumava, e caramba, ela tava linda. Não importa o que aconteça entre a gente, eu sempre penso o quanto ela é perfeita. O corpo dela, aquele sorriso que me conquista toda vez... Eu a amo, eu amo a Giovana e jamais abriria mão dela. Eu não suportaria saber que ela foi de outro, jamais.
Ela tava ali, se ajeitando na frente do espelho, com aquele vestido que, quando ela coloca, parece que o mundo inteiro para pra olhar. E, mesmo com tudo o que eu tenho feito, mesmo com toda a confusão, ela ainda tem esse poder sobre mim. Eu a vi lá, com aquele olhar de quem tá buscando algo em mim, algo que ela ainda acredita ser real. E, por um momento, eu pensei... Será que eu mereço essa mulher? Ela é perfeita, caramba. Ela não merecia isso, esse vazio entre a gente. Mas, na minha cabeça, já tava claro que, se eu não fizesse as coisas certas agora, ia ser tarde demais.
Me aproximei dela e disse, sem pensar muito, apenas sentindo aquele impulso:
— Você tá linda, Gio, perfeita, como sempre.
Eu podia ver que ela sorriu, mas era um sorriso diferente. Não era aquele sorriso de quando a gente se conheceu, aquele cheio de confiança e felicidade. Era mais um sorriso tímido, como se estivesse tentando acreditar nas minhas palavras, tentando convencer a si mesma que tudo estava bem.
Ela me olhou, e eu me senti m*l por dentro, porque, no fundo, sabia que a verdade tava longe disso. Mas naquele momento, o que eu podia fazer? Olhei nos olhos dela e disse de novo:
— Você é maravilhosa, você é tudo pra mim, amor. Tu não imagina como eu te amo.
Ela sorriu de novo, mas dessa vez parecia mais forçado. Eu percebi, mas tentei ignorar. Agora, a missão era agradá-la, mostrar que tudo tava bem, e fazer com que ela esquecesse o que tava passando na nossa relação.
Continua .....