O que ninguém te conta

1233 Words
Taylor Davis Já era de manhã quando acordei e tudo o que consegui pensar naquele momento era em como os meus pais iriam me matar quando eu chegasse em casa. Eu não planejava dormir fora então avisei a minha mãe que chegaria por volta das 2 da manhã. Me pareceu um bom horário já que não passava das 22 horas quando voltamos da praia. Claro que a minha falta de experiência não me preparou para uma noite intensa com Adam. Eu não sei nem como descrever o prazer que tive, só sei que foram tantos orgasmøs que em algum momento eu apenas apaguei de exaustão. Sexø dura no máximo trinta minutos nos filmes, não que eu assista filmes desse tipo, e a minha primeira vez com Adam, que é a única referência real que eu tinha até hoje, foi relativamente rápida. Fomos praticamente dos beijos ao sexø e o ato em si durou cerca de uma hora, então, na minha ingenuidade, eu teria tempo de sobra. Acho que se tivéssemos parado na primeira vez teria sido mais rápido mesmo, mas ele nunca parecia satisfeito e eu... nossa, eu não imaginava que podia ser tão bom. Foi a primeira vez que recebi "beijos" na minha intimidadԑ e Adam é tão bom nisso que eu também não senti vontade de parar, mesmo quando o meu corpo começou a reclamar de cansaço. Será que todo mundo sempre faz tantas vezes assim ou era só uma coisa de tensãø sԑsual acumulada? Talvez, se eu tivesse sido menos orgulhosa para conversar sobre isso com as minhas amigas, já que ambas são sexualmęnte ativas, entenderia um pouco mais como funciona as coisas quando duas pessoas cheias de desejo estão sozinhas em um quarto. Mas, qual o sentido em falar de sexø quando você não tem um namorado? Em casa, o tema sexø é um tabu. Meus pais, em especial a minha mãe, são bem religiosos então a única coisa que aprendi a respeito foi sobre a importância de se guardar para o casamento. 'Essa é a coisa mais valiosa que uma mulher tem para presentear o seu marido', eu cresci escutando a minha mãe dizer. Acho que se nos entregamos a alguém por amor, Deus não vai se importar com o nosso estado civil e, sinceramente, o tipo de ligação que eu e Adam compartilhamos foi tão forte que se existem outras vidas Deus uniu-nos em alguma delas. Claro que eu nunca compartilharia a minha opinião sobre isso com os meus pais. Me levantei da cama me sentindo relaxada e dolorida. Adam dormia tão sereno que não tive coragem de acordá-lo. A realidade que o espera hoje não é das mais bonitas por isso não está mąl que ele descanse um pouco mais. Me arrumei o mais silenciosamente possível, tentando parecer minimamente decente antes de voltar para casa. O meu maior problema era o enorme chupãø no meu pescoço que ficava evidente como uma placa de néon em contraste com a minha pele clara. Para ajudar, o meu vestido de alcinhas deixava toda a região exposta. Joguei os cabelos por cima e torci para que fosse suficiente. Não queria que Adam pensasse que fugi então deixei um bilhete em cima da caixa do novo celular, pois sei que lá era impossível que ele não o encontrasse. Depois eu ligaria para ele para conversarmos melhor. Sair do apartamento era mais fácil que entrar já que o elevador não tem senha ou chave de acesso no caminho inverso. Parei na primeira farmácia que encontrei para comprar a pílula do dia seguinte, que, por sinal, eu tomei assim que entrei no carro, e finalmente fui para casa. Assim que entrei, a minha mãe veio furiosa me repreender. O meu pai caminhando logo atrás dela. - Sabe Taylor, ter dezoito anos não te torna uma adulta independente, ao menos, não enquanto o seu pai e eu somos os responsáveis por você. - Minha mãe diz nitidamente irritada. - Sinto muito. - Digo com a cabeça baixa - Eu peguei no sono na casa da Julia e quando acordei já era de manhã. - Para começar não era nem para você ter ido para a casa dela. Você sabe exatamente o que eu penso daquela menina. Me sinto terrível por envolver minhas amigas nessa história. Minha mãe me ligou assim que deu o horário que eu prometi voltar para casa. Como eu não a atendia, ela imediatamente ligou para Becky pois achava que eu ainda estava festejando na casa da família do Thomas. Na verdade, acho que ela só me deixou ficar até tão tarde porque pensa que somos 'amigos' da família Carter já que meu pai conhece o pai do Adam. Mąl sabe ela que este Carter em questão não está no seu melhor momento com os familiares. - A Julia ainda está sem carro. Dei uma carona para ela até a sua casa e ela me chamou para entrar um pouco. Ficamos conversando sobre o nosso tempo na escola, relembrando o passado e eu acabei pegando no sono. Uma mentira muito bem elaborada e obviamente não por mim. Quando a minha mãe questionou a Becky, minha amiga, sabendo que saí com o Adam e que obviamente não tinha voltado para casa, disse que eu estava com a Julia. Antes mesmo que a minha mãe desligasse o telefone, Becky já contava a Julia o que estava acontecendo e ela, com sua mente rápida, desligou o seu celular e silenciou o telefone fixo da casa. Assim, quando a minha mãe não conseguiu falar diretamente com ela, ligou no número fixo e quem atendeu foi uma rouca e sonolenta "mãe da Julia" que a avisou que nós duas estávamos dormindo e garantiu a minha mãe que eu voltaria para casa assim que acordasse. Imagine a confusão se a minha mãe voltasse a ligar e a verdadeira senhora Moore atende o telefone. Como o meu celular ficou na bolsa a noite toda, assim que peguei ele de manhã, vi não apenas as mensagens e chamadas da minha mãe, como as das minhas amigas me acobertando, o que me leva a história que eu estou contando agora para os meus pais. - Lola - Dessa vez é meu pai quem fala. Ele é menos rígido que a minha mãe, mas, em contrapartida, espera muito mais de mim - Você está indo para uma faculdade longe de casa em menos de dois meses. Insistiu em fazer este curso de arquitetura para ser restauradora e mesmo achando que a sua escolha não foi a melhor nós te apoiamos. Só que o preço deste apoio se chama confiança. Eu entendo que ontem foi um dia especial, mas se você não consegue ser responsável vivendo conosco como podemos confiar em você sozinha a quilômetros de distância? - Eu juro a vocês que não vai se repetir nem aqui, nem quando eu for para Cornell. - Assim espero - papai diz dando o assunto por encerrado. Respiro aliviada. Ele me abraça e me diz para ir ao meu quarto tomar um banho e descansar um pouco mais. Mamãe segue me olhando com certa desconfiança, mas não diz mais nada no momento. Uma voz na minha cabeça me diz que ela sente o cheiro de sexø em mim o que me faz fugir para o meu quarto o mais rápido possível. Espero que seja apenas paranoia minha e mamãe esqueça logo esse assunto.
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