— Explicou para ela?
Perguntei assim que a bruxa saiu da minha tenda.
— Sim, meu Alfa, embora, eu ainda ache que teria sido melhor se o senhor explicasse tudo a ela.
— Ela tem medo de mim. — O fedor do medo dela foi o que me fez sair da tenda e buscar ajuda de Dofona para lidar com a humana.
— E quem não teria? Por isso é importante que conversem, se conheçam melhor…
— Ela pensou que poderia me rejeitar.
Patética. Ela é minha, quer queira, quer não.
Dófona riu, vendo diversão onde não tinha.
— Eu sei, haha, ela me perguntou sobre isso. Parece que no mundo dos humanos tem livros de fantasia sobre nós e que basta falar uma frase i****a e a alma para de ser gêmea. Imagina, um vínculo tão fraco a esse ponto. Que importância teria?
— Ela tem conhecimento do que acontecerá na cerimônia de união?
— Sim… Expliquei quem ela é e o que representa para o clã. As suas obrigações e diretos.
Minha natureza estava ansiosa sobre a fêmea e como seria possuí-la Apenas uma humana fraca e frágil com três formas de Alfas para montar nela atar nosso m****o e emprenhá-la.
— Como ela reagiu?
— Ela…riu.
Essa era a última reação que viria a minha mente.
— Na verdade, para explicar a ela como se faz a marca e a conexão, dei como exemplo o macho humano que o general Igor marcou na frente dela. Ela ergueu a mão para que eu parasse de falar, um pouco aliviado ao saber que o humano está vivo, então começou rir, cada vez mais alto.
— O que há de tão engraçado em marcar um companheiro? — Perguntei intrigado.
— Ela disse que o deus dela tem um excelente senso de humor ao fazer o ex-marido dela ser “marida” de um lobisomem de quase dois metros de altura.
— O que é um ex-marido?
— Eh.... não sei, Alfa, acho que deveria perguntar a ela…
— Você está mentindo, bruxa?
— Eu? Jamais mentiria para o senhor, meu Alfa!— Dófona mostrou-me um sorriso sonso cheio de dentes. — Ah, o pacote que Deanera enviou está na sua tenda com os pertences da Luna.
— Obrigado!
— De nada, meu Alfa… ah, estou muito feliz pelo senhor, ela é linda e a aura dela é encantadora!
— Você viu o rosto dela?
— Vi, é claro!
Voltei apressadamente para dentro da tenda, ansioso por vê-la, mas quando entrei, ela estava terminando de pôr o capuz estranho de volta.
A minha fêmea permitiu que a bruxa a visse, mas se escondeu de mim.
A minha natureza salivava, magoada com a companheira, buscando a natureza inexistente dela e frustrando-se ao não encontrar nada.
Se ela fosse uma loba, a minha fera a faria se submeter a nós e se revelar.
— Quero ver o seu rosto!
— Não posso revelar o meu risoto, é contra a minha religião!
Ela estava mentindo, eu podia sentir o aroma dela se tornar ácido com a mentira. Embora fosse humana, a conexão estava se ampliando pela proximidade. Além disso, ela é uma péssima mentirosa. A sua voz sobe alguns tons quando falta com a verdade.
— O seu deus te proíbe de se mostrar para o seu macho?
Ela tossiu freneticamente, peguei água para ela, que bebeu devagar, olhando para o chão. A minha fera ergueu-se, a nossa fêmea estava nos desrespeitando., escondendo os seus olhos brilhantes de nós.
— Desculpa, é que essa expressão de macho aí chega muito esquisita nos meus ouvidos.
— Por quê? Eu sou macho e sou seu.— Eram fatos, não há nada de esquisito nisso. — Se duvida da minha masculinidade, posso mostrar para você
Abri a minha calça para mostrar-lhe o meu m****o duro e pronto para consumar o nosso vínculo.
— NÃO! — Ela cobriu os olhos com as duas mãos e virou de costas para mim. — Por Allah, não faz isso!
— Não quer comprovar a virilidade do seu macho? — Perguntei interrompendo a minha ação;
— Não! “Astaghfirullah”!
Ela mentiu de novo, a minha fêmea era uma pequena mentirosa.
Queria ver os seus olhos e resolvi mudar o assunto para que voltasse a me encarar.
— O que é um ex-marido?
— O quê? — Ela se virou para mim novamente e pude vislumbrar a sua luz.
— O humano macho, companheiro do meu general, é um ex-marido?
— Ah… hahahahaaa, sim sim, ele é meu ex-marido. Fomos casados, não foi a melhor parte da minha vida…
O meu lobo grunhiu, baixo em minhas entranhas, nossa fêmea chamava outro macho de seu, mas se escondia de nós.
— Ele não é seu, pertence ao companheiro dele.
— É, eu estou sabendo, hahaha!
A minha fera acalmou-se, ela estava feliz de se livrar dele. Sorte a dele, não precisarei matá-lo.
— Me mostre o seu rosto! — Ordenei, era o meu direito.
— Já falei que não posso! Deve respeitar todos os deuses, não é?
Não tinha mais paciência para as mentiras dela, avancei e arranquei o capuz.
Ela gritou, irritada, tentando me impedir, mas segurar os seus braços fracos foi fácil. O seu rosto se revelou para mim, os cabelos caíram, compridos, avermelhados com o fogo que a sua face criou no meu âmago.
O que estava escondido era o rosto mais bonito e perfeito que vi na minha vida, mais belo do que a própria imagem de Hecate.As minhas mãos se ergueram e quase a tocaram, a minha respiração estava alterada, o oxigênio parecia não alcançar os meus pulmões.
— Seu bruto! Não tem o direito de me forçar a fazer o que eu não quero! — Ela bateu nas minhas mãos para me afastar.
— Você é minha fêmea, é o meu direito!
— Não sou nada se não quiser! É assim que o sue povo trata as mulheres, forçando-as? O que mais pretende fazer? Me violentar?
As suas palavras eram como facas afiadas no meu estômago.
— Eu sou o seu companheiro, só queria ver o sue rosto, não violei a sua honra!
— Pois eu não dei o consentimento, sabe o que significa consentimento?
— Deu o consentimento para o humano?
— Eu… Ele era meu marido, é diferente, ele tinha o direito….
A minha natureza rosnou alto, a nossa suposta companheira aceitou um humano fraco e tentou nos rejeitar. Estava tão irritado que temia fazer algo do que me arrependeria depois. Achei melhor entregar-lhe a bolsa humana com os seus pertences e sair de perto dela.
— Vou mandar alguém te trazer comida, essa noite, dormirá sozinha!