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Esmeralda, a Luna humana

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Blurb

Do mesmo universo de O Milagre do Alfa

ELA: Esmeralda é uma jovem mulher de família tradicional conservadora muçulmana. Sua beleza é excepcional, com seus belos e longos cabelos castanhos avermelhados e olhos verdes, como a gema de seu nome. Seu sorriso encantador enfeitiça o coração de muitos homens na cidade onde mora e um poderoso agricultor fica obcecado por ela, ao ponto de assinar um acordo com os seus pais, para tomá-la como esposa em um casamento arranjado.

Esmeralda tem o coração rebelde e livre, dona de uma voz única e afinação natural, ela sonha em se tornar uma cantora famosa, mas vê o seu sonho se extinguir quando é forçada a se tornar esposa do agricultor.

Meses depois, maltratada pelo marido, que odeia o seu jeito rebelde, sua sogra que a humilha e agride, para obrigá-la a se submeter, Esmeralda escapa, carregando apenas uma mochila com os seus pertences mais queridos e o seu violão.

Mal sabia ela que, naquela mesma noite, seria sequestrada por seres de outro mundo...

ELE: Ares nasceu em uma noite de tempestade, sem lua, saído do corpo morto de sua mãe. Pela supertição, acreditava-se que filhotes saídos à força do ventre de mãe morta eram amaldiçoados pela deusa Hecate. Quando a bruxa vidente de seu clã leu o seu futuro, previu que ele não tinha uma loba alma gêmea, mesmo sendo um Alfa.

A visão da bruxa serviu apenas para aumentar o desprezo do Alfa hermes por seu filhote, que o culpava pela morte da Luna. Alfa Hermes castigava o filhote sempre que tinha chance e se negava a permitir que um amaldiçoado herdasse o clã.

Numa noite aterrorizante, com apenas catorze anos, Ares desperta a sua terceira forma, e toma o trono do clã.

Um monstro, uma maldição, um Alfa temido e solitário, escondendo segredos que não se atreveria a revelar a nenhuma alma vivente.

Até que, em uma de suas inspeções na sede dos caçadores de humanos, ele a vê....

Seu coração, frio e vazio, reconheceu a luz para a sua escuridão nos olhos verdes que o fitaram, cheios de rancor e medo.

Sua fera gritou que ela era a sua companheira, Ele compreendeu que a profecia que o fez acreditar que seria solitário por toda a vida, um amaldiçoado rejeitado por todos, foi m*l interpretada.

Aquela fêmea não era uma loba, mas era a sua alma gêmea, uma anomalia como ele próprio.... Uma Luna humana.

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Amaldiçoado
O alarme de invasão ecoou pelo clã no meio da madrugada. O Alfa deixou a Luna grávida assustada na tenda e correu ao encontro dos seus guerreiros. Lobos perdidos mais uma vez entraram no seu território para saquear os bens do seu povo. Alfa Hermes era um líder honrado, corajoso e muito dedicado ao clã e a sua amada companheira, Luna Edite. Ela estava grávida de seu primeiro filhote e ele ordenou que ela permanecesse na tenda e não pusesse a sua vida e a do filhote em risco, pois ele cuidaria de tudo. Infelizmente, os lobos perdidos invadiram o território no meio de uma tempestade, muito vento, chuva e neve prejudicavam o faro dos seus rastreadores, dificultando a busca pelos malfeitores. Mesmo com as dificuldades climáticas, os lobos bem treinados do Alfa Hermes capturaram os invasores sem muita demora. Pelo menos, era o que pensavam, ignorando que o líder do bando de lobos perdidos tinha um cúmplice infiltrado no clã. A batalha acontecia de um lado do território, enquanto ele próprio se encarregou de se esgueirar até a tenda do Alfa, onde a Luna prenha esperava por seu companheiro. Os gamas de Luna Edite caíram vítimas de veneno diante da tenda, e o traidor sorriu satisfeito antes de deixar o caminho livre para o líder dos invasores. Luna Edite estava desperta, preocupada com as consequências da batalha e levou a mão ao peito com a dor da perda dos seus gamas. A tempestade soava como uma lamúria fúnebre, quando ela afastou o tecido da entrada da sua tenda e de deparou com vários de seus gamas mortos. Estava sozinha, e a apenas alguns passos de distância, um macho de aspecto ameaçador a fitava com um sorriso c***l e lascivo na sua direção. Edite era uma guerreira, mas se transformar em sua natureza era um risco para o filhote no seu ventre. Ela conhecia aquele macho, um ex-m****o do clã, obcecado por ela, que foi exilado e tornou-se um lobo perdido. Um dos gamas que lutava ao lado do Alfa sentiu o perigo que a sua Luna sofria e os seus olhos se tornaram prateados como a lua cheia. Quando Alfa Hermes viu os olhos do gama, compreendeu o que estava acontecendo e correu na direção da sua tenda, a sua natureza correu o mais rápido que podia em meio a tempestade de neve. Ele alcançou a tenda a tempo de ver o invasor em cima da sua Luna, que tentava se defender dele. O lobo estava nu em cima dela, o m****o duro, no afã de possuir o seu corpo. Para impedir o invasor de violentá-la, a Luna renunciou ao seu filhote e transformou-se na sua loba. Usando toda a sua força para atacar o pervertido. Ela arranhou e mordeu o malfeitor com tudo o que podia, mas ele era maior e mais forte do que ela naquele estado. Ele virou o seu corpo de bruços, pressionou o ventre dela no chão e preparou-se para montar nela. Luna Edite implorou aos deuses por socorro, nem ela, nem o filhote sobreviveriam se o lobo perdido conseguisse o seu intento. O peso do invasor deixou o seu corpo e ele caiu para o lado, com o Alfa sedento de vingança sobre ele. Luna Edite encolheu-se num canto, exausta e apavorada, ao ver o seu macho lutando com o pervertido. Ela estava aliviada por seu Alfa ter chegado a tempo e o seu corpo não tinha sido desonrado. No entanto, se transformar em loba durante a gestação foi interpretado por seu corpo como rejeição ao filhote no seu ventre, e as dores do parto se iniciaram. O Alfa levantou satisfeito por eliminar um antigo inimigo e atirou o cadáver para longe, antes de correr para a sua amada. A sua brava Luna teve que rejeitar o filhote e transformar-se em loba para sobreviver o suficiente até que ele pudesse vir salvá-la. Ele tinha orgulho da sua fêmea, a decisão foi acertada, eles poderiam ter outros filhotes no futuro… Ele ordenou que buscassem a parteira, que veio imediatamente cuidar da Luna, que uivava de dor e medo. A idosa tocou a barriga da Loba com o olhar tristonho, mas logo os seus olhos se arregalaram e ela sorriu, surpresa. — Alfa, o filhote ainda esta vivo! Lágrimas escorreram dos olhos da natureza de Luna Edite, aliviada e orgulhosa do seu bravo filhote que sobreviveu a transformação no estado avançado da gestação. Ela sabia que ele seria forte e valente por suportar tudo pelo que estavam passando. No entanto, o seu alívio durou pouco. Ainda era cedo, cedo demais, apenas sete ciclos lunares, e ela estava na forma de loba, impossível reverter a transformação durante o parto. Alfa Hermes tentou pegar a sua Luna nos braços e levar de volta para a tenda, pois a tempestade de neve estava cada vez mais forte, mas ela gemeu de dor e tentou morder a sua mão para que não a tocasse. — O parto começou, meu Alfa, não é seguro que a leve daqui. — Disse a parteira, enquanto abria uma grande bolsa e retirava diversos utensílios de dentro dela. O Alfa deu algumas ordens, para que improvisaram uma cobertura para a sua Luna. Lobos correram de um lado para o outro no meio do vento e da neve, organizando uma parede de lonas e peles para proteger a Luna do clã da intempérie. — Vai ficar tudo bem, minha fêmea! Estou muito orgulhoso da sua bravura! Luna Edite lambeu a mão do companheiro, fechou os olhos e uivou de dor. O Alfa, nu no meio da neve, não sentia frio, apenas medo pela vida da sua família e a sensação de incompetência, por não poder fazer nada para ajudá-la. A parteira pediu para que ele se afastasse, mas ele hesitou. Foi necessário que o seu Beta e o general gama o afastassem a força, com a ajuda de vários generais para conter o Alfa descontrolado. A tempestade acalmou, apenas flocos finos de neve caiam do céu sem lua. Apesar da baixa temperatura, a parteira estava suando, o peito arfava e os seus olhares furtivos buscavam o Alfa acorrentado a pedra do altar. O seu lobo estava descontrolado, aflito com o sofrimento da Luna e o cheiro do seu sangue no ar. — Não faça mais força, minha Luna, o filhote está atravessado, não há passagem para ele sair! A loba Luna olhou para a parteira, o seu olhar inquisidor e desesperado fez a parteira soluçar. — Minha senhora, já perdeu muito sangue, precisa desistir do filhote. O seu corpo o rejeitou para poder se transformar, precisa rejeitar o vínculo de vez para sobreviver. A loba rosnou para a parteira e atacou o seu braço, mordendo furiosa pela sugestão velada. Ela era uma Luna, uma mãe, jamais quebraria o vínculo com o filhote intencionalmente. — Se não o fizer, não resistirá. O filhote não vai atravessar o seu canal, morrerão os dois! A Luna rosnou alto, os olhos de todos os gamas sobreviventes ficaram prateados. Eles formaram um círculo em torno da Luna, impedindo que o Alfa ou qualquer outro m****o do clã que estivesse presente pudesse testemunhar o parto. — Minha Luna, não faça isso com essa velha parteira! Terei que cortar o seu ventre para retirar o filhote, o Alfa não me deixará viver depois disso! A decisão da Luna estava tomada. O Alfa, embora não pudesse ver, sentiu a hostilidade dos gamas ao acatar, sem escolha, a última ordem da Luna. Edite era valente, aguentou a dor da lâmina cortando a sua carne em silêncio, para que o Alfa não pudesse entender o que estava sendo feito. O coração do Alfa queimou, a sua Luna estava morrendo, ele se debatia, tentando arrebentar as correntes, gritando furioso: — Fêmea, rejeite o filhote, não precisamos dele! Podemos fazer outro filhote melhor e mais forte, mas não poderei viver sem você! Com o olhar triste, trémula de pavor, a parteira levantou com as mãos tintas de sangue segurando um filhote prematuro, robusto e saudável, apesar dá pouco tempo de gestação. O Alfa estacou, petrificado, o vínculo com a sua alma gêmea desapareceu. A dor no seu peito era excruciante. Os gamas caíram de joelhos no chão, derrotados por falharem na sua missão de manter a Luna viva. Mas a ordem da loba tinha sido forte demais, impossível desobedecê-la. Com isso, Alfa Hermes pôde ver a sua fêmea sem vida. Os primeiros raios de sol tocaram a tintura vermelha que manchava a neve. Com um uivo furioso, ele conseguiu arrebentar as correntes e saltar sobre os gamas que falharam em protegê-la. O sangue deles se misturou ao da luna, sem que eles tivessem coragem ou tempo de enfrentar o Alfa enlutado. Um a um, todos os gamas de Luna Edite se juntaram a ela no mundo dos mortos. Nenhum dos lobos do Alfa se atreveu a tentar impedir a carnificina. O lobo Alfa, com seus olhos vermelhos, perdidos, caminhou lentamente na direção da parteira. Ela segurou o filhote contra o peito, rezando para que a grande Deusa a socorresse e poupasse o filhote, ou a Luna teria morrido em vão. O Lobo rosnou, os dentes a mostra, mas ao se preparar para atacar o filhote recém-nascido, sentiu o aroma da essência da Luna. Ele sacudiu a cabeça, atordoado, e aos poucos, os seus olhos perderam a vermelhidão da loucura. Ele voltou a forma humana e encarou o filhote por alguns segundos. O Alfa recém-nascido reconheceu a essência do pai e parou de chorar, estendendo as mãozinhas pequenas na sua direção. O Alfa fitou o seu herdeiro, que o encarava de volta, como se soubesse que havia algo errado com o próprio pai. Não havia amor nos seus olhos, apenas desprezo e mágoa. — “Meu Alfa, o seu filho é um macho, o mais forte que já vi nascer neste mundo!” — Tira essa coisa amaldiçoada de perto de mim, fêmea, ou terá outro corpo para embalsamar! Horrorizada com as palavras do Alfa, a parteira apertou o filhote contra o peito, se apiedando dele. — Mas, Al-Alfa... ele precisa de um nome... O Alfa parou, olhou para o céu, e respondeu com um grunhido, sem nem mesmo olhar para trás: — Que o chamem de Ares, O Maldito! Aquele que nasceu assassino da própria mãe!

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