O Gama

1034 Words
Olá, leitores queridos! Segunda-feira retornarei a rotina de dois a três capítulos por dia, tá bom? Por enquanto, estou ainda organizador o enredo e os personagens, então, estou mais lenta, mas iniciaremos na próxima semana o ritmo que usei em O Milagre do alfa. Gratidão! ********* O lobão cumpriu a palavra e enviou alguém com uma tigela de comida e algumas frutas. Não conhecia o prato, composto de diferentes carnes, um caldo ralo e pouco temperado. Duas mulheres trouxeram uma espécie de tina e encheram de água quente para eu tomar um banho, mas, estranhamente, nenhuma das duas me dirigiu palavra ou respondeu às perguntas que fiz. Apenas me olharam de soslaio e terminaram rapidamente, como se quisessem fugir da minha presença. Satisfeita e muito cansada, cai facilmente no sono naquela cama aconchegante coberta por tecidos macios e sedosos. Na minha posição, talvez se esperasse que não conseguisse dormir, mas abracei o travesseiro e o cheiro era tão bom e relaxante, que nem me lembro quando preguei os olhos. Pela manhã, lavei o rosto com a água deixada no jarro, e estava apertada para ir ao banheiro, que a Tenda não tem. Como esses lobos se viram? Fazem no mato? O aperto do chamado da natureza ficou maior do que o medo do que eu poderia encontrar lá fora, daí, peguei uma muda de roupas na mochila e cobri a cabeça com o hijab para sair da tenda. Assim que levantei o tecido da entrada, ouvi passos na minha direção. Continuei com o meu intento e fui barrada por quatro homens enormes e m*l-encarados. — Volte para dentro fêmea! — Um deles ordenou com o lábio repuxado, coo um rosnado silencioso, o que fazia do seu rosto uma carranca intimidadora. Duas emoções distintas apoderaram-se de mim, a primeira, que considero mais natural, foi medo deles, porque, se desejassem, me quebraram como a um palito de dente. A segunda emoção, um tanto deslocada na minha opinião, era de que eles não poderiam falar assim comigo, que deviam me obedecer. Se nem com Amir eu aguentava, imagina com esses quatro orangotangos super crescidos? Ainda assim, o meu peito inflamou de raiva, pela insolência deles… — Não fale comigo nesse tom, lobo! — Encarei-o com uma coragem desconhecida. Da onde saiu isso? — Humana, volte para dentro antes que eu lhe dê uma lição e te coloque no seu lugar! — Ele disse dando um passo na minha direção. Se eu fosse um cachorrinho, teria colocado o r**o entre as pernas e obedecido, mas a ânsia de enfrentar aqueles homens estava cada vez mais potente. — Eu preciso ir ao banheiro, saiam da minha frente. O escrotossauro veio para cima de mim e me deu uma bofetada ação forte que caí para trás. Ele segurou o meu braço e me ergueu, gritando na minha cara. — Lixo humano, se não quer que te espanque, obedeça! Agradeço a Allah por não urinar nas calças de tanto pavor. Para a minha surpresa, enquanto o gorila-lobo gritava comigo, um de seus comparsas rosnou alto, e se atirou sobre ele. Por um segundo achei que ele iria me atacar, mas ele debruçou sobre o Gorila-lobo, com pelos saindo do seu corpo, dentes enormes e os olhos dele… por Allah, eles ficaram prateados como faróis de carro. Eu não sei o que significava aquilo, a violência era surreal. os dois brigaram, com o Golrila gritando que era superior do lobo de olhos de faróis, que parecia muito mais forte do que o suposto superior. Ele bateu tanto no gorila, que pude ouvir o barulho de ossos se partindo e sangue espirrada para todo o lado. A cena era tão grotesca que esqueci que precisava ir ao banheiro, acho que o xixi se escondeu de medo. O lobo de olhos prateados continuou batendo mesmo depois do gorilão estar desacordado. Quando ficou satisfeito, se levantou, e chutou o corpo caído no chão, que gemia de dor. — Minha Luna, o seu Gama Antero se apresenta, em nome da grande Deusa. Nesse momento, os lobos, que assistiam a tudo estupefatos, se ajoelharam no chão bem na minha frente. Um tanto constrangedor, mas não pude deixar de levantar uma sobrancelha e erguer a cabeça. As pessoas que estavam nas proximidades se aproximaram, curiosas, perguntando ao tal do Antero o que ele estava fazendo. — Por que está de joelhos na frente da humana, Antero? Não nos envergonhe! Ele rosnou alto em resposta e os encarou, olhos ainda mais reluzentes. “ É impossível, ela é só uma humana, não pode ser uma Luna!" — O que está acontecendo aqui? A voz gutural do Alfa bonitão retumbou no ambiente e as pessoas se ajoelharam na direção dele. Como um rei poderoso, ele caminhou até mim e segurou a minha mão. — Alfa, perdoe a minha insubordinação, mas o general Ragnar atacou a … Luna. O lobo que me defendeu me olhou parecendo confuso e surpreso. — Você apenas cumpriu o seu dever, Gama! O lobo com nome de Antero encarou o Alfa, boquiaberto. — Eu sou um gama, mesmo? — Não! Você é O gama, o escolhido de Hecate para proteger e ser o líder do exército da Luna. Antero se curva diante de mim, sorrindo como uma criança ao ganhar um doce. — Obrigado, Minha Luna, é uma honra te servir! O Alfa ergueu as nossas mãos unidas e dirigiu-se ao grupo que assistia a tudo. — Essa é Esmeralda, minha companheira e Luna deste clã! — Mas, Alfa… com todo o respeito… ela é uma humana! — Argumentou um lobo mais velho que acabara de chegar. — Está questionando os desígnios da Grande Deusa? — Perguntou o Alfa, a voz baixa e ameaçadora. “Será um feitiço para nos enganar?” Veio a voz de alguém no meio do grupo que se formou a nossa volta. “ Um gama não se enganaria! Isso é um milagre, meu Alfa!” Disse uma mulher de olhos arregalados. — Ela não é um milagre, nem feitiço. O nome da minha fêmea é Esmeralda, a Luna humana.— Ele chutou mais uma vez o gorilão caído no chão. — Levem esse i*****l para a prisão, General Gama Antero, venha conosco!
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