Depois de um tempo no baile, me senti mais à vontade e consegui me divertir um pouco mais. Dancei e acabei roubando alguns olhares, principalmente do Grego, que me observava inquieto, com luxúria nos olhos. De repente, enquanto eu dançava, ouvi uma voz atrás de mim.
Olhei e reconheci o surfista, um pé no saco que fazia aliança com meu irmão. Nunca gostei dele.
— Olha só a irmãzinha do meu amigo Alex, tá linda, princesa. — disse ele, bem próximo ao meu rosto.
Ele continuou falando e me agarrando pela cintura.
— Você pode se afastar, por favor? — perguntei com a voz alterada.
— Qual foi, princesa?
— Se afasta de mim, c*****o! — gritei.
Em questão de segundos, alguém me puxou e logo depois acertou um soco no nariz do surfista.
Foi uma confusão. Os vapores formaram uma barreira ao meu redor e logo vi o surfista sendo carregado pelos vapores. Encarei o Grego.
— Quer ir embora daqui? — perguntou.
Assenti com a cabeça.
Quando chegamos ao carro do Grego, ele não parava de me perguntar se eu estava bem.
— Grego, já falei mil vezes que estou bem.
— Eu nunca gostei desse filho da p**a do surfista. O desgraçado é um j**k do c*****o. Eu só o aturava por causa do seu irmão.
— Eu também nunca gostei dele.
— Mas o que ele fez com você não vai ficar assim. Isso vai ter que ser cobrado. — disse o Grego, sério.
— Ele precisa aprender a não tratar toda mulher como p**a.
— Pode deixar. Vou preparar um castigo bem gostoso para esse j**k filha da p**a.
— Faça como achar melhor, Grego.
— Escuta, eu sugiro que contrate alguns seguranças. Assim você vai se sentir mais protegida.
— Você está certo. Depois, você liga para o Fernando e pede para ele vir conversar comigo.
Fernando era o dono de uma agência de segurança e trabalhava para meu irmão.
— Vou fazer isso.
Assim que Grego parou em frente à minha casa, desceu e abriu a porta do carro, ficando bem próximo de mim, fazendo com que nossas respirações se tornassem quase uma só.
— Obrigada, Grego. — falei, encarando-o.
— De nada, Juliana. Estou à sua disposição. Boa noite! — disse, olhando fixamente para minha boca.
Olhei para ele com um sorriso fraco, dei as costas e entrei em casa. Não sei por quanto tempo vou conseguir resistir a esse homem.
Acordei no dia seguinte mais cedo que de costume, dormi muito m*l a noite, eu estava com um pouco de dor cabeça também, olhei no relógio são (8h30) da manhã.
Levantei e fui tomar um banho, e realizar a minha higiene pessoal. Depois troquei de roupa e desci para preparar um café pra recuperar as minhas energias.
Preparei um café preto e alguns ovos com bacon. Assim que terminei de tomar o café, escovei os dentes e fui para salinha a pé, pois havia combinado com o Grego de me buscar só depois das 10h30. A salinha ficava na parte mais alta do morro, mas dava para ir a pé tranquilamente.
Ao chegar, os garotos me cumprimentaram. Fui direto para a salinha e fiquei concentrada em alguns documentos que precisei assinar pelo o meu irmão.
Já passava das 11 horas e o Grego ainda não havia chegado. Então, chamei um dos vapores e pedi para que chamasse o Grego pelo rádio, pois o meu havia ficado em casa.
Rádio On
— Grego, você já está vindo para o escritório? Estou esperando e não demore. — minha soou impaciente pelo rádio.
— Estou colando aí agora mesmo.
Rádio Off
Dez minutos depois, Grego apareceu na porta do escritório, com uma expressão de cansaço.
— Eu achei que o seu dia só começava depois das 10 horas.
— Sim, mas hoje não teve academia. — justifiquei, tentando esconder o desconforto.
— Poxa, Juliana, você podia ter me avisado. Fiquei te esperando m*l tempão. — Grego reclamou, com um tom que misturava frustração e arrependimento.
— Você poderia ter se tocado, ou ter passado um rádio para os outros. — rebati, com uma expressão de desdém.
— Tem razão, da próxima vez eu vou fazer isso. — Grego concordou, com um aceno de cabeça.
— Fez o que te pedi? — perguntei, tentando quebrar o clima carregado.
— Claro que sim. O Rafael vai vir agora às 11 horas.
— Ótimo. — disse, satisfeita.
— Você precisa de mais alguma coisa? — Grego perguntou, começando a se dirigir para a saída.
— Por enquanto não. — respondi, com um leve sorriso.
Grego saiu do escritório, e eu me preparei para a reunião com Rafael. Às 11h30, Rafael entrou no escritório com uma expressão que misturava desdém e confiança.
— Olá, Rafael, quanto tempo! — saudei, tentando manter um tom cordial, apesar da situação.
— Verdade, como estão as coisas aqui no morro? — Rafael perguntou, dando uma olhada ao redor do escritório com uma curiosidade calculada.
— Tudo perfeitamente como o esperado! — respondi, meu tom firme e controlado.
— Eu preciso te dizer que o preço dos meus serviços aumentou. — Rafael anunciou, com um sorriso que parecia presagiar uma vantagem.
— Corta essa, Rafael. Eu sei que o combinado entre o meu irmão e você era não aumentar o preço dos seus serviços por 20 anos, e que isso foi feito depois de te livrar das garras do Bazuca. — declareu, meu tom era firme e ameaçador.
— Me desculpe, Juliana, eu só achei que as coisas poderiam mudar. — Rafael tentou justificar, seu sorriso agora estava um pouco forçado.
— Não, você está enganado. Vamos continuar com o mesmo acordo. E não se esqueça do quanto seus lucros cresceram depois que fechou negócio conosco. — falei, com um tom inabalável.
— Então vamos direto ao ponto que me trouxe aqui. — Rafael disse, tentando mudar de assunto rapidamente.
— Ótimo. — respondi, aliviada por poder encerrar a conversa.
Após a saída de Rafael, Grego retornou ao escritório, desta vez acompanhado por alguns seguranças robustos.
— Juliana, esses são B1, B2, B3 e B4, os melhores da agência. — Grego apresentou, com um tom de orgulho na voz.
— A partir de hoje, vocês serão meus seguranças particulares. Haverá um treinamento especial para revisar técnicas de autodefesa, tiro e outras habilidades. Vocês serão a elite do meu esquadrão de segurança. — expliquei, com uma autoridade implacável.
Os seguranças trocaram olhares, claramente desconfortáveis com a perspectiva de um treinamento intensivo.