Puxei Vanessa pelo braço, sua resistência visível enquanto a arrastava para fora da sala. O clima estava carregado de tensão, e a atmosfera ao nosso redor parecia quase elétrica.
— Ficou louca, Vanessa? Como você fala assim com a Juliana? — Eu perguntei, a incredulidade em minha voz misturada com um toque de preocupação. A raiva estava claramente direcionada tanto a Vanessa quanto à situação que estávamos enfrentando.
— Pra mim, ela não é ninguém. — Vanessa respondeu com desdém, sem se intimidar.
— Presta atenção, Vanessa, ela é a dona do morro, c*****o. — Eu afirmei, meu tom se tornando mais severo. A importância de Juliana não era algo que Vanessa parecia entender.
— E daí, Gabriel? — Vanessa provocou, balançando a cabeça em desdém e demonstrando a falta de respeito pela autoridade que Juliana representava.
Balançando a cabeça em frustração, eu falei com uma voz mais controlada, mas ainda tensa:
— Vai, entra no carro. Vamos buscar nosso pivete. — O tom de minha voz era autoritário, mas havia uma leve nota de exaustão. A situação precisava ser resolvida, e eu estava determinado a lidar com isso.
Ela entrou, e dirigimos até a casa da Laís. Assim que chegamos, peguei Juninho nos braços e encarei Laís.
— Nunca mais aceite ficar com meu pivete, senão o bagulho vai ficar f**o pro teu lado. — falei com frieza. Laís concordou em silêncio, seus olhos cheios de medo. Eu já tinha espancado ela uma vez a mando do Alex, porque ela devia d***a. Não tive piedade naquela vez.
Deixei Vanessa e o Juninho em casa, mas antes que eu pudesse sair, Vanessa fez uma cena.
— Gabriel, você acha que pode simplesmente me largar aqui e voltar praquela p*****a? — ela gritou, olhos faiscando de raiva.
— Vanessa, não faz drama. Eu só vou resolver umas coisas no baile e já volto.
— Resolver o quê? Ficar com a Juliana?
— Não é da sua conta. Fica aqui e cuida do nosso filho.
Ela cruzou os braços com um olhar desafiador, a postura tensa e os olhos fixos em mim como se estivesse se preparando para uma batalha verbal.
— Se você sair por essa porta, não precisa mais voltar.
Eu respirei fundo, tentando controlar a raiva que começava a subir novamente.
— Vanessa, não me faz perder a paciência. — Falei, tentando manter a voz baixa e controlada. — Eu vou sair, e você vai ficar aqui, entendeu?
Sem esperar resposta, virei as costas e saí, batendo a porta atrás de mim.
Juliana
Vi o Grego chegando no baile. Encarei-o enquanto subia os dez degraus que davam acesso ao camarote.
— Resolveu os seus problemas em casa?
— Sim, Juliana. Mais uma vez, me desculpa pelo barraco que a maluca da Vanessa arrumou.
— Prepara tudo para o meu discurso. — cortei o assunto. Não queria mais saber da discussão b***a dele com a barraqueira da mulher.
Ele assentiu com a cabeça e saiu.
Assim que terminei o discurso, pedi para Grego me levar embora.
Durante o caminho, notei seus olhares sobre mim. Meu corpo já estava quente por conta da bebida, e se ele continuasse me olhando daquele jeito, com aquela cara de homem cachorro, não responderia por mim. Quando ele parou o carro na frente da minha casa, desceu e abriu a porta para mim. Ao descer, pisei em falso e quase caí, mas Grego me segurou pela cintura. Senti sua respiração perto do meu pescoço quando ele disse que gostou do meu perfume.
— Deixa de ser abusado, Grego. — falei, me soltando dos seus braços.
— Só tô falando a verdade. Você é muito cheirosa, linda. Eu daria tudo para ter uma mulher como você. — ele me olhou dos pés à cabeça.
Se eu dissesse que isso não mexeu comigo, estaria mentindo. Mas não podia me deixar levar por essas palavras dele.
— Você já tem uma mulher. E, a propósito, ela deve estar te esperando em casa. — falei, afastando-me dele.
— Dane-se. Eu só estou com ela por causa do meu filho. — parei os meus passos, virei e o encarei.
— Eu não sirvo para ser amante, Grego.
— E quem falou que você seria amante? — ele se aproximou de mim. — Me dá uma chance, Juliana?
— Vai para casa, Grego. — empurrei-o levemente pelo peito com a palma da mão.
Entrei em casa e fui direto para o banho, a água morna ajudando a relaxar meus músculos tensos. Após me secar, vesti uma calcinha e uma blusa larga, me deitei na cama, sentindo a maciez dos lençóis contra a minha pele. Enquanto olhava para o teto, uma lembrança indesejada invadiu minha mente. A imagem dos braços fortes do Grego envolvendo meu corpo não saía do meu pensamento. Um fogo enorme me consumiu por inteiro quando imaginei nossas bocas juntas enquanto nós dois transávamos. Um calor insuportável tomava conta de mim, como se uma chama estivesse acesa dentro do meu peito. Tentei afastar o turbilhão de sensações que me envolvia. Fechei os olhos com força, respirando fundo para tentar encontrar algum tipo de calma.
No dia seguinte, acordei às nove da manhã, fiz minha higiene e troquei de roupa para ir à academia. Ao sair, lá estava o Grego me esperando. Mais uma vez, seus olhos percorreram todo o meu corpo, e ele me cumprimentou com um "bom dia".
— Bom dia, Juliana!
— Bom dia. Já te disse que não sou meu irmão. O meu dia só começa depois da academia.
— Tá certo, Juliana.
— Volte aqui às 10h40. E amanhã você pode vir no mesmo horário.
Ele assentiu com a cabeça.
Após concluir minhas séries de exercícios, voltei para casa e tomei um banho bem demorado. Com o banho tomado, vesti uma calça pantalona social e um cropped de alfaiataria. Em seguida, o Grego me levou até a salinha.
Às três da tarde, decidi ir para casa, deitei na minha cama e acabei dormindo.
Quando acordei, já era 20h. Então fui tomar um banho para ir novamente ao baile. Hoje, alguns dos nossos fornecedores estariam lá, e eu não podia deixar de comparecer.
Tomei um banho rápido, passei meu óleo corporal preferido, o Good Girl, que tinha um cheiro maravilhoso. Coloquei um vestido de cetim verde, que marcava perfeitamente minhas curvas. Fiz uma maquiagem leve, usei um salto na medida certa, nem muito baixo nem muito alto, deixei o cabelo solto e peguei minha arma, colocando-a na bolsa. Fui para o baile.