Manual de como ganhar o coração de um mafioso

1641 Words
— Me poupe do seu delirio. Tanto faz. Deixe que tentem a sorte. Quero ver você conseguir tocar um dedo sequer na minha família. — Ruby respondeu indo em direção da porta. Não fazia ideia de onde eu estava, mas precisava voltar antes que Lisa notasse o seu atraso e ligasse para Verônica. Tudo se tornaria muito mais problemático do que já estava se sua família ficasse sabendo, sempre foram absurdamente protetores com ela. Algo assim cancelaria todos seus planos de uma vida universitária legendária. — Eu mesmo vou caçar você se voltar a ameaçar qualquer um deles ou a mim. Não me importa quão louco ou rico você possa ser. Eu posso ser tão louca quanto se for necessário. Então, te aconselho a ficar longe de mim enquanto estou sendo boazinha. Não queira me ver irritada. Ruby sabia que aquele homem não era qualquer um, afinal, ele havia contrado muitos homens para o proteger, mas ricos também podem ser absurdamente loucos e obsessivos, ela sabia disso. Ela estava confiante que se fosse necessário uma guerra, estaria disposta a enfrentar. Em nenhum momento, pensou que realmente estava lidando com a máfia de verdade. E esse foi o maior erro dela. — Você realmente não entendeu. Sou de uma máfia de outro lugar, sua cabeça de vento. Havia uma rixa entre meu pai e o seu, que gerou um derramamento de sangue desnecessário. Pessoas inocentes morreram por conta dessa batalha por poder. Para tentar acabar com a guerra, esse casamento foi organizado. Eu não preciso de você para ter o poder. Eu já sou o próprio poder. Apenas prefiro minimizar o banho de sangue, afinal, cada m****o que perdermos é dinheiro jogado fora. Eu tenho muito o que proteger. Uma garota mimada nunca entenderia. — MB tentou explicar, mas Ruby gargalhou ainda mais alto, sem acreditar que havia se envolvido com alguém tão problemático assim que saiu da ilha. — Sinceramente? Não me importo com essa baboseira que você está falando. Se é tão poderoso quanto diz, se livre dessa sem mim. Porque eu deveria me envolver em uma guerra que não tem nada comigo? Estou muito bem indo para faculdade, beber muito, curtir algumas festas, pegar geral e sair de lá formada. E deixa eu te contar algo, eu não sou do tipo paz e amor, mas sim do caos. Se tu me oferecer um casamento pela paz, irei te oferecer uma guerra sangrenta em troca da minha maravilhosa vida de solteira. Sempre amei ser do contra. Então fique ligado. Melhor me deixar fora disso antes que eu queira revidar. E te garanto, você não vai gostar de me ver irritada. — Ruby ameaçou MB ainda pensando que tudo aquilo não se tratava de uma grande mentira ou um delírio de sua mente, dessa vez, foi ele quem gargalhou com a inocência de Ruby — E o que uma garotinha de 19 anos, de um metro e meio, acha que pode fazer contra mim? Se eu quisesse, te tomava como mulher agora, na frente de todos esses homens e você só teria a opção de chorar. Entende agora sua posição. Eu estou sendo educado e tentando não começar uma guerra, mas se você quer isso, posso fazer acontecer. Afinal, querendo ou não, você é minha desde que nasceu. Não será um não vindo de sua boca que vai mudar esse fato. — MB tinha um olhar diferente, de quem estava no limite da sua paciência. Ruby notou a situação, sabia que não tinha outra opção, precisava fugir naquele momento, continuar ali apenas iria irritar ainda mais aquele homem e ela tinha ciência que estava em desvantagem naquela situação. Olhando ao redor, criou um plano para escapar. Era uma aposta arriscada, que podia acabar da pior forma possível para ela. — O que você está planejando? — MB notou o olhar de Ruby em direção dos seus homens, sabia que ela estava planejando algo, mas ficou intrigado com o que planejava fazer e preferiu esperar para ver. Afinal, era mais divertido assistir duas reações. — O que mais? Guerra! — Ruby disse com um sorriso malicioso de quem não se importava com absolutamente nada que ele havia dito. Ruby sorriu como se tivesse decidido completamente o rumo que tomaria sua vida e não era ficar com aquele homem que se dizia mafioso. Sem hesitar, colocou seu plano arriscado em ação num piscar de olhos, mudando completamente o jogo para seu lado. MB ao notar a movimentação da sua suposta noiva, apenas cruzou os braços e mirou seus olhos em Ruby, não queria perder nenhuma de suas ações. Afinal, de alguma forma, aquela mulher havia chamado sua atenção. Ruby era completamente diferente do que ele esperava. Não era uma mulher mimada como havia concluído depois de ouvir sobre ela, mas forte o suficiente para bater de frente com ele sem ao menos hesitar. — Eu faria isso. — Ruby se aproximou de um dos homens de MB que estava segurando uma metralhadora quase do tamanho dela. Sem hesitar, jogou suas pernas no pescoço daquele homem, o jogando no chão com um mata leão, fazendo-o desmaiar. Ao notar que estava inconsciente, o jogou para o lado e pegou a sua arma. — Se vai vir para cima, melhor vir com tudo, porque eu não vou facilitar. Se tentar me fazer sua mulher a força, terá que ser sob meu cadáver, porque essa loira aqui não vai deitar para você viva. — Não tem medo de morrer, pirralha? Por acaso é louca? Quem em sã consciência age dessa forma depois de ser sequestrada, está trancada em um lugar desconhecido com vários homens armados. Será que me enviaram uma noiva s*******o? Pensei que ao menos amor pela vida você tinha. — MB perguntou rindo completamente da situação, ele estava em vantagem e não sentia necessidade de se preocupar, mesmo ao ver Ruby apontando a arma em sua direção. — Óbvio que tenho medo de morrer, mas também tenho um cérebro funcional. Se seu plano fosse apenas me forçar a ficar do seu lado, você não estaria perdendo tempo tentando me convencer ou conversando comigo. Tenho certeza que precisa da minha aprovação, não é? E com toda certeza, você precisa de mim muito bem viva para sei lá o quê, mas desculpa estragar seus planos, como já disse, só por cima do meu cadáver serei sua. — Ruby respondeu já de frente para a porta de saída, com um sorriso de quem tinha conseguido a brecha que precisava para fugir para bem longe daquele maluco. Todos olhavam para Ruby com os olhos arregados, como se tivessem visto um fantasma, mas era apenas uma mulher armada de uma metralhadora roubada de um cara duas vezes maior que ela. Não era uma cena que se via todos os dias. — Você sequer sabe o que está acontecendo. Viveu uma vida de princesa em uma ilha isolada e completamente protegida de tudo. O mundo não é como você pensa. O que está fazendo trará grandes complicações. Espero que esteja preparado para lidar com todas elas. Se você realmente prefere a guerra. Que seja. Te declaro guerra. Farei da sua vida um verdadeiro inferno. Como seu maldito pai fez com a minha. Eu não tinha intenção de fazer da sua vida flores ao meu lado de qualquer forma. Você pode ser linda, mas é óbvio que é uma ordinária como todos de sua família. — MB gritou fazendo todos seus homens apontarem as armas para Ruby, mas havia um estranho sorriso em seus lábios, deixando todos bastante confusos. Ruby metralhou a porta que estava em minha frente com tudo que tinha, fazendo ela se abrir no meio parecendo uma grande peneira. Agradeceu mentalmente as aulas de tiro que havia recebido dos homens de Vitor. Antes de sair daquele lugar, olhou para trás para saber o que deveria esperar, mas os homens estavam parados esperando as ordens de MB. Ruby não pensou duas vezes em sair correndo, antes que o homem mudasse de idéia. — Parece até um pinscher rosnando e tremendo de ódio. Agora fiquei realmente interessado nessa baixinha. Ela é bem mais divertida do que eu imaginei. A gente se ver logo, querida noiva. Só espere. Você não vai conseguir fugir de mim. — MB pensou alto se divertindo com as ações de Ruby, antes de se virar para seus homens. — Encontrem um lugar próximo da faculdade dela. E arrumem uma forma de me infiltrar. Se ela quer um inferno, vamos fazer isso bem pertinho dela. E aumentem a segurança ao redor dela, mas sem que ela perceba. Ruby correu com toda a força que tinha pelos corredores procurando pela saída, por sorte, não encontrou ninguém pelo caminho, parecia um lugar abandonado. Depois de alguns minutos correndo, encontrou a porta de saída, do lado de fora, encontrou seu carro, para sua sorte, eles tinham trazido ele com tudo dentro e já haviam consertado o que tinha sido danificado no sequestro. Como não estava com a chave, tentou fazer uma ligação direta que aprendeu com Verônica no passado. Olhando sempre ao redor para saber se vinha alguém. Alguns minutos depois, conseguiu dar partida no carro. Fugi daquele lugar o mais rápido possível, mas algo dentro dela tinha certeza que aquilo era apenas o começo do seu problema, mas por hora, decidiu voltar para o apartamento, se Lisa ligasse para Verônica, havia uma chance imensa de ter que voltar para a ilha, por segurança, Ruby não queria pensar na possibilidade. — Como vou explicar que fui sequestrada por um mafioso querendo casar comigo? Que loucura. E eu pensando que a coisa mais louca que aconteceria hoje seria ficar bêbada e aprontar alguma coisa. — Ruby pensou alto enquanto entrava na rua do seu novo apartamento. Para sua surpresa, em frente do lugar já estava uma viatura da polícia. — Merda...
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