Vamos nos casar

1593 Words
— A medicação deve ter te deixando sonolenta. Faz sentido. Meus homens pegarem pesado com você depois da sua rebeldia dentro do carro. Peço desculpas, ele não esperavam que a gata fosse tão arisca. Vou falar bem devagar para que não tenha dificuldade de me entender. — O homem cheio de olheira usando um terno azul folgado e com aparência de cansado parecia gostar de ver a situação de Ruby. Ele então se agachou na frente dela, como se estivesse falando com uma criança e disse bem devagar. — Você vai se casar comigo, princesa. Entendeu? Ruby piscou algumas vezes, para tentar confirmar que não estava sonhando, mas logo relembrou como havia terminado naquele lugar. Ela olhou nos olhos daquele homem aleatório que nunca havia visto antes, mais velho no mínimo dez anos, antes de responder aquele absurdo que dizia sem medo algum. — Eu passo. Foi m*l. Não tenho planos de me casar. Não é você, sou eu. Sabe como é que é, né? — Ruby levantou do sofá deixando aquele homem ajoelhado para o nada. Ela já havia encontrado alguns homens emocionados, mas nunca nenhum deles chegou ao ponto de sequestrar ela. — Se era só isso? Já posso ir? Tenho uma mudança para fazer e se deixar para de noite terei problemas. Espero que encontre alguém que esteja buscando o mesmo que você. Ruby havia acordado há alguns minutos naquela sala desconhecida, um pouco antes daquele homem começar a falar os seus absurdos, mas como não queria causar uma confusão maior, achou que seria mais fácil apenas ignorar por enquanto como tudo aquilo havia sido exagerado, sem causar nenhum constrangimento para o homem, fingindo costume em relação aquela situação. Quando chegasse na cidade, faria uma denuncia. — Acho que você não entendeu a sua situação aqui, Ruby. Será que eu terei que te explicar de uma forma mais bruta? — O homem parecia surpreso com a resposta de Ruby. O que Ruby repensar sobre o plano de apenas ser simpática e sair dali. Se tratava de um louco ao seu ver, mas era um decidido e que não estava preocupado com o que ela pensava da situação. Ela só conseguia pensar: " De onde este louco saiu? Já tive alguns admiradores emocionados e intensos, mas nenhum me sequestrou para me propor casamento. Esse é mesmo diferenciado. Preciso ser mais dura para que me entenda." — Deixa eu ver. Eu estava no carro, tinha acabado de pegar a estrada depois de ouvir um sermão imenso de Verônica quando três carros me trancaram na estrada, apontaram uma arma para mim, me fizeram descer do meu carro, entrar em um furgão porco, depois de socar três dos seus capangas e deixar um desacordado, eles me doparam com alguma medicação e eu acordei aqui. Será que eu deixei passar alguma coisa da situação? Acho que não. Acho até que a terminologia correta para a situação é sequestro. — Ruby respondeu olhando em seus olhos sem medo. Se Verônica havia ensinado algo para ela, era não temer diante do perigo, mas encontrar brechas para escapar dele. — Então, para finalizar com chave de ouro, um s*******o usado um terno de segunda, que nem é do tamanho dele, entra aqui, sem sequer se apresentar para mim, me diz que eu vou me casar com ele e se surpreende porque a resposta é uma enorme rejeição da minha parte? Acho que a única pessoa que não sabe a situação é você. Eu estou bem ciente de tudo. Estranho seria se eu concordasse com todo esse absurdo. — Se for por isso, eu irei me apresentar com muito prazer. Eu sou o MB, o seu noivo. — O homem respondeu batendo em um papel que estava na mesa próximo a nós dois. — Também sou assim como você, o herdeiro da máfia. Por conta de uma promessa de nossos pais, ou melhor, contrato, estamos noivos e devemos nos casar em sessenta dias. Ou teremos que enfrentar uma grande guerra por poder. — Quê? — Ruby teve naquele momento certeza que havia entrado em um problema muito maior do que um louco obsessivo por ela. — Você está brincando, não é? — Pensei que você já esperasse por isso, afinal, não há como uma garota assumir a máfia. Seu pai teria que unir você com alguém mais forte para manter o poder. Isso é tão lógico. Não entendo qual a surpresa. — MB explicava olha do confuso para Ruby — Um dos motivos desse casamento continua sendo esse. O outro é evitar uma guerra entre as máfias, nossos pais assinaram um contrato com esse intuito, onde ficava prometido que quando você atingisse a maioridade, nós iríamos nos casar. Então, comecei a te procurar assim que soube desse contrato. Não sei onde estava escondida, mas era impossível localizar. Por sorte, você se matriculou em uma faculdade e facilitou nossa busca. Ruby teve uma crise de riso, nada que aquele homem falava fazia algum sentido. Ela imaginou que ele deveria estar em um surto psicótico ou delirando. Não faz a mínima ideia do que se tratava toda aquela história sobre herdeira da máfia e casamento por contrato. — Entendo sua felicidade. Podemos ir agora no cartório e oficializar. E resolver de vez esse probleminha. Talvez você não saiba, mas eu sou um homem bastante ocupado. — O homem ignorava totalmente a reação de Ruby, acreditando que ela sabia do que se tratava tudo aquilo, que assim como ele soube pelo eu pai, a sua noiva, saberia pelo dela, mas estava enganado, Ruby não tem contato com o seu pai biológico a mais de dez anos. — Por acaso você bateu a cabeça quando era pequeno? Não vou para canto nenhum. Muito menos casar com alguém delirando com esse papo doido de máfia ou contrato de casamento. Sabe em que ano estamos? Não existe mais isso de casamento arranjado. E eu tenho certeza que meu pai não me envolveria com alguém como você. — Ruby não chegou nem a ler os lápis, antes de andar em direção à porta. — Você precisa de uma psiquiatra, não uma noiva. Isso é obvio. Você só pode estar em um surto psicótico para inventar todas essas histórias. Se tiver algum problema em relação a isso, reclame com quem assinou essa merda ou te falou sobre isso. Eu tô caindo fora. — Se você for contra, tanto seu pai como toda a família que puder herdar a máfia terá que ser morta. Ninguém vai aceitar você como noiva e vão se aproveitar disso para ganhar poder. Eliminar você é a melhor forma de tomar o poder. Mesmo sabendo disso, ainda assim, vai preferir se manter com essa pose? Colocando em risco toda a sua família. Será que sou eu mesmo que estou precisando de um psiquiatra aqui? — MB perguntou segurando o braço de Ruby sem qualquer delicadeza, impedindo ela de avançar. Ruby se irritou com a forma que MB queria forçar-la a aceitar aquilo. Irritada, se virou rapidamente coberta de ódio na direção que estava MB. Em um movimento só, chutou suas bolas, fazendo ele cair na mesma hora no chão se contorcendo segurando suas preciosidades enquanto gemia de dor. Seus homens se aproximaram rapidamente ao notar o que tinha acontecido, todos completamente armados, apontando as armas para a cabeça de Ruby. Se ela tentasse fugir naquele momento, acabaria morta por todas aquelas pessoas. MB acenou com a mão livre enquanto gemia de dor, para que seus capangas se afastassem deles dois, enquanto ele tentava levantar com muita dificuldade. — Não adianta ficar irritada. Se quiser descontar a raiva em alguém, vá atrás do seu pai. Eu só estou fazendo isso porque preciso. Ou acha que eu perderia tempo com uma pirralha irritante com você? Querendo ou não, você terá que assumir a máfia. É seu legado. Não sei o que anda fazendo por ai, mas você sabe que não pode fugir do seu destino para sempre. — MB odiava a ideia do casamento, mas ainda assim, não podia desistir daquela ideia maluca. O que deixou Ruby ainda mais confusa. — Você não pode fugir do que foi decidido pelo destino. É uma tentativa em vão. — Legado? Destino? Eu quero que se f**a. Quem decide minha vida sou eu. E quer saber, você deveria fazer o mesmo. Vai deixar os outros decidirem sua vida por você? Você é um adulto. Tome para si as decisões da sua vida. E pare de falar esteiras sobre máfia e Casamento arranjado. Procure uma psiquiatra, cuide da sua saúde psicológica, mais importante, me deixe em paz. — Ruby respondeu olhando ao redor vendo os homens se afastando deles dois como ordenado. Talvez fosse sua chance de escapar. — Em que mundo você vive?Julga que pode sair da máfia quando quiser. Está enganada. O seu pai pode ter feito o que fez para que você tivesse uma vida normal, mas no fim, se não vier comigo, terá que lidar com o castigo de ter virado as costas para máfia. Não há perdão na máfia. Assim como eu te descobri facilmente, outros tantos farão o mesmo. Se não aceitar vir comigo agora. A sua vida e da sua família estariam em perigo. E aí, qual será a sua? Estou sendo mais simpático do que você merece. Deveria apenas te tomar a força como a minha mulher e resolver isso. — MB se achava o próprio príncipe encantado no seu cavalo branco, mas ele não imaginava que Ruby era uma princesa fora dos padrões e ainda iria surpreender muito ele.
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