CAPÍTULO 2
Adam…
Saio do banho e troco de roupa, estava calor o verão havia finalmente chegado em Moscou e opto por uma calça jeans e uma camiseta branca, eu tinha muitas coisas para resolver na rua e precisava me apressar, apesar de ser sábado eu tinha que ir até o outro lado da cidade, alguns associados andavam fazendo merda por lá e eu tinha que resolver, como sempre eu tinha que resolver, Iuri estava se afastando cada vez mais da chefia, o que significava claramente que eu teria que assumi-la em breve.
Assim que desço as escadas encontro o meu pai, parado com as mãos no bolso. Apesar dos anos, Maksim Skravonski continuava sendo um homem muito bonito e charmoso, os anos só o fizeram bem. Muitas pessoas dizem que eu sou muito parecido com ele, e que se não fossem as tatuagens e o cabelo comprido eu seria idêntico a ele na minha idade, mas eu preferia dizer que sou uma versão melhorada dele.
—Oi pai.
Aproximo-me da mesa posta do café e pego um pouco do líquido preto, amargo e quente.
—Adam, precisamos conversar.
O tom de voz do meu pai era sério, mas eu sabia muito bem o assunto.
— Pai eu sei que devo me casar, sei que tenho responsabilidades, e vou cumpri-las, porém quero mais um tempo.
Ele me olha e balança a cabeça.
— Um mês Adam, você tem um mês para aproveitar a sua vida e depois disso irá se casar, não podemos contrariar o conselho mais uma vez, o episódio de morte da sua irmã ainda está bem vivo na memória deles.
—Não se preocupe pai, não tenho a intenção de contrariar o conselho.
Passo por ele batendo no seu ombro, e seguindo para a garagem.
Aproximo-me de um dos meus homens de confiança.
— A garota do bar, a garçonete, descubra tudo, absolutamente tudo sobre ela.
— Adam, tem certeza que vai mexer nisso, está prestes a se casar—Nico diz me olhando.
— Sim, e vou me casar com ela.
Subo na minha moto, dando partida e seguindo para os meus compromissos.
Passo o dia resolvendo problemas, os mesmos de sempre, gente incompetente deixando as suas merdas para eu resolver, e não que eu não gostasse da minha vida, mas eu precisava de mais.
Volto para a mansão no começo da noite, Nico faz um sinal com a mão para que eu me aproxime e assim eu faço.
—O que descobriu?
— Ela se chama Ayla, tem vinte e dois anos, a mãe morreu há cinco anos, nunca conheceu o pai, sua mãe era brasileira, ela mora no Chertanovo, um apartamento pequeno e simples, trabalha no Totem todas as noites e tem um namorado que se chama Dimitri, ele trabalha como entregador em uma rede de supermercado.
Passo a mão pela minha barba, pensando no que eu iria fazer, esse namorado iria atrapalhar os meus planos.
— Coloque alguns homens para seguirem esse tal Dimitri.
— Adam, o que vai fazer?
Nico está preocupado, ele sabe que eu não vou medir esforços para ter o que quero, e eu quero aquela mulher.
— O que for preciso—digo andando em direção a entrada.
Quando entro os meus pais estão na sala assistindo algum filme na tv, parecem um casal de namorados, mesmo depois de todos esses anos.
— Oi família.
Eles me olham e sorriem.
— Tudo certo com os feirantes?— o meu pai pergunta.
— Sim, tudo como deve ser.
Jogo um beijo para a minha mãe que me sorri carinhosamente, e subo as escadas indo para o meu quarto, tomo um banho rápido e troco de roupa, eu queria ver aquela garota de novo… Ayla…
Entro no bar e a vejo distraída arrumando algumas garrafas, me aproximo e sento em uma das banquetas na frente do balcão, analiso as curvas do seu corpo enquanto ela está de costas, sem dúvidas curvas brasileiras.
Quando ela me vê parece congelar, ela me olha, me analisando da mesma forma que acabei de fazer com ela, seus lábios são carnudos e vermelhos, seus cabelos escuros e lisos, a pele clara, o que indicava que facilmente eu poderia ver as marcas dos meus dedos na sua b.unda perfeitamente redonda.
— Eu sei que não, eu sei exatamente quem você é Ayla.
Ela me olha confusa, como se não entendesse.
— Como sabe o meu nome?
— A pergunta não é essa, mas sim, você sabe quem eu sou?
Os meus olhos fixam nos dela, que ainda parece confusa.
— Não quero saber quem você é, não me importo.
— Deveria querer saber com quem vai se casar.
—Casar? Você é maluco, eu não vou me casar com você, eu tenho namorado.
Ela começa a ficar nervosa, e acaba derrubando uma garrafa, eu seguro a sua mão e ela me encara.
— Você vai se casar comigo, e vai implorar para que as minhas mãos passeiem pelo o seu corpo, arrepiando a sua pele—vou subindo os meus dedos pelo o seu braço—Vai implorar para que eu te faça minha, para que eu esteja todo dentro de você.
— Você é um i*****l maluco.
Ela puxa o braço com força e a vejo sair em direção ao banheiro.
Solto uma risada, e Nico se aproxima de mim.
— Assustando jovens indefesas, Adam?
— Ela não é indefesa, é uma leoa, um desafio e eu como você bem sabe adoro desafios.
— Você é maluco cara—ele ri balançando a cabeça.
— Vamos embora, já fiz o que tinha para fazer aqui.
Me levanto e saio do bar, deixando apenas um guardanapo com um nome escrito embaixo do copo Skravonski.