Bruno Alcântara
Deito ao lado da minha Deusa e vejo o quanto ela está fragilizada, mesmo que tenhamos feito amor agora, sei que ela está tão confusa como eu mesmo estou nesse momento.
Não quero pressionar, mas também não é fácil aceitar que minha Deusa terá outro homem em sua cama enquanto estou na mesma casa que ela. A puxo para o meu peito e mantenho os nossos olhos fixos, sorrio quando o lençol nos cobre, principalmente seus pés que sempre estão com frio.
— Me perdoe… — A silencio antes que ela possa concluir o que esteja pensando.
— Sou eu quem deve implorar o seu perdão minha Deusa, entendo o que está sentindo. — Respiro fundo e forço um sorriso nos deixando um de frente para o outro.
— Está me doendo saber o que decidiu, mas aceito a sua escolha. — Sorrio e seco uma lágrima que surge em seus olhos.
— É por isso que estou tão confusa Bruno, achando que não mereço nem você e tão pouco o Hassan. — Deixo uma gargalhada explodir.
— Você é a mulher mais maravilhosa que existe, minha Deusa. — Digo mantendo o carinho em suas costas. — Se ele ainda não sabe, sei que vai descobrir em algum momento.
A puxo contra o meu peito e sinto o seu corpo relaxando e contraindo.
— Está sentindo algo? — Pergunto preocupado.
Afinal, estamos grávidos de gêmeos, seu rosto estava com uma fisionomia de dor. Fico preocupado em vê-la daquela forma. Carol começa a respirar fundo e tentar encontrar uma posição melhor.
— Estou sentindo cólicas desde ontem, depois que bati o carro em você, a culpa é sua… — Vejo um sorriso surgir nos seus lábios.
— Me atirou a sua faca, ganhei seis pontos e nem estou te culpando de nada. — Sorrio com ela.
Coloco uma mão em nossos bebês e faço um carinho gentil na esperança que ela me diga o que fazer.
— Vai passar… — A vejo respirar fundo algumas vezes.
Fico incomodado em vê-la daquela forma, mas não posso fazer qualquer coisa que a irrite. Já entendi que isso aqui foi o nosso término e mesmo acreditando que estarei sempre pelas beiradas esperando por minha esposa.
— Quer ir a um hospital, ou precisa de algo? — Ofereço ajuda, porque sei que ela não dirá nada.
Ela n**a com a cabeça e confirmo aceitando a sua escolha, não a quero me afastar, mas continuar aqui é pior do que saber que não poderei ficar hoje e continuar amando a mulher que desejo.
— Vou para o Rio, começar a preparar o encontro que teríamos com Hector e tentar pensar em uma forma de fazer a nossa casa ficar segura. — Digo antes de me erguer da cama.
— Onde você vai? — Noto em seus olhos se questionamento o que estou fazendo.
— Amo você, sempre será a minha Deusa, a mulher que me transformou no que sou hoje, mas ainda não estou pronto para aceitar o que me pediu. — Saio da cama com os olhos fixos no dela.
— Também te amo! — Sussurra e volto para a cama.
Seguro em seu rosto e a beijo com ternura, demonstro o quando a amo nesse momento deixando ela livre para experimentar o que precisa. Deixando claro que sempre estarei aqui para ser o seu apoio.
— Obrigado por não me matar! — Digo rindo.
Na tentativa de deixar essa nossa separação um pouco mais leve para ela, porque aguentarei o fardo de tudo isso por mim e pela minha esposa gravida. Ergo da cama outra vez, recolho as minhas roupas e começo a vestir sobre os olhos acentos da minha Deusa.
— Nossas mães estão vindo, mas prefiro conversar com elas no Rio. — A ouço dizer.
— Deixará Laís e Matheus? — Já que eles acabaram de chegar.
— Sim, em poucos dias as aulas começarão e sei que a Bia não vai se importar de ficar com eles por poucos dias. — Ela diz sorrindo.
— Estou indo para casa, te espero lá. — Digo assim que termino de calçar os meus sapatos.
Olho mais uma vez para a mulher que tem meu coração, sentimentos e minha vida em suas mãos, assim como tenho os dela também. A deixo na cama e sopro um beijo.
Saio do quarto com o peito ardendo com a dor de saber que o homem que dormirá em minha cama mais tarde está no andar de baixo, que provavelmente ele que cuidará da dor que ela está sentindo nesse momento e que não quis compartilhar comigo.
Desço as escadas lentamente e olho na direção da cozinha e vejo que os dois estavam ali, com uma xícara de café em suas mãos. Respiro fundo e vou em direção ao homem que está conquistando a minha esposa.
Assim que entro na cozinha, os olhos dos dois pareciam me sondar tentando descobrir o que iria fazer ali.
— Frank, saia! — Digo
Olho para os dois que parecem meio receosos e respiro fundo para controlar a minha raiva.
— Não matarei o amante da minha esposa, agora saia se não quiser receber uma bala em sua cabeça no lugar dele. — Digo começando a ficar ainda mais puto.
Noto quando Hassan dá um sorriso de canto e bate no ombro do amigo. Observo o segurança sair da cozinha e Hassan tomar uma postura um pouco mais defensiva.
— Amo a minha esposa soldado, te odeio por estar entrando por uma porta que deixei aberta. — Digo irritado.
Hassan solta a xícara e mantém os seus olhos sobre mim, sem dizer nada.
— Estou deixando ela livre para que cuide dela, que faça melhor do que fiz, mas lembre-se em algum momento a minha Deusa precisará de mim e estarei esperando para voltar para o lado dela. — Seguro com firmeza na borda do balcão.
Porque a única vontade que sinto nesse momento é de socar a cara dele por estar me tirando a minha esposa.
— Sinto muito senhor Bruno, não era a minha intenção de…
— Se meter no meio dessa situação? Claro que não era! — Digo com ironia.
— Não era, mas você sabe como ela é apaixonante e sim estou amando me envolver com Sayidati. — Diz de queixo erguido.
Dou a volta no balcão e me aproximo do homem que mantinha sua fisionomia neutra e olhos fixos nos meus. Mas não consigo me conter, ergo a mão e o acerto no meio do rosto.
Com o impacto ele se desequilibra e começo acertar um soco atrás do outro, estou tão puto que não me importo o que a minha esposa irá achar do estrago que estou fazendo com esse árabe.
— Ela é minha esposa, pode passar o tempo que for… — Seguro na gola da camisa e o faço me olhar. — Voltarei a ser o marido da minha Deusa, então aproveite e cuide dela, estarei no seu encalço.
Solto a camisa e me ergo do chão, deixando ele por lá com Frank que aparece logo em seguida. Respiro fundo algumas vezes e saio do espaço indo em direção à saída e vejo a minha esposa no topo da escada, o seu olhar fica confuso.
— Desculpe, não consegui resistir… — Viro de costas e saio de casa.
Deixo que eles se resolvam e entro no carro onde estão os meus seguranças, pelo olhar dos dois sabem muito bem o que aconteceu dentro daquela casa.
— A partir de hoje, o que acontece em casa fica lá dentro…
Começo a dizer, disse a minha Deusa que iria organizar a sua chegada e assim farei.
— Estou separado da Carolina, ela está se envolvendo com Hassan e assim que voltarem para o Rio eles ficaram em nossa casa, preciso que escolham com cuidado as pessoas que entrarão em casa. — Digo aos dois.
Os vejo concordar e seguimos caminho. Amo a minha esposa, se ela precisa desse momento, então darei a ela e o resto enfrentaremos como família como sempre fizemos.
Vamos ao hotel apenas para pegar nossos pertencer para voltar para o Rio de Janeiro, tenho que organizar tudo para a vinda da minha esposa e o árabe que desejo matar nesse momento.
Assim que chegamos em casa, sou recebido por minha irmã e meu cunhado na sala da minha casa.
— Mamãe está vindo, vai me contar agora ou saberei somente quando ela chegar? — Minha irmã diz.