Carolina Alcântara
Droga!
Não esperava que o Bruno fosse surgir do nada aqui em casa. Vem o meu saco de músculos querendo ser autoritário, exigindo que faça alivie os seus medos.
Como posso fazer isso se eu mesmo posso ser morta pelo processo. Penso enquanto o observo saindo do quarto.
Sento na borda da cama e tento me acalmar depois de ser praticamente acordada no meu melhor do sono. Não me arrependo em deixar que ele me visse nua, já que meu corpo não é segredo algum para Bruno.
Mas quando vi Hassan abrir a porta e ver que estava bem, notei em seu rosto que ali não era apenas preocupação, tinha uma pontada de ciúmes ali e pela forma como ele fechou a porta não era do Bruno.
Levanto da cama segurando o lençol contra o meu corpo, coloco o vestido e não encontro a minha calcinha, pelo menos não aqui no chão do quarto. Saio do cômodo com intuito de descobrir se Bruno já tenha saído de casa.
Olho para a sala e Frank e Marcos estava lá com cara de assustados.
— Onde está o meu Tajdid? — Pergunto para Frank.
Não me importo com o que Marcos pensem nesse momento, assim que voltar irei colocar essa situação em pratos limpos, pelo menos para os de dentro de casa.
— O senhor Alcântara o levou! — Ele diz e pelo seu olhar aquilo me preocupa.
— Pegue um carro vamos atrás deles agora mesmo. — Digo e corro para o quarto de Hassan.
Calço um chinelo, como não encontro a minha pistola pego apenas a adaga que estava em minha bolsa. Não matarei o meu marido, mas talvez acertar de raspão o ensine algo.
Saio do quarto e entro na garagem, Frank já estava com o carro e o celular ligado no GPS.
— Nossos comunicadores têm localizador, aqui estão eles… — Aponta para um sinal vermelho.
Observo a tela e vejo que eles não estavam assim tão longe, Frank acelera o carro para podermos chegar o mais rápido possível.
Bruno não é um homem burro e muito menos desligado com as coisas ao nosso redor, se quando passei pelo escritório vi a camisa do Hassan ele deve ter notado também, por isso deve tê-lo levado junto.
— Olha, eles estão ali… — Frank aponta para o carro que estava na pista lenta.
Puxo o celular e ligo para o meu marido que se tiver tocado em meu árabe pode ter certeza que vai ficar sem uma das mãos.
“Com que autoridade você retira o meu soldado da minha casa, me deixando apenas com dois, o quero em casa agora mesmo!”
Ouvi-lo me desafiar foi o suficiente para transbordar a minha irritação.
— Acelera o carro! — Digo para Frank.
— Senhora… — Ele me olha preocupado.
Reviro os olhos e consigo apertar o pé dele no acelerado, empurrando o nosso carro para frente e colidindo onde meus dois homens estavam naquele momento, sem imaginar como eles estavam.
Quando sinto o impacto uma pequena cólica me tira o ar, aperto a coxa de Frank que se assusta.
— Se falar algo para Hassan, corto a sua língua. — O ameaço olhando em seus olhos.
O vejo confirmar, mas percebi que ele estava preocupado com o que houve. Mas pelo menos o carro na frente para e vejo Hassan saindo.
Desço do carro e arremesso a minha adaga na perna do Bruno aceitando a sua coxa, o vejo olhar assustado para a minha reação. Passo pelo Hassan olhando fixo para o meu marido que não estava entendendo a minha reação.
— Como ousa entrar na minha casa e retirar a minha segurança depois de uma invasão? — Baixo o tom da minha voz.
Bruno ainda estava olhando para minha adaga, que estava presa em sua perna, ouço Hassan começa sussurrar algo atrás de mim e os olhos do Bruno focam provavelmente nele.
Meu marido não é i****a e se ele não percebeu nada até agora, está na hora de começar a entrar nesse assunto.
— Nunca mais o retire da minha segurança, ele é meu e ao meu lado irá permanecer! — Digo me aproximando e arranco a adaga de sua coxa.
— Não sou i****a, Carolina Alcântara, temos que conversar. — Seu olhar estava fixo no meu.
— Sim, temos, mas não aqui e não agora, estou indo para casa, te espero pela manhã. — Digo com a minha respiração acelerada.
Sinto uma nova cólica e o deixo ali, caminho devagar e sinto as mãos de Hassan me guiando para o nosso carro, entro no banco de trás ainda com uma careta no rosto.
— Está tudo bem? — Ele me pergunta.
Sem me importar se o Bruno possa me ver com o Hassan ou não. Relaxo ao lado do meu árabe e o beijo aliviada, em saber que ele estava bem e não com um tiro.
— O que houve, estou vendo que está sentindo dor. — Suas sobrancelhas estavam franzidas quase se unindo.
Relaxo agora vendo que estava com o meu árabe seguro na minha frente, seu sorriso se abre e deito com o meu rosto entre as suas mãos, entro no meio de seus braços e decido me assumir.
— Frank? — Chamo o meu segurança. — A partir de hoje Hassan está no comando, ele vai se tornar meu marido.
Digo com os olhos escuros de Hassan fixos nos meus e um sorriso lindo e charmoso crescendo.
— Vamos com calma, primeiro converse com o Bruno e resolva a situação. — Percebo que ele quer ser cauteloso.
— Fiquei assustada, ao saber que não estava lá… — Digo baixinho.
Vejo que ele gosta de ouvir sobre a minha preocupação.
— Se ele não sabia sobre a gente, ele suspeitou de algo ao ver a sua camisa no sofá e agora com a minha reação. — Digo e aproveito do carinho.
Entro em uma bolha só nossa naquele momento, sinto a sua mão me puxar para o seu colo e então o sorriso dele se desfaz e surge uma ruga de preocupação no meio de sua testa.
— Está sentindo alguma coisa, minha estrela… — Sorrio ao ouvir o novo apelido.
Nego com a cabeça, não quero que ele se preocupe devido à gravidez, preciso apenas descansar e colocar as pernas para cima. Sei que Hassan vai se preocupar e me levará para um hospital se disser qualquer coisa.
Chegamos em casa e só não sou carregada pelo Hassan porque não deixei. Entramos e vamos direto para o seu quarto, Frank diz que dá conta de tudo durante a noite.
Fico tranquila, sei que Bruno não fará nada, ainda mais porque precisará de alguns pontos em sua coxa. Hassan me deixa no quarto e vai recolher tudo o que deixou no escritório e no outro quarto. Assim que ele volta para o quarto, já estava usando uma de suas túnicas.
— Vamos deitar, acho que devemos conversar um pouco! — Ele diz e sorrio para ele.
— Tudo bem, o que quer conversar. — Digo subindo na cama e observando ele retirar a roupa.
— O que fará amanhã, sabe que ele virá. — Ouço dizer e me deito entre os seus braços assim que ele se deita na cama.
— Sim, eu sei, amanhã direi que quero me separar, isso se ele realmente vier…
Tenho as minhas dúvidas, Bruno é inteligente, ou não teria conquistado tudo o que já conseguiu até hoje. Ele já percebeu o que deve estar acontecendo, o que me preocupa não é a reação dele.
Já que se ele fizer algum alarde todos seremos mortos e nossos filhos vão ficar sem os pais.
— Tudo bem, agora volte a dormir, ficarei ao seu lado lhe protegendo, minha estrela. — Ele diz beijando os meus lábios.
Estava tão exausta com tudo o que havia acontecido que o sono me alcança tão rápido que logo estou no mundo dos sonhos novamente.
Estava no iate em algum lugar lindo, sentia o meu saco de músculos em minhas costas, enquanto estava fazendo um carinho nos cabelos de Hassan deitado entre minhas pernas, que lia algo do mundo árabe…
Antes que pudesse entender a profundidade do que estava acontecendo ali, acordo ouvindo a sua oração, me espreguiço e percebo que estou nua.
Deixo meus s***s a mostra e mantenho os olhos no homem, que estava ajoelhado sendo devoto. Acho lindo o quando Hassan é religioso e sempre está pedindo perdão pelo que está acontecendo.
Ele sorri para mim assim que acaba e se ergue do tapete com um sorriso no rosto.
— Bom dia… noiva? — Começo a rir e seguro em seu rosto.
— O que você achar melhor! — Sinto um beijo terno e levanto da cama.
Não perdemos tempo, logo meus filhos vão descer e quero conversar com eles antes de ir para o Rio de Janeiro e depois para Colômbia.
Já na mesa do café, Laís estava sentada ao meu lado e Matheus ao lado da sua babá.
— Quero contar algo para vocês e… — Fico tentando encontrar as palavras.
— Mamãe, vemos que está triste, Matheus ainda não entende bem, mas eu sim. — Me surpreendo com o que a minha filha diz. — A vir rir diferente ao lado do segurança.
Viro de frente para a minha filha e faço um carinho em seu rosto.
— Você se importa com isso, que sorria feliz para ele? — Pergunto sondando a minha filha.
— Acho que a senhora e meu pai estão muito tristes. — Ela sorri e deixa uma careta surgir.
— Também a quero feliz mamãe. — Olho para Matheus que estava comendo o seu cereal.
— Conversarei com o seu pai sobre isso amanhã quando estivermos em casa no Rio, depois volto e viajaremos para um país diferente.
Digo com a formação de um plano em minha cabeça, pelo menos é isso que estou imaginando.