17 - Carolina Alcântara

1768 Words
Carolina Alcântara Ver meus filhos foi o que precisava naquele momento, senti um pouquinho de esperança que tudo poderia se organizar dentro de mim, ter meus filhos ao meu lado, para poder curtir a chegada de um novo irmão ou irmã. Até mesmo ver o Bruno naqueles poucos minutos e contar a ele sobre a gravidez me trouxe a raiva que estou sentindo por ele. Mas ouvi-lo dizer que exigia participar da gestação, foi quando me irritei. Exigir? Bruno não tem o direito de exigir nada, o que aconteceu será considerado uma traição, não importa se disser que ele estava drogado. Preciso conversar com minha mãe e minha sogra e pensar com elas uma forma de mantê-lo, a salvo de Fritz. Desligo a chamada assim que vejo Hassan entrar no meu closet e suspirar aliviado ao me ver sentada no chão em meio as minhas roupas que estavam espalhadas. O vejo escorregar pela porta com os olhos fixos nos meus e sorrir. Posso não estar morrendo de amores por esse árabe charmoso e sedutor, mas é inegável que ele tem ganhado espaço em meus sentimentos e também a minha dedicação e proteção. Mantenho nossos olhos fixos um no outro e relaxo ao notar em seu rosto que ele não parecia estar chateado ou algo assim. — É mais de duas da manhã, te procurei no escritório e não achei! — Ouço dizer. Engatinho para a sua direção com um sorrisinho sapeca e me aconchego entre suas pernas. Hassan estava usando terno e a escuta estava ligada, com certeza o turno da madrugada é dele hoje. — Estava trabalhando e não percebi o horário, Bruno me ligou para que falasse com Matheus e Laís. — Digo e presto atenção em sua fisionomia. — Ouvi que estão vindo, temos que organizar seu retorno para esse quarto! — Diz repuxando os lábios. Tenho vontade de rir, como Hassan está conduzindo a situação. Ele tem se esforçado em não demonstrar que está começando a se envolver comigo e isso tem me mantido bem. — Quer deitar aqui ou lá embaixo? — Ele me pergunta. — Disse ao Bruno que estou grávida e que não o perdoo… Seguro os seus pulsos mantendo as suas mãos em meu rosto, havia um sorriso ali e parecia tão sincero que me agarrei novamente nesse sentimento de que Hassan é quem vai me fazer acreditar novamente em um relacionamento. — Sei que você o ama, acredito que devam conversar Sayidati, precisam colocar tudo o que sente em pratos limpos e até a confusão que está sentindo por mim… Não consigo me imaginar ser assim tão altruísta como Hassan vem sendo comigo, o tempo todo ele deixa claro que não se importa que me acerte com o Bruno. Mas nesse momento estou tão machucada que quero apenas esquecer o que aconteceu para poder pensar em dar uma chance para o Bruno. — Consigo ver em seus olhos como a sua alma está dividida entre seu marido e comigo, não sofrerei ao ver você nos braços dele, apenas a quero feliz e protegida… Solto os seus pulsos e seguro o seu rosto pela sua barba grande e bem cuidada. — Como consegue ser tão desprendido assim? Sou tão egoísta, talvez nunca o deixe ir… — Sussurro com os nossos lábios roçando um no outro. Aproveito do beijo que ele me dá, num sorriso safado surge e o vejo negar. — Você deveria estar na cama para que bidhara cresça e se desenvolva bem. — Reviro os olhos. — Tudo bem, vou pegar apenas um pijama e podemos descer. — Levanto do chão e abro algumas gavetas procurando a roupa e sinto o corpo grande dele em minhas costas. — Deixa isso ai, pegue uma das minhas camisas, seus olhos estão pesados. — Antes que me virasse em sua direção. Hassan se abaixa e me ergue do chão, tão fácil que me surpreendo com a sua atitude, passo os braços por seu pescoço e deito com a cabeça em seu peito, me deleitando ao ouvir seu coração, suas batidas aceleradas e rítmicas. Esse momento percebo que estou me tornando depende dos cuidados que estou recebendo de Hassan. Descemos para o seu quarto em silêncio, minha casa estava silenciosa e estranho que Frank não estivesse pela cozinha assaltando a cafeteira a uma hora dessas. Olho de relance não o vendo e ergo a vista para Hassan que estava com um olhar de quem havia acabado de ganhar uma competição. Assim que entramos em seu quarto, ouço apenas o baque da porta se fechando e dou depositada no meio da cama levemente. Hassan mantém os seus olhos nos meus e vejo suas mãos passeando por minha roupa. Com delicadeza ele retira peça por peça me deixando nua em sua cama, suas mãos entram por baixo dos meus joelhos e me puxa em sua direção, fazendo com que caísse de costas no tecido macio e ficasse de pernas abertas. — Quero muito fazer amor com você agora, mas estou sozinho na casa, então se comporte que quando voltar para o quarto te farei gozar. — Ele se abaixa entre minhas pernas e desliza a sua língua em minha f***a. Me tirando um suspiro de prazer, enquanto aperto a colcha para controlar a minha respiração que se acelera. Sinto o impacto de um leve tapa em cima do meu c******s e trinco os dentes desejosa de prazer. — Escolha uma camisa e se deite para descansar, daqui a pouco estará amanhecendo. — Ele diz e deposita um beijo no pequeno volume na minha barriga. Observo enquanto ele arruma a sua ereção e sai do quarto rindo em minha reação. Saio da cama e vou até o seu closet, pego uma de suas túnicas e a visto para poder dormir sentindo o seu perfume almiscarado me abraçando. Não demora muito para conseguir dormir, estava cansada de chorar e com a cabeça pesada com todos os problemas que tenho que resolver. O sono que tenho é inquieto, não sei se é porque dormi sozinha, ou porque os pesadelos me deixaram temerosa. Estava sendo levada para algum lugar distante, um lugar no meio da floresta, sentia frio, minha pele se arrepiava, meus bebês estavam chutando forte. Ao meu lado um homem me empurrava como se dessa vez eu fosse quem merecia a morte. — Achou o que Carolina? Que enganaria o conselho… — O som oco faz meu peito sentir a pulsação acelerar. Meu árabe caído sem vida com o rosto virado em minha direção via o quanto estava todo machucado. — A punição por me enganar é a morte…. — Viro para o outro lado e Bruno estava de joelho me olhando. — Me per… — Outro disparo e os olhos verdes que tanto amo, perdem o brilho e se tornam opacos. — Desgraçado… — Sinto o primeiro impacto, olho para o Fritz com ódio. Acordo assustada abraçada com o edredom que deveria cobrir o meu corpo, mas estava entre as minhas pernas, o que me desperta de uma vez é Hassan com a sua pistola em mãos e falando baixinho. — Acorda Sayidati, veste a sua calça e vamos. — Ele diz. Levanto da cama e faço o que ele diz, saímos do quarto devagar e me arrependo de ter vindo dormir no quarto aqui em baixo, na suíte tenho armas e facas espalhadas por todos os lugares. Ouço alguém falando no andar de cima que não haviam me encontrado, olho para o Hassan que apenas me pede silêncio e pede que me acalme, coloco a mão sobre meus bebês e aponto em direção à garagem, talvez não tenha ninguém ali. Caminho de costas para a porta enquanto Hassan estava na minha frente com sua pistola na direção das vozes que ouvíamos. — Acho que a Madame está indo na direção errada! — ouço a pistola engatilhar em minha nuca. Seguro firme na mão de Hassan com medo do pesadelo se tornar real, ele se vira devagar e deixa a arma girar em seu dedo. O homem atrás de mim a pega e indica que devemos ir para a sala. Ao chegar na sala, Liam estava ali sentado na minha poltrona cinza, de pernas cruzadas com um sorriso ridículo na cara. — Como ousa entrar na minha casa? — Ergo o queixo e o desafio. — Sabe Suíça, ouvi por alto que aconteceu uma pequena confusão lá no Peru e que meu nome foi citado. — Mantenho os olhos naquele desgraçado. — E se foi? Ficou com medo que o leve ao conselho? — O vejo gargalhar. — Não tenho medo daquele i****a como você, ou acha que não sei que deu um chute na b***a daquele i****a que chama de marido! — Ele exclama e se ergue. Caminha lentamente, se aproxima na minha direção e de Hassan, aponta para o soldado que estava ao nosso lado. — Meu segurança fica comigo, não se atreva a fazer qualquer coisa, Liam, ou matarei você sem me importar com o qualquer coisa. — Digo lembrando do pesadelo. — Então faremos o seguinte… — Diz e acerta Hassan no queixo sendo derrubado no chão. Olho para Hassan e quando ia me ajoelhar para ajudá-lo, ele me restringe e fico em pé ao seu lado olhando para o i****a que terei o prazer em matá-lo. — Case-se comigo! O choque da sua pergunta tira um sorriso do rosto daquele canadense. E a convicção que esse i****a sabe de muito mais coisa que deveria. Sua mão me guia para a poltrona, fico com os olhos fixos no meu árabe que estava com seus olhos preocupados em cima de mim. O sonho que tive me deixou ainda mais angustiada, não posso perder meu Tajdid, não agora… — Poderia muito bem pedir o divórcio pelo adultério… — Não prestava atenção ao que ele dizia. Minha mente estava girando em torno daquele pesadelo e ver meu homem ali no chão aflito com aquele i****a me tocando e deixando claro que sabia o que estava escondendo entre as minhas paredes. Assim como todas as outras casas, as paredes da Casa Alcântara tem mais segredos do que conseguiria enumerá-los. Deixo meus medos tomarem conta de mim preocupada com o que pode acontecer a Hassan, a Bruno e até mesmo a mim e meus bebês que estão crescendo dentro de mim. — Ela não pedirá divórcio de ninguém, principalmente agora que parece que tem algum envolvimento com isso… Viro na direção de Vanessa que surge na minha sala com uma pistola nas mãos. Me ergo da poltrona, não mais a Carolina e sim a Madame Suíça.
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