12 - Carolina Alcântara

1530 Words
Carolina Alcântara Saímos do consultório, em silêncio, de mãos dadas, já que Hassan parecia disposto a cuidar de tudo o que estava acontecendo comigo. Naquele momento estava… Impactada… Surpreendida… Em choque… Porém, estava… Maravilhada… E encantada em poder gerar a vida de mais duas pessoas dentro de mim, mesmo que não me importassem quem fosse o pai. Mesmo sendo quem sou na máfia, e ter escolhido entrar para manter a minha filha Laís e a família protegida, tenho a escolha de pôr a vida do pai dos meus filhos em risco, Bruno pode ser morto por sua traição. Isso é um pensamento que vem me torturando nos últimos dias, por isso que estou evitando falar com o Bruno, preciso pensar com calma e decidir o que fazer. Não deixo de me surpreender com as surpresas que a vida me entrega. Não somente essa gravidez, mas agora tenho esse árabe ao meu lado e Hassan tem razão, é preciso ter cuidado com os nossos sentimentos, não que fosse me arrepender por estar me divertindo com ele. Mas podemos nos magoar e muito. Hassan está sendo cuidadoso e mesmo que esteja me dando vários orgasmos, sei que, preciso me resolver com o Bruno, preciso contar sobre os bebês e descobrir uma forma de não ser morta pelos mesmos a quem jurei lealdade. Assim como o bruno me traiu, estou fazendo o mesmo, mantendo esse árabe na minha cama. Via o segurança árabe dirigindo e olhando para os lados à procura da sorveteria, com a mão ainda entrelaçada à minha. Sei que em algum momento precisarei superar essa traição e pôr a minha vida nas mãos do Fritz. E isso não me agrada já que nós últimos meses o vemos persistindo com a sua vingança contra o Henrique, quero muito poder ajudar aquele rapaz, mesmo que ele esteja fazendo algo que não deveria… — O que houve, Sayidati, ficou tão quieta. — Hassan pergunta. — Muitas informações em minha cabeça. — Não quero dizer o que estou pensando. — Tudo bem, quando quiser compartilhar estarei aqui. — Ele diz com um sorriso e beija meus dedos. Respiro fundo e volto a olhar para fora do carro, fico irritada em não encontrar uma sorveteria e então avisto uma cafeteria, sorrio ao ver uma grande fachada com uma xícara de café e chantilly. Sorrio e aponto para o meu segurança que parecia estar disposto a me oferecer a lua nesse momento. — Tajdid ali! — Aponto para o lugar. — Pensei que quisesse algo gelado. — O vejo franzir a sobrancelha e sorrir. — Não vamos demorar, está ficando tarde e estou sozinho aqui. Concordo, Hassan estaciona o carro na frente da cafeteria e sai do carro olhando para todos os lados, mesmo que estejamos aproveitando o t***o que estamos sentindo, o segurança que há nele não para de me proteger e verificar se estou em um lugar seguro. Sinto um pequeno incômodo entre minhas pernas, enquanto olho para o homem arrumando o terno vindo na direção da minha porta. Aperto as coxas quando volto a sentir o perfume que exala do seu corpo malhado. Hassan não é mais forte que o Bruno, muito longe disso, mesmo ele tendo um corpo todo definido e malhado, acho que a diferença entre ambos é a forma que me proporcionam os meus orgasmos. Colocando os dois um do lado do outro, acredito que Hassan seja mais alto por pouco centímetros. Entrego a minha mão e sinto um carinho discretamente. Estranho a sua atitude e olho para os lados, talvez ele tenha visto algo, ou alguma coisa que possa me comprometer. Não posso deixar que ninguém descubra sobre ele, não posso perder o homem que está segurando minhas emoções em uma corda bamba. Ele solta a minha mão e deixa que ande alguns passos à sua frente. Entramos na cafeteria e me sento para esperar a hostess trazer o cardápio. Já estava sentada alguns minutos e ergo os olhos procurando por Hassan que não estava a mesa comigo, com certeza ele deve estar com fome, já que tomou apenas um café que interrompi que continuasse. Me viro na cadeira e procuro pelo homem que disse que estaria ao meu lado o tempo todo. Havia escolhido ficar do lado de fora do estabelecimento, estava sentindo um calor infernal. Encontro o homem em pé na lateral do cercado, olhando para os lados, aquilo me irrita. — Hassan?! — O chamo e o vejo olhar confuso e caminhar em minha direção. Ele se põe ao meu lado com as mãos sobrepostas na frente do seu corpo. — Senhora! — Exclama. — Sente-se, não irei ficar aqui sozinha. — Digo me irritando. — Sabe que não posso lhe expor e nesse momento a única coisa que quero é lhe mimar na cama. — Sorrio em saber que devo ter novos orgasmos. — Mas não vou lhe pôr em perigo, não aqui na rua. Mantenho nossos olhos fixos, travo com ele uma batalha silenciosa e quando o meu pedido chega a mesa o vejo suspirar derrotado, abre os botões de seu terno, retira a escuta e põe o celular em cima da mesa. — Muito bem, é assim que gosto. — Digo olhando para o meu pedido. — Sayidati? — Ergo os olhos para Hassan que me chama. — Comigo não é você que comanda, lembre-se quem sou! — Ele sorri e olha para o celular que vibra na mesa. Antes que entrasse em sua brincadeira, sou silenciada pelo seu celular que chama a minha atenção. — É ele não é? — Pelo seu olhar não preciso que me responda. — Tome o seu café, daqui a pouco voltamos para a casa e antes que as suas visitas cheguem comemoraremos a sua gestação. — Um sorriso de canto surge no rosto de Hassan. Me concentro no rosto do meu segurança, o vejo concentrado no que ele lia na tela do celular, passando cada uma das contas entre os seus dedos, seus lábios se movimentam em silêncio e fico curiosa para conhecer ainda melhor o homem que vem me dando orgasmos. — Porque Hassan Al-Makki não retorna para o seu país e se torna o sheik mais lindo que já conheci? — Pegunto antes de terminar a minha refeição. Ele estreita os olhos e sorri para mim, sinto a ponta de seu sapato tocar em minha perna, sinal que ele aprovou o elogio. — Então sou lindo? — Ele pergunta. — Saiba que você é extremamente gostosa. — Deve ser a gestação… — Dou de ombros, isso é algo que escutava sempre da pessoa me traiu. Volto a olhar para o waffle na minha frente, aquilo perdeu totalmente o sabor. Lembrar que ainda amo aquele traidor é o que vem me entristecendo. Queria tanto que nada daquilo houvesse acontecido. Que aquela maldita mulher não tivesse aparecido em nossas vidas e nesse momento estaria sendo bajulado por aquele saco de músculos que é o meu marido infiel e traidor. Não percebo quando uma lágrima escorre por meu rosto, sinto o toque suave de Hassan em minha mão e seco meu rosto. Respiro fundo e sorrio para o segurança que me protege e o responsável pelos orgasmos deliciosos que estou sentindo. — Converse com ele, acredito que podem se resolver. — Empurro o waffle e o olho profundamente. — Estou pronta para voltar. — Digo um pouco mais irritada que deveria. — Então vamos Madame! — Sinto falta de ouvir meu nome em sua língua materna. Vejo quando ele retira algumas notas de sua carteira deixando como p*******o e vamos em direção ao carro, dessa vez entro no banco de trás, quando ele abre a porta. Não havia trago o celular, então me contento em vislumbrar a paisagem por onde passávamos, sinto a bagunça que está a minha cabeça e principalmente os meus sentimentos. Entendo que ele estava drogado, mas a imagem que não sai da minha mente e ver Bruno deitado segurando na cintura daquela mulher que rebolava em cima dele, ver que ele estava gostando do que sentia naquele ato carnal. Respiro fundo e tento sair daquela memória desprezível, olho para o retrovisor e via o rosto do Hassan com uma cova entre as sobrancelhas, parecia irritado. Quando ia lhe fazer uma pergunta, nosso carro estaciona na garagem de casa, o vejo ligar o comunicador. — Rouxinol no ninho! — O ouço dizer. Abro a porta e desço do carro, não espero por sua gentileza, caminho casa adentro e passo por Frank que apenas meneia a cabeça, subo as escadas para o meu quarto tão rápido que m*l percebo o que já estava retirando a minha roupa, me livro dos sapatos e me deito novamente em minha cama somente de lingerie. Deixo o choro sair, a dor da traição, a dor por estar grávida e enfrentando sozinha uma gestação que com certeza é de risco por ser gemelar, sem contar o peso na consciência por estar trepando com o meu segurança. Coloco a mão em minha barriga, protegendo os meus filhos recém descobertos e começo a sentir uma calmaria dentro de mim. — Mamãe protegerá vocês dois, meus amores. — Digo toda melosa e sentimental.
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