Ivone Fritz
Ouvir o que Carolina tinha em mente é praticamente loucura, mas vi que ela estava decidida em fazer isso. Assim como o olhar de Bruno estava triste ao ouvi-la.
Entretanto, via como ele já estava conformado com a situação que ele mesmo causou. Também estava claro que Carolina o perdoou por pegá-lo transando com outra mulher. E que tudo isso só está acontecendo por que ela perdeu a confiança no homem que a chama de Deusa.
Talvez se ela se afastar com a história de gravidez de risco, ela tenha a gravidez tranquila e com o Hassan cuidando de tudo ao seu redor. Por mais que ame meu filho, ele cometeu o pior dos erros.
Não por t*****r com a mulher, mas por prometer que nunca mais beberia a ponto de cometer outra idiotice. Pelo que conheço de minha nora, se fosse apenas o fato de ter deslizado, ela o puniria e tentaria levar o casamento.
Mas quebrar uma promessa para a mulher que diz amar, foi a última gota que ela precisa para transbordar.
Meu filho nunca soube beber, nem quando ele era adolescente e estava aprendendo a comandar a comunidade, as poucas vezes que bebeu nos bailes não passava de duas cervejas. E graças a Deus ele nunca usou drogas, ele sempre foi limpo nessa questão.
Amo meu filho e minha nora e por isso farei o que estiver ao meu alcance para mantê-la longe dos olhos de Fritz.
— Chame o Hassan! — Peço ao meu filho.
Se esse casamento acabou e a Carol fará de tudo para manter o meu filho vivo, está na hora de que ele aprenda a conviver com o novo companheiro da sua ex-esposa.
Fixo os meus olhos no rosto do meu filho que parece nada propenso de fazer o que estou mandando. Bufo irritada e o vejo me desafiando com o olhar a ordem que acabei de dar.
— Eu vou mamãe… — Olho para Juliana que tenta intervir pelo irmão.
— Cala a boca e se sente aí do lado do seu marido. — Digo olhando para minha filha, a vejo sentar novamente e olho para Bruno. — Mandei ir fazer algo, a velhice está lhe deixando surdo? Porque i****a já se tornou.
Sustento o seu olhar e ergo o queixo, deixando claro que não tenho nenhum medo de quem ele é ou quem já foi. O vejo suspirar e revirar os olhos.
Sorrio ao ver que ele se ergue do sofá um tanto irritado por estar fazendo algo que não desejava. Mas ele cavou o próprio buraco de sua cova, está na hora de aprender a assumir as consequências de seus atos.
Enquanto ele vai em direção à cozinha para fazer o que mandei, olho para Carolina, que parecia mais cansada que deveria.
— Estou preocupada com você! — Digo ao lado de Clarice que também tem o mesmo sentimento.
— Não posso negar que também estou… — A vemos passar as mãos pelo tecido do vestido.
Antes que pudesse dizer algo mais, Hassan entra na sala acompanhado de Bruno, pelo olhar dos dois é provável que o i****a do meu filho tenha dito algo para o coitado do segurança.
— Hassan sente-se ao lado de Carolina! — Digo e vejo o meu filho ficar vermelho. — E você senta ali ao lado de sua irmã.
— Mãe, eu lhe amo, mas está passando dos limites. — Estreito os olhos na direção do meu filho.
— Limites você passou quando resolveu beber e não controlar a sua raiva, agora cala a boca que vou salvar a sua b***a. — Digo.
— Ivone. — Carol sussurra ao meu lado.
— Nora, sei que ainda o ama e me perdoe Hassan por dizer isso, mas no momento que aceitou sabia onde estava se enfiando! — Digo olhando para os dois.
— Sim, eu sabia exatamente o que poderia acontecer e aceito tranquilamente as decisões de Sayidati! — Oh, céus, que homem apaixonante.
Clareio os pensamentos retirando os pensamentos sexuais que estou tendo com esse árabe. Observo Carolina rindo e meu filho revirando os olhos.
— Vocês três vão para a sua consulta pela manhã, veja o porquê está com toda essa dor, contarei ao Fritz que sua gravidez é de risco e que vai se afastar deixando o Bruno cuidando de tudo. — Digo olhando para a Carol e Hassan que apoiava o seu peso.
— Enquanto você, vai cuidar de tudo durante a ausência da Madame Suíça, imagino que meus netos irão com você, não é Carol? — Pergunto meio incerta.
— Sim, quero levá-los, isso se para o Bruno não houver nenhum problema! — Ela olha para meu filho e vejo em seu olhar um fogo que não conseguia entender.
Existe algo entre eles três, a qual é complicado de explicar, mas sei que todos os que estão aqui estão vendo tudo isso acontecendo embaixo de nossos olhos, Clarice me olhar e percebo que ela também percebeu.
Carolina está apaixonada pelos dois, assim como os dois a amam e a veneram, mas como ela poderia escolher com quem ficar, sabendo que a vida de ambos está em suas mãos.
— Amo você meu filho, mesmo que tudo isso tenha acontecido, sei que sua Deusa também te ama, mas acredito que nesse momento, é melhor a deixar livre…
Digo olhando para o meu filho que não consegue reagir ao que falo. Seu olhar se mantém fixo em sua esposa e pela quantidade de vezes que o vi engolir a seco, ele se conteve em falar o que estava entalado.
— Nesse momento sei que a separação doe, mas a manter presa somente a você enquanto todos vemos o quanto ela está envolvida com Hassan, chega a ser c***l. — Clarice se vira em minha direção e segura em minhas mãos.
— Meu genro, sei que não é isso que esperava, entenda que estamos apenas pensando em uma forma de esconder o que acontecerá. — Ela diz e vejo o quanto está preocupada.
— Se Fritz desconfiar de algo, ele mandará matar você e talvez até a minha filha por esconder o fato, sem contar a rachadura que pode acontecer com os gregos. — Noto quando Carol baixa a cabeça.
Sabemos que a sua amizade com Alex é a coisa mais importante para ela, ter que esconder o que planeja fazer pode lhe causar a perda de uma amizade de muitos anos.
Não n**o que em outra época tinha a convicção que ela largaria o meu filho para ficar com aquele deus grego. Mas algo rolou entre eles que minha nora percebeu que não seriam mais que amigos.
— Gostaria de conversar apenas nos três. — Carol diz e levanta do sofá. — Estou colocando as vidas de todos na berlinda e sinto muito, mas preciso realmente me entender com o Bruno.
Concordo com ela, minha nora sempre foi estrategista, então sei que ela conseguirá bolar algo para esconder o que está para acontecer em sua vida. Sorrio para ela e espero que os dois se afastem um pouco, me aproximo beijando a sua bochecha.
— Não se preocupe, apoio a sua decisão e somente um cego ainda não percebeu o que acontecerá! — Exclamo segurando o seu rosto com ternura.
— Nem sei se é viável Ivone, não depende apenas de mim… — A interrompo.
— Bobagem, você é a Suíça sei que vai conseguir!
Apenas um i****a não percebe o que acontecerá, basta somente descobrir se esses dois homens se agarrarão ao tabu de uma sociedade, ou se abriram as fronteiras para aceitar que a mulher que amam, está apaixonada pelos dois.
Vejo quando Hassan e Bruno entram no escritório e a seguro um pouco mais.
— Os deixe se entenderem, trocar alguns socos e escolherem o que é melhor. — Digo a mantendo ao meu lado.
— Vocês são loucas, não invente em fazer isso, Juliana, não conseguirei te dividir. — Claudio diz e nos rende uma risada.
— Imagina Carol. — Juliana se encosta mais ainda do meu genro e ergue as mãos. — Segunda, quarta e sexta, você fica com meu irmão por ser o primeiro marido, nas terças, quintas e sábados, fico com o árabe gostosão e o domingo tira uma folga dos dois.
Olho para a loucura que minha filha diz e caímos na gargalhada, deixando o meu genro perplexo com o que ouve.
— Gostei da ideia, vou oferecer ao Bruno…
Carolina limpa uma lágrima que desce do rosto de tanto que riu.
— Vai lá se resolver com os seus dois homens, já vou me deitar, estou cansada. — Digo e a aperto um pouco mais forte.
Sinto seu corpo relaxar entre meus braços e noto que a minha opinião era a que mais importava nesse momento para ela. Deixo que ela se afaste e a vemos ir em direção ao escritório e me aproximo de Juliana.
— Talvez Hassan tenha um irmão, minha filha. — Começo a rir e Claudio se ergue do sofá como um raio.
Antes que pudesse dizer algo, tenho o vislumbre da sandália de Clarice voando em direção ao filho.
— Comete um deslize para ver se não vai ter o mesmo destino que o seu cunhado…
Começo a rir e me despeço da minha filha, preciso colocar os gêmeos na cama e ligar para Fritz ou ele me enchera de perguntas.