29 - Hassan Al-Makki

1821 Words
Hassan Al-Makki Sabia muito bem o que estava acontecendo entre minha Sayidati e seu marido naquele quarto. Quando aceitei levá-la para seu quarto de madrugada, sabia onde estava me enfiando, tinha convicção de que ela ainda é apaixonada por Bruno e que o risco de ser descartado era alto de mais. Porém, isso não me importava, o que realmente quero é que Carolina se sinta bem, que ela supere a dor que continua sentindo com o que passou. Volto em direção para a cozinha e observo Frank com um olhar preocupado com o fato de eles estarem conversando sozinhos. — Não sente ciúmes? — Sua pergunta me tira uma gargalhada. — Não, entrei nisso sabendo muito bem o que poderia acontecer… A nossa conversa durou o tempo suficiente para Sayidati e Bruno pudessem fazer bem mais que apenas uma conversa. Quando estava saindo da cozinha para a garagem sou surpreendido com Bruno que me acerta um soco, deixo que ele faça o que precisa, já que entendo toda a confusão que está acontecendo. Frank me ajuda a ergue do chão enquanto observo Sayidati descer pela escada e olhar confusa de mim para o Bruno. Ela se aproxima e toca em meu rosto com gentileza e suspira com culpa em seus olhos. — Você o ama e entendo isso, Sayidati. — Digo e a vejo olhar em direção à porta da garagem que se fechava. — Todos devem estar me achando uma vagabunda… — A silencio. A puxo em direção ao meu peito e aperto seu corpo com carinho, sentindo quando ela relaxa entre meus braços. Beijo o topo de sua cabeça sentindo o seu corpo ainda tenso. — Se alguém pensar algo sobre isso pode ter certeza que eu mesmo o matarei, você não é uma vagabunda, é uma mulher que está apaixonada. — Ela me olha incrédula e revira os olhos. — Sei que estou pedindo muito a você, mas tenho que voltar ao Brasil. — Confirmo com a cabeça e a faço sentar para beber um chá. — Fique aí, vou pegar algo para te relaxar. — Ajudo Sayidati a sentar na banqueta. A deixo ali na cozinha e vou em direção ao meu quarto, ainda tenho um pouco de alfazema, tenho certeza que ela relaxará um pouco após beber. Passo no banheiro e limpo um pouco o meu rosto, tenho que dar crédito para o Bruno, ele tem um soco pesado. Limpo o meu supercílio e por pouco a a******a não é maior do que parecia, ainda bem não será necessário levar pontos. Aproveito que já estou aqui e troco a minha camisa que tem alguns respingos de sangue, coloco alguns curativos na sobrancelha e no lábio. Volto para a cozinha com a intenção de acalmar a Sayidati que está um pouco mais agitada que o de costume. A observo calado, ela estava torcendo a barra de seu vestido com o mesmo olhar culpado de antes. Pego a chaleira e coloco a água para ferver, volto até onde ela estava e me aproximo beijando a ponta de seu nariz e vejo uma ruga surgir no meio de sua testa. A deixo ali novamente e mexo nos armários para pegar tudo o que precisava para organizar um momento para acalmar a mulher por quem estou apaixonado. Pego um par de xícara, pires e um sousplat para manter o momento um pouco mais delicado. Arrumo tudo a sua frente em silêncio, corto algumas fatias de bolo, sirvo em um pequeno prato a frente da mulher gravida e delicada que está muito confusa. Ouço o chiado da chaleira, coloco os pacotinhos de alfazema nas xícaras e despejo a água quente, abafo um pouco para iniciar a infusão do chá. Mantenho o silêncio enquanto sento ao seu lado e viro a sua banqueta de frente para mim, a mantendo entre as minhas pernas. — Você é linda, é normal que seu marido fique nervoso com a situação e não se preocupe com o que pode acontecer entre mim e ele. — Digo ao observar o seu olhar no machucado. — Ainda não faço ideia do que fazer e como fazer, mas tenho certeza que pensarei em algo. — Ela diz e puxo uma de suas mãos. — Sei que sim, Sayidati, espero que seja algo que esteja incluído em sua vida. — Digo beijando os nós de seus dedos. — Você tem algo em mente? — Ela me pergunta estreitando os olhos. — Talvez, mesmo achando que seja um grande pecado. — Me aproximo e exijo o meu beijo. Necessitava sentir o sabor de seus lábios, na verdade, precisava fazer amor com ela naquele momento, mas com essa carinha de dor que ela está fazendo me preocupo de forçar qualquer coisa com a mulher sentimental que estava a minha frente. Sorrio de canto, enquanto a vejo tão indecisa com o que estava acontecendo naquele momento, não quero forçar que Sayidati tome alguma decisão que pode ser demais para ela. — Você é linda… — Deslizo o dedo por curvatura de seu pescoço. Noto que lhe causo um arrepio e de certa forma gosto de como seu corpo reage ao meu toque. Ver enquanto ela fecha os olhos e morde o lábio inferior me dá uma ideia s****l que tenho a sensação de que ela jamais aceitaria. — Se disser a você que fiquei curioso para lhe ver, enquanto estava lá em cima… — Sussurro a minha ideia. Sentindo uma ereção começando a surgir e o olhar de Carolina surpresa com o que digo, a pega de surpresa, na verdade, estou tão surpreso quanto ela. Nunca me imaginei que ficaria e******o imaginando uma mulher minha transando com outro homem. Pego em sua mão e como um devasso que nunca fui, levo a sua mão até a minha ereção e deixo que sinta o t***o que estou sentindo com os pensamentos de dividi-la enquanto a vejo nos braços do marido. Há um olhar confuso em meu rosto enquanto sua mão aperta sutilmente meu pênis parece esclarecer a minha intenção. — Não seria pecado? — Sua pergunta me faz rir. — Acho que os últimos dias tenho cometidos tantos pecados Sayidati que nem sei se Allah me perdoará. — Digo. Fico em pé na sua frente e me coloco entre as suas pernas, sorrio com carinho, desejo que ela descubra que não me importo de dividi-la, apenas não quero perdê-la, mesmo sabendo que pode acontecer o inevitável. — Hassan não é justo o que está pensando. — Diz com os olhos fixos nos meus. — E o que estou pensando? — Retruco com um divertido. — Ter nos três na mesma cama… — Subo com a minha mão por seu corpo e aperto o seu seio. — Eu aceito e sinto que o seu corpo também tem o mesmo desejo, falta saber se o Bruno aceitaria. — Beijo o canto de sua boca. Não quero aprofundar o que está acontecendo, afinal sei que ela acabou de amar o homem que esteve com ela desde o início. Deixo um novo beijo em sua testa e sorrio. — Que tal um chá para se acalmar um pouco? — Pergunto e aponto para a xícara ao nosso lado. — Se não fosse essas cólicas, ia te dar uma surra! — Sayidati exclama e suas bochechas ganham um lindo tom avermelhado. — Falando nisso, temos que te levar em uma obstetra. — Me preocupo com a sua condição. Sei que mesmo insistindo em levá-la ao hospital, ela não aceitaria. Nos últimos dias sei que está se martirizando com a ausência do Bruno na primeira ultra. — Assim que chegar ao Rio irei a minha ginecologista, tenho certeza que essa cólica não é nada de mais. — Meneio a cabeça e volto a me sentar ao seu lado. Já que não adianta insistir com ela sobre esse assunto, que acredito que ela entenda melhor do que eu. Sirvo o chá e a deixo se alimentar em paz, porque tenho certeza que está exausta. Com tudo organizado a levo de volta para o seu quarto, ela precisa descansar e eu preciso organizar a nossa ida para o Rio de Janeiro, essa será a primeira vez que estarei indo a trabalho e farei o meu melhor para proteger a mulher mais perigosa dos cinco continentes. Mas que nesse momento está me apresentando a mulher frágil, machucada e cheia de hormônios que tenho certeza que ninguém conhece além de sua família e os mais próximos a ela. Perto de amanhecer começo a fazer o meu sallat, Sayidati estava ainda com seu sono pesado e orei em silêncio para não acordá-la. “Allah, sei que o senhor jamais destruiria uma família para construir outra, mas Carolina é uma mulher maravilhosa e gostaria muito que as portas necessárias se abrissem para continuar ao seu lado, se for de seu desejo que tudo flua no Rio para manter a nossa relação.”. Termino de falar com Allah com o coração um pouco mais leve e decido a tirar um cochilo até dar a hora de levantar e ir para o aeroporto. Retiro a minha roupa e deito ao lado da minha Sayidati que se aconchega em meus braços. — Tajdid… — Geme baixinho e suspira. Sei que o voo seria bem longo e tinha certeza que Sayidati já estava cansada, nosso voo foi bem longo e um pouco turbulento, não deixando que Carolina pudesse descansar muito. Assim que chegamos, já havia seus seguranças e alguns carros a nossa espera. Vejo naqueles homens uma lealdade admirável ao olhar para Sayidati. Vamos em direção à mansão onde eles moram, gostei da segurança que havia lá, reforçada e bem criteriosa, condizente com quem a minha Sayidati é. A deixo na casa conversando com a sua cunhada e irmão e volto para o aeroporto para buscar sua mãe e sua sogra que também já estavam chegando. Me surpreendo quando vejo as duas mulheres descerem do jatinho, noto que elas se interessam por mim, quero ver o que dirão quando souberem quem sou. Mas para a minha surpresa sou bem recebido entre todos eles, até mesmo por senhora Fritz, a mãe de Bruno, que deu a oportunidade de poder conversar com ele. Nos afastamos de todos e o vi andar pisando duro a minha frente, entrando no escritório e virar de frente para mim. — Serei direto com você, Sayidati te ama e mesmo que você ainda não perceba, ela já te perdoou, mas está com medo. — Digo e vejo o seu rosto surpreso. — Então está aqui para avisar que está deixando o caminho livre? — Contenho a vontade de rir. — Não, estou aqui para propor algo que a Carolina não tem coragem de falar… O vejo confuso, mesmo que ele fisicamente seja mais forte, não me intimido, me aproximo e continuo passando as contas de meu masbaha entre os dedos. — Que formemos um trisal!

Read on the App

Download by scanning the QR code to get countless free stories and daily updated books

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD