Episódio 02

1857 Words
LEOPARDO NARRANDO A minha vida nunca foi fácil, nada nunca foi fácil vivendo onde vivo, eu sou o dono do morro Jacarezinho, um dos mais temido morro do Rio de Janeiro, é claro que eu tô na lista dos criminosos, traficantes do narcotráfico mais procurado desse País, mas eu não me importo de ser um dos mais procurados, afinal eu gosto dessa fama que eu tenho aqui, não é a toa que eu dou risada com esses policiais meia boca que tenta subir o meu morro ou tenta mesmo colocar os x9 aqui dentro e nunca são descobertos, o negócio é que eu coloco vigias em tudo que é lugar, eu tenho gerentes de tudo que é função aqui, apesar que todos acatam minhas ordens e dos meus braços direito. Mas o melhor de tudo é viver aqui nesse morro e sempre que dar eu subo para o pico do morro, onde consigo está olhando tudo de longe e que tenho paz, até porque não sou muito sociável, eu não gosto muito de está perto de ninguém, até dos meus irmãos eu corro, por que é um grude enorme e eu não tenho a menor paciência para aguentar eles o dia inteiro no meu ouvido. A única que ainda eu fico pra ouvir é a Layana, aquela praga tira meu sossego a qualquer hora, e na verdade eu tenho um enorme ciúmes dela que se um filho da p**a qualquer tocar um dedo na minha irmã eu sou capaz de matar sem dó e piedade, aqui na comunidade todos são cientes de que se tocar nela eu vou surtar e vou matar todos, não tenho o menor remorso. Desde que eu assumir o morro eu tive altos e baixos, claro que passamos problemas, mas quem é que não passa né? Quando eu fui assumir no lugar do meu pai, foi difícil porque o ex sub dele, quis me rebaixar, disse que o lugar não era meu, que ele tinha que assumir porque sempre trabalhou pelo morro, de início eu fiquei receoso, mas quando eu descobrir algo que me fez repensar mil vezes, então não pensei muito eu peguei uma arma e atirei na cabeça dele, e desde de então eu congelei o meu coração, eu me tornei um homem perigoso, sem coração, ou um monstro como todos falam, o melhor de tudo é que eu sou respeitado dentro dessa p***a, onde eu passo sempre tem respeito, isso porque eu coloquei esse morro pra prosperar, afinal o governo não quer saber das comunidades carentes como essa aqui, então nós que assumimos essa responsabilidade, temos que arcar com tudo, e não importa da onde venha o dinheiro, apenas ele aparece e temos que agir aqui dentro da comunidade. O que acho mais engraçado é que os políticos só aparecem aqui na comunidade, quando é tempo de eleições, eles prometem o céu e a terra, mas eles fazem o que prometem? Se eu não fizer nenhum deles fazem, acabo sendo tirado dos meus pensamentos, quando meu celular começa a tocar, e ao olhar no identificador de chamada era minha irmã. •LIGAÇÃO ON• Lay: Irmão, onde você está? Leopardo: O que você quer? Lay: Você sempre de ótimo humor. É que o nosso irmão tá te mandando mensagem e você não responde, então ele pediu para que eu ligasse. Leopardo: Se fosse para eu responder ele, eu já teria respondido. Lay: Deixa de ignorância. Leopardo: Tá, vou responder, mas que chatice. Lay: Eu te amo irmão. •LIGAÇÃO OFF• Assim que eu desliguei eu olhei as mensagens do meu irmão e revirei os olhos, ele parece que não tem a idade que tem, e ainda fica me perguntando coisas que ele sabe responder, e o melhor que ele sabe que odeio essa porcaria de enchechão de saco, então respirei fundo, e passei a responder as perguntas que ele estava fazendo, e como já esperado, ele perguntou onde eu estava e claro que ignorei, não tenho a menor paciência de responde-lo. Depois de um tempo, eu vi as luzes das casas se acendendo e então foi que eu me levantei dali e seguir até a minha moto, assim que me aproximei da mesma eu montei, liguei ela e dei partida para o bar da dona Josefa, eu ia b*******a larica primeiro, e depois eu iria subir pra minha goma, afinal tudo que eu tinha para resolver na boca, foi resolvido logo cedo, sempre gosto de fazer minhas coisas cedo, porque ai não tem ninguém para atrapalhar, não tem ninguém para encher a porcaria do meu saco, então acelerei ainda mais para chegar logo no bar, o que não me demorou, eu acabei chegando ao bar, e estacionei a moto de qualquer forma, desci da moto e entrei no bar, ao entrar eu me sento em uma mesa afastada de todas como sempre, então a neta da dona Josefa vem a meu encontro a Flávia, essa é uma das putas que eu pego vem ou outra, ela sempre vive querendo ser superior a qualquer uma, porém ela nunca chegou a bater de frente com a Mércia, até porque como todo mundo sabe a mesma não é flor que se cheire, e se ela descobrir que eu pego ela e a prima a patifaria vai está feita aqui no morro, e eu não estou afim de separar patifaria não, e todo mundo sabe aqui as regras para quem arruma briga a toa nessa porcaria. Flávia: Oi gato, o que você quer comer hoje? - ela pergunta e dou risada. Leopardo: Sério, que tu vai perguntar logo essa p***a? - pergunto e ela sorrir sem graça. Flávia: Foi m*l, é que é costume falar assim, mas o que o senhor vai querer para o jantar? - ela pergunta e olho na direção dela. Leopardo: Primeiro eu quero um prato do melhor da casa, e depois eu vejo o que vou querer de sobremesa. - digo sorrindo e ela sorrir, a mesma estava eufórica, então ela anotou o pedido e deu as costas para entrar, então lhe dei um tapa na b***a que a mesma riu, fiquei ali por alguns minutos até que o meu irmão chegou. Lobão: Sabia que iria te achar aqui. - ele diz se aproximando, ele faz toque comigo e após isso ele se afasta e se senta na cadeira a minha frente. Leopardo: Solta a fita, o que pode ser tão importante, que teve que vim atrapalhar o meu rango. - digo sério e suspendo uma sobrancelha. Lobão: É só pra acertar contigo aquele lance do carregamento nas docas, precisamos dar um jeito de ir buscar, ou você sabe que vai dar errado, você sabe que podemos ser presos quando pegamos aquilo e se deixamos chegar e não estivermos lá, o dinheiro que a gente tem será apenas para pagar as nossas dívidas com os canas. - ele diz e reviro os olhos. Leopardo: Não iremos ser pegos e muito menos presos, você vai buscar o carregamento tranquilamente, pega um dos caminhões de nossa confiança e com o rastreador e pronto, seguiremos tudo ao pé da letra, agora caso não seja do mesmo local, ai a gente entra em ação, porque saberemos que tem algo errado. - digo sério e a Flávia volta, ela me serve e eu começo a comer, meu irmão pede pra ele também e minutos depois ela trás a comida dele, e comemos em paz ali. Então tudo estava correndo bem, até porque tudo que fazemos é ilegal, mais não importa, é para nos manter e além de nos manter, também arcamos com muitas coisas que a comunidade precisa. Quando acabamos de comer, paguei e seguimos para nossa goma, assim que chegamos eu nem conversei muito com a Lay, eu apenas subi, fui ao meu quarto, tomei um banho delicioso e após acabar, fui até a pia, fiz minha higiene e sair do banheiro, caminhei até a cômoda e peguei uma cueca, vestir a mesma e me joguei na minha cama, eu estava cansado por tudo, afinal não é fácil ser dono de morro, alguns acham que é muito fácil, porém existe milhões de problemas na minha cabeça. Então nisso passou 2 semanas, o que me fez pensar que as coisas só podem está começando, eu mandei iniciar a construção de uma creche aqui na comunidade, muitas mulheres, mães solteiras trabalham ou no asfalto ou aqui mesmo, e elas sempre não tem condições de pagar uma babá, então a melhor coisa que fiz foi mandar construir esse creche, e eu sei que muitas aqui vão gostar ainda mais quando ela estiver funcionando. Faísca: Irmão. - ele fala assim que entra invadindo a minha sala. Leopardo: Você enfiou a sua mão no cu p***a? - digo nervoso. Faísca: Você sempre tão receptivo não acha? - ele diz e lhe dou o dedo do meio. Leopardo: Manda o papo logo, porque tempo é dinheiro. - digo e ele da risada. Faísca: Só vim conferir se você precisa de alguma coisa, porque o seu irmão disse que só vem trabalhar a noite, por isso eu falei que tudo tem uma hora tem um propósito, para fazemos alguma coisa certa na vida, ou até mesmo ajudar alguém. - digo sorrindo. Leopardo: Vá se f***r, Faísca, não me estressa, o que você acha ou deixa de achar. - digo sério. Então depois de trocar uma ideia ali com ele, ele saiu, e por fim quando eu acabei de arrumar minhas coisas eu sair dali e voltei para minha goma, ao chegar nela, eu fui para o banheiro, eu estava suado e precisava de um banho e foi isso que eu fiz, cheguei em casa, tomei um banho rápido e assim que eu acabei fui até a pia, fiz minha higiene e sair do banheiro, eu coloquei um samba canção e me joguei na cama, ao me jogar, eu fiquei ali por um tempo pensativo, lembrar as vezes do passado é algo que eu não sei se é isso mesmo que quero, mas eu sempre volto nele por causa de tantas e tantas coisas que eu já passei em minha vida, que hoje se eu colocar pra pensar com clareza eu sei que eu poderia hoje está bem, ou até mesmo ser alguém que eu nunca na minha vida imaginaria em ser, eu sempre fui um machista, eu cresci no meio dos homens machistas da minha família, mas o que eu posso fazer sobre isso? Eu não posso fazer nada, eu já fiz o que eu podia, eu nunca sei quando eu posso ou não tentar ver elas de um modo diferente, eu sei que eu tenho uma irmã, mas ela é a única que eu tenho amor, eu não sei o que poderia me acontecer ou o que aconteceria se eu tentasse deixar ela desprotegida, mas a verdade é que eu sempre vou proteger ela, independente de ela esteja aqui ou fora daqui. Eu sei que ela tem muitos sonhos e eu não pretendo ferrar com esses sonhos, eu sempre irei procurar uma maneira de te compreende, então fiquei ali pensando em tudo, até que eu acabei dormindo.
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