Episódio 03

1336 Words
NAYANE NARRANDO Eu sempre fui uma menina bem comportada, nunca fiz nada para desagradar nenhuma das minhas mães, na verdade eu sempre fui o orgulho delas, sempre fui muito estudiosa, muito esperta, e eu disse para elas que um dia eu iria me formar e me transformar em uma médica, para transformar vidas, ajudar várias pessoas, inclusive crianças assim como eu fui, uma criança que não teve o amor dos pais, porém teve amor de pessoas que foram como suas mães e disso eu nunca terei arrependimento, eu tenho orgulho de ter-las como minhas mães. Então eu passei a focar bem mais ali no orfanato, até porque elas não me deixaram ir mais lá na comunidade, sempre recebem convite, mas até elas tem evitado ir, eu não sei o porque, mas um dia talvez eu descubra tudo, os motivos delas. Eu fiquei sem entender muito, mais prometi para elas que eu nunca mais voltaria naquele morro, até porque eu prefiro dez vezes está aqui, onde eu tenho total conforto, porém quando elas foram para o morro outro dia, elas chegaram agitadas, e eu não entendia o motivo delas, eu não sabia o motivo delas ficarem daquele jeito, até mesmo a Madre ficou agitada, ela não sabia como resolver, mais eu ouvia uns cochichos pelos corredores. Irmã Rebeca: Minha filha, podemos conversar? - ela pergunta e eu olho na sua direção. Nayane: Claro que sim, mãe. - digo sorrindo, e me sento em minha cama. Irmã Rebeca: Então minha pequena, você sabe o quão eu e a irmã Margaret e a Madre Carmen te amamos né? Sabe que temos você como uma filha, e isso nunca será substituído por ninguém. Por nenhuma outra pessoa, você sabe disso né? - ela diz e eu apenas concordo. - Então eu vim te contar umas coisas, que eu conversei com as irmãs e a gente entrou em um acordo de que eu viria conversar com você. - ela fala e eu fico com o coração na mão. Nayane: Eu fiz alguma coisa de errado mãe? - pergunto e ela toca meu rosto. Irmã Rebeca: Não minha filha, você não fez nada, nós que fizemos ao te arrastar aquele dia no morro de Paraisópolis, esse foi o nosso erro. - ela diz dando uma pausa. - Então o que acontece é o seguinte, aquele homem o qual a gente disse que você não poderia voltar lá, nem que o visse novamente, ele estar louco, e ele ameaçou vim aqui no orfanato para te ver, ele disse que ninguém nunca chamou a atenção dele, como você chamou, e que se for preciso matar qualquer um para vê-la, ele fará sem pensar duas vezes, por isso estamos te deixando mais aqui dentro de seu quarto, porque como aqui é enorme, e se ele vim a polícia pode pegar ela, então ele não vai conseguir sair, e seu quarto é longe da entrada porém acredite que ele invade isso aqui com um reforço enorme e acabaria te levando, então eu e as irmãs estamos com um plano A, se caso ele venha atrás de invadir aqui. - ela fala tudo aquilo e eu fico sentindo meu corpo tremer, eu não sabia que ele era tão louco a esse ponto. Nayane: Meu Deus, que o senhor Jesus, passe na frente, e que ele não faça essa loucura de vim atrás de mim. - digo sentindo uma fraqueza em minha voz. Irmã Rebeca: Não tenha medo, caso você esteja sendo alvo de ameaça, eu junto com as irmãs, vamos tirar você de São Paulo, e te levaremos para o Rio de Janeiro, lá temos uma casa em um morro, lá você estará segura. - ela diz e eu respiro fundo. Nayane: A senhora acha que pode ser confiável? - pergunto com a voz trêmula. Irmã Rebeca: Não tenha medo, ele nunca vai te procurar em favelas, saiba disso. - ela diz confiante e acaba me abraçando. A gente conversou um pouco mais, e eu descobrir ainda mais coisas, tudo era culpa daquele homem que me viu na ONG, ele não presta, minha mãe diz que ele é m*l, e eu confio nelas, eu confio em cada uma delas. Então como os dias se passavam mais rápidos, eu achava até legal porque ficava com as crianças, eu ajudava eles em algumas atividades do orfanato, porém esse dia foi bem complicado, havia uma gritaria, e uma correria danada na frente do orfanato, então quando menos esperei a madre apareceu ali assustada. Madre Carmen: Minha filha, eu preciso que você venha comigo. - ela diz e eu fico assustada. Nayane: Aconteceu alguma coisa mãe? - pergunto acompanhando ela. Madre Carmen: Eu preciso te esconder em um lugar seguro, o homem está vindo a sua procura, ele está com a Margaret como refém, e para que isso der certo, eu preciso te esconder, e ele vai revistar esse orfanato todo, porém tem uma passagem secreta na minha sala, e lá eu vou te esconder, ele nunca vai desconfiar de nada, e por favor, haja o que houver não saia desse esconderijo. - ela fala e eu fico assustada ainda mais. Nayane: Mas mãe, a mãezinha Margaret não pode sofrer a irá desse monstro. - digo com lágrimas nos olhos, e ela toca meu rosto. Madre Carmen: Entre logo, e lembre-se haja o que houver não saia dai de dentro a não ser que eu abra. - ela fala e eu apenas concordo, eu estava nervosa, mas não questionei, eu entrei dentro do lugar que ela pediu, e fiquei ali dentro. - E quando eu voltar, eu vou te tirar de São Paulo, não podemos arriscar que você perca a sua vida, por causa desse homem. - ela diz e fecha a passagem. Eu não sabia o que estava acontecendo, e estava com medo disso, eu não sabia o que esse homem seria capaz de fazer, eu não queria ter que ser culpada por nada que acontecesse com elas, porém as minhas mães sabem o que fazem e sei que logo tudo se ajeitará, e eu estarei tranquila. Mas acabei ficando com esses pensamentos em minha mente, as palavras da minha mãe ficou ecoando pela minha cabeça, ela quer que eu vá embora, e eu terei que ir, eu não posso arriscar nada, eu respirei fundo e ouvia uma gritaria do lado de fora, porém nada que eu pudesse me preocupar, era mais gritos do homem nervoso pedindo para que me encontrassem, e também ouvia uma voz mais calma que era da Madre, falando que eu não estava, que eu havia viajado junto com umas crianças, e só voltaria no final da semana, o que nós daria tempo, então quando os caras dele voltou para a sala, eu conseguia ouvir eles falando que não tinha como eu está ali, eles reviraram o lugar e eu não fui encontrada, o que confirmou a história da minha mãe, porém ele deixou avisado que voltaria no final de semana, que ele queria me ver, que me achou a boneca mais linda desse mundo, e quer me ver. Então apenas ouvir ele chamando os caras para irem embora, e assim que elas se sentiu segura de novo, isso durou horas, elas me tiraram daquele esconderijo, e me levaram para a garagem com minhas coisas, elas pediram para que eu entrasse dentro do porta malas, pois poderíamos ser seguidas, e eu teria que ficar escondida, para que ele nunca descobrisse que eu havia saído dali naquele mesmo dia, então quando entrei no porta malas, apenas a minha mãe Rebeca e Margaret saíram com mais 3 crianças, para despistar, então elas dirigiram, até o aeroporto, mas antes deram algumas voltas e pararam em um posto de saúde, elas me explicaram com calma, e quando eu entrei no avião, elas ficaram mais tranquilas, e meu próximo destino era o Rio de Janeiro, elas me deram um endereço e uma chave, eu teria que ir para lá, também me deram um trocado, que daria para sobreviver por um tempo.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD