Capítulo 5 — GIULIA

1100 Words
Me sinto leve. Ando parecendo estar nas nuvens e isso nunca aconteceu comigo. Caminhava até o trabalho quando encontrei com uma amiga de infância, ela me contou que casou e está grávida. Eu não me imagino grávida nem em pensamento, mas, ela parece feliz e eu não consigo entender… Trabalhar na telefonia é algo que você tem que saber lidar, principalmente com as pessoas sem paciência que chegam aqui querendo explicações sem sentido algum. Estava tudo bem, mas um dia não é bom até o fim dele, por isso que a namorada de David estava do outro lado da mesa como quem quisesse uma explicação. — Bom dia, posso ajudá-la em algo? — Perguntei a encarando, mas ela tinha uma cara de paisagem e de sonsa que me dá nos nervos. — Você pode me ajudar parando de ir até a casa do meu namorado para seduzi-lo. Acha mesmo que um boquete vai fazer ele me deixar para ficar com você? — Ela falava alto, atraindo a atenção dos que estavam ali já fila esperando serem atendidos. — Você não sabe nem o que responder, sua v***a. — Eu não tenho culpa se você não faz o que o seu namorado gosta. Agora, por favor, me dê licença, pois tem pessoas esperando para ser atendidas além de você. — Eu não estou afim de perder o meu emprego, mas não aceito que venham até mim insinuar que eu estou querendo o que já tem dono. Entrei na cabine e a deixei falando sozinha. Olhei para a enorme fila que me esperava, mas só voltei quando tive certeza que ela havia ido embora. Eram quase seis da tarde quando eu comecei a arrumar minha bolsa. Eu também sou responsável pelo fechamento e tenho que esperar o horário certo para fechar. Quando o último cliente saiu, eu estava pronta para também ir embora. Mas, antes que o fizesse, olhei para o papel com o número de David e pensei em ligar, mas desistir dos pensamentos e preferir ir até ele pessoalmente. Sua casa não lestava distante, decidi ir até ele. A porta de sua casa estava aberta, entrei sem bater e o encontrei deitado, com um livro em mãos e alguns desenhos espalhados pelo chão… — Eu… a porta estava aberta e eu entrei. — Ao vê-lo ali, sem camisa e tão… tão bonito, eu senti algo estranho em meu corpo. Uma vontade de tê-lo na mesma intensidade que eu queria senti-lo novamente. — Giulia… — Paralisei quando ele levantou e me olhou de cima abaixo. Meu corpo se arrepia sempre que ele me olha, mas não é algo que me incomoda, eu só… só me sinto sem jeito quando estou perto dele. — Está tudo bem? — Meu peito subia e descia a cada passo que ele dava, se aproximando cada vez mais de mim. — Eu não sei o que deu em mim, mas eu senti vontade de te ver novamente, David. — Confessei quando senti o seu toque em minha mão. Seus dedos que deslizavam em meu rosto e sua boca me beijando logo em seguida, me causaram um turbilhão de sensações que eu jamais senti antes, com ninguém. Nossos corpos estavam sentido o valor um do outro. Eu indesejava em todos os lugares, na rua, em casa e em sua cama. Queria senti-lo a todo momento e dali, eu não queria sair nunca mais. Seu abraço eu me sento viva, como eu nunca me senti antes e isso é estranho para mim. Após nos entregamos um ao outro, eu estava deitada sobre seu peito, sentindo seu cheiro bom e recebendo seu carinho em meus cabelos. — Tem planos para hoje? — Suponho que ele não esteja mais com a sua namorada, mesmo que não tenha falado sobre isso. — Eu não faço planos. — Respondi olhando para janela, observando a lua e vendo que já estava tudo escuro. — Podemos sair e beber alguma coisa, se você quiser, é claro. — Era isso mesmo? Ele estava me convidando para sair? — Por mim tudo bem. Se você não tiver nada melhor para fazer e se não for incomodar você. — Não tenho! — Ele pediu dois minutos e saiu, me deixando no quarto sozinha enquanto foi até o seu pai. Observei através da porta e o vi ajudando seu pai a tomar banho. O senhor estava bebendo uma cerveja enquanto David o ajudava a tomar banho. Fiquei ali parada, observando como ele o auxiliava com paciência e cautela, enquanto o pai o ajudava tentando levantar sozinho da banheira. — Olha só que bela moça! — Involuntariamente, o senhor me viu e eu o vi ainda pelado, enquanto David tentava convencê-lo a vestir o roupão. — Não vai nos apresentar? — Ele encarou o filho, que me olhou sem jeito e nos apresentou. — Pai, essa é a Giulia. Giulia, esse é o meu pai. — Ele estava com vergonha por eu tê-lo visto e eu me senti mais confortável por estar conhecendo seu pai melhor agora. — Eu ouvi muito bem sobre você. — O senhor estendeu o braço e me pediu auxílio para levá-lo até o seu quarto. — Mesmo? — Perguntei e ele sorriu. Olhei para trás e vi David esvaziando a banheira e guardando as coisas que ficaram espalhadas pelo banheiro. — Quando ele disse que você era bonita, não imaginei que fosse verdade. Ele tem um péssimo gosto para mulheres. Estou feliz que esteja aqui. Pode vir aqui quando quiser, eu gostei de você. — O ajudei a deitar e ele esperou por David para ajudá-lo a se vestir. Para dois homens, a casa era bem organizada e embora ele não fale sobre o seu pai, vejo que ele o ama e zela bastante por ele. Não demorou muito para que ele voltasse do quarto, já vestido e bem arrumado. — Espero que não tenha desistido de sair comigo. — Como eu iria recusar um convite que tem tudo para ser divertido? — Acho que eu não tenho motivos para desistir. — Ele me olhava com desejo e eu me sentia desejada por ele. Fomos até a praia, onde estava tendo um lual e ele me ofereceu uma bebida doce e azul. Ele é calmo, reservado e divertido, respeitador e paciente, diferente dos caras que eu já estive, onde tudo era apenas por sexo e diversão. David é diferente de tudo que eu já conheci, tenho medo que isso me influencie a se apaixonar por ele. Não estou preparada para gostar de alguém, não quero magoar ninguém, principalmente um cara bacana como o David.
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