Eu não consigo parar de pensar em Giulia, parece que vou enlouquecer e eu nunca me senti assim. Joyce estava tentando me animar, mas o mundo parece que parou e eu me sinto perdido.
— Vamos a uma festa hoje, você vem? — Ela já estava pronta, com seus cabelos soltos e uma maquiagem exagerada.
— Não… eu preciso terminar algumas coisas, também estou um pouco cansado. Divirta-se. — Ela me olhou, me beijou e saiu.
Meu pai está dormindo e ela veio aqui somente para me chamar. Passar a noite acordado e sem beber nada não dá. Estava tarde, mas tem muitos lugares que não fecham e eu tenho sorte nessas coisas. Pensei em seguir o conselho do meu pai, mas a única coisa que eu sei é o seu nome e nada mais.
Eu não me engano no que eu vejo e estava vendo ela, comprando cigarros e chiclete na mesma conveniência que eu sempre venho.
— Estava procurando você. — Disse baixinho ao seu pé de ouvido e ela não reagiu a nada, como se eu fosse um desconhecido.
— Sim? — Ela virou e me encarou, mas não manteve aquilo por muito tempo.
— Está ocupada?
— Não.
— Vem comigo? — Qualquer outra pessoa hesitaria e recusaria esse tipo de convite, mas ela aceitou.
Andamos em silêncio até a minha casa que não ficava longe, ela subiu as escadas reparando em cada detalhe.
— Fiquei à vontade, eu já volto!
Meu pai toma calmantes para poder dormir, só assim suas dores diminuíram, fui ver como ele estava e ele dormia em um sono profundo.
Voltei para a sala e, Giulia estava observando através da janela, com os joelhos no sofá e as mãos apoiadas no mesmo. Ela é irresistível de uma forma que eu não sei explicar e eu estou desejando tê-la.
Me aproximei e beijei seu pescoço, me encaixando por trás dela, enquanto ela correspondia e se entregava a cada toque meu. Seu cheiro bom me deixa louco, sua pele macia como pêssego e a conexão inexplicável que temos mesmo sendo dois estranhos. Distribuindo beijos pelos seus pescoço, a virei de frente para mim, puxando sua cintura para que ela sentasse em cima de mim.
— Você tem namorada? — Em meio aos beijos, essas foram suas primeiras palavras.
— Não… — Não considero o que tenho com Joyce um relacionamento sério, mas ainda sim estamos juntos.
— A garota da festa é sua noiva? — Insistiu na mesma pergunta, mas sem deixar o clima esfriar.
— A gente não terminou, ainda estamos juntos. — Admitir, essa seria a hora de decidir o que quer. — E você, tem namorado? — Coloquei os fios de cobre que eram seus cabelos atrás das orelhas, enquanto nossos olhares estavam cruzados e sem conseguir prestar atenção em mais nada.
— Não, não tenho ninguém. — Seu beijo me pegou de surpresa, mas não consegui resistir a ela por nem mais um segundo.
O sofá não tem o espaço necessário, mas antes que eu dissesse algo sobre irmos para cama, ela me puxou para deitar ao seu lado, em cima do tapete que estava bem ali, debaixo de nós dois. Sua respiração ofegante estava me enlouquecendo, nem mesma com Joyce senti algo desse tipo, essa louca excitação de querer alguém o mais rápido possível. Ela cedia a cada toque, cada beijo e cada investida minha. Tirei sua blusa, mas deixei a mini saia ainda lá, ela me deixa louco quando anda e sua saia balançava e isso estava me descontrolando. Rapidamente tirei minha calça, peguei uma camisinha dentro do bolso da calça e em seguida a penetrei sem interrupções ou carinhos e seu gemido foi garantido, não era som de dor, mas sim de prazer.
Suas unhas pequenas procuravam a todo instante arranhas minhas costas, em um ato desesperador ela me abraçava como se estivesse implorando por aquilo a muito tempo e eu não consigo entendê-la. Toda essa sagacidade e sede de prazer está muito nítido do quanto eu não sei nada sobre ela. Cansados, deitamos ali mesmo por uns dois minutos antes dela se levantar e me estender a mão para levantar também.
Seu abraço me pegou de surpresa, mas não hesitei em retribuir, porque tudo é diferente e bom na mesma proporção.
— Giulia… — Olhei em seus olhos que brilhavam como o sol que estava se pondo, mas ela abaixou o olha logo em seguida.
— David… — Sua voz suave me deixava de alguma forma enfeitiçado por ela e eu não consigo controlar isso.
Ela estava parada em frente a porta, com sua bolsa em mãos e pronta para ir embora, mas como eu posso esquecer isso e fingir que nada disso aconteceu?
— Então… você não tem namorado?
— Não. Eu nunca namorei sério com ninguém, nunca senti esse desejo. Adeus, David! — p***a, seu adeus soou como uma despedida que não teria reversão.
— Quer que eu termine com ela? — Me referia a Joyce e ela sorriu, negando em seguida e me olhando nos olhos.
— Não. Mas a gente pode se encontrar por aí, qualquer dia desses. — Ela retirou da bolsa uma caderneta e rasgou um pedaço de papel, anotando algo em seguida e me entregando. — Esse é o telefone do meu trabalho, caso queria marcar alguma coisa, sei lá…
Nos despedimos com um beijo demorado e sem mais palavras ela foi embora, deixando para trás um David confuso e cheio de perguntas para fazer a si mesmo. — Por onde ela andou e por que demorou tanto a me encontrar? — me perguntei confuso e sem saber responder a mim mesmo.
“Oi amor, hoje a noite iremos a uma festa, vem com a gente?” Joyce falou assim que atendi ao telefone.
“Me desculpa, não posso, tenho que trabalhar essa noite.”
“Que pena. Amanhã depois do trabalho eu passo aí. Beijos.” Ela sabe que não temos nada sério, nunca assumi nada com ela e nós dois sempre queríamos a mesma coisa: diversão, sexo e prazer.
Me enfiei de cabeça dentro da água fria da banheira e tentei não pensar em nada, mas sempre que meus olhos se fecham, vem a imagem de Giulia em meus pensamentos. Como alguém desconhecido é capaz de mexer com a gente de forma tão absurda?