— Morar com você? - Perguntei arregalando os olhos.
— Sim amor, tenho certeza de que seremos muito felizes juntos. - Afirmou roçando seus lábios nos meus, mas o afastei.
— Mathew, querido, morar junto é um passo muito sério, nunca fiz isso com ninguém. É como se fosse um casamento, sabe? E não tenho bom exemplos de casamentos felizes na vida, meus pais por exemplo, se separaram quando eu era criança e sei lá, não é algo que...
— Ué, mas você não estava noiva do Maurice? - Ele lembrou parecendo incomodado por citar meu ex.
— Sim, mas era diferente.
— Diferente por quê? Porque você gostava mais dele do que de mim? - Virou o rosto para o volante — Quer saber, deixa isso pra lá, devo ter me precipitado mesmo.
— Não fica assim, Matt... - Coloquei a mão sob o ombro dele percebendo que estava com ciúmes.
— Imagina, estou bem. - Ele disse dando um sorriso claramente triste — Até mais. - Falou dando um selinho rápido em mim que sem graça, tirei o cinto de segurança e saí do carro dele.
Ele esperou até que eu entrasse em casa e foi embora. Acendi a luz e sentei-me no sofá, me sentindo bastante confusa. Eu sei que Mathew é o homem da minha vida, mas moro sozinha há tanto tempo que não sei como seria minha vida morando com outra pessoa, mesmo que esta pessoa seja o meu chefe delícia, lindo e maravilhoso.
Decidi ligar rapidamente para minha mãe em busca de conselhos. Mesmo morando longe uma da outra sempre nos falando quinzenalmente, além de nos darmos razoavelmente bem. Assim que ela me atendeu, perguntei se ela é feliz em seu marido e como é seu casamento, mas não expliquei o por quê das minhas perguntas, me limitando a dizer que era apenas mera curiosidade.
— Casamento, morar junto não é fácil, mas se tem amor, carinho e compreensão do parceiro, podemos ser muito, mas muito felizes e é isso que acontece comigo e com meu marido atual, filha. - Foi a resposta dela que acalmou meu coração, me animando e me dando muita vontade de aceitar o convite de Mathew para dividirmos nossas vidas juntos para todo sempre.
[...]
No dia seguinte, ao acordar, troquei algumas mensagens com Mel, minha irmã mais nova que atualmente, está noiva de Arthur, seu namorado da época escolar que até chegou a ter um crush em mim.
Acho tão lindo um amor duradouro como o deles, o meu e do Mathew também já dura doze anos mas a diferença é que não estivemos juntos durante esse tempo todo como minha irmã.
Depois, enquanto tomava café recebi um telefonema de Liza avisando que daqui alguns dias se mudará integralmente para esta cidade, o que me deixou muito feliz já que com isso poderemos nos ver com mais facilidade e matarei a saudade de uma das minhas melhores amigas de toda a vida.
[...]
Fui trabalhar e assim que cheguei na nossa unidade, fui informada por Diana que Mathew queria falar comigo sobre algo relacionado a nosso trabalho, provavelmente sobre o caso da psicopata. Animada, caminhei até a sala do meu chefe mas murchei quando vi que a chata da Gia também estava por lá.
— Oi amor. - Mathew falou me puxando para perto dele e me dando um selinho carinhoso na frente de Gia, o que me animou novamente.
— Oi! - Sorri para ele — Oi Gia. - A cumprimentei mas a loira nada disse, apenas acenou secamente para mim. - Diana disse que queria falar comigo, amor.
— É que iremos viajar para Nova Orleans para fazer uma visita há um psicopata antigo e muito famoso naquele estado, que cometeu crimes semelhantes ao do bandido que estamos procurando agora.
— Que ótimo Mathew, assim analisaremos o comportamento dele e poderemos traçar o perfil do nosso criminoso com mais propriedade. - Gia concordou sorrindo — Quando eu e você iremos?
— Na verdade quem irá comigo será a Anne. - Meu agente explicou dando um meio sorriso.
— Eu? - Perguntei boquiaberta e ele assentiu com a cabeça.
— Mas ela nunca entrevistou psicopatas Mathew, não tem experiência nem cacife pra dar conta de uma coisa dessas! - Gia resmungou revoltada.
— Sempre tem uma primeira vez pra tudo e é por isso que Anne vai comigo agora, Gia. - O ruivo explicou apertando minha cintura e me trazendo para mais perto dele.
— E pode ter certeza que tenho sim competência pra isso. - Afirmei encarando a mulher que para mim, por conta de todas essas atitudes que anda tendo desde que cheguei aqui, já é considerada minha rival — Não vou te decepcionar, Matt. - Falei lhe beijando novamente, vendo ela sair bastante incomodada de lá.
— Eu sei. E me desculpa por ontem, por ter me estressado com você por ciúmes bobos.
— Imagina, desculpe a mim por ter dito aquelas coisas à você e nunca esqueça que te amo muito. - Me declarei, sendo beijada carinhosamente pelo meu namorado.
[...]
— É um absurdo você ter sido chamada para entrevistar o criminoso sem ter a menor experiência no assunto. - Mais tarde, Gia veio falar comigo no banheiro feminino a fim de reclamar novamente sobre o mesmo assunto. Aja paciência — Só porque está namorando Mathew acha que vai tomar a frente de tudo aqui?! Você chegou praticamente ontem, querida. - Começou a trocar farpas comigo.
— Não, não acho. - Neguei lavando minhas mãos na pia — Só quero poder mostrar meu trabalho. - Me olhei no espelho rapidamente pra ver se estava tudo okay — Falar nisso, por acaso você é a fim do Mathew? É por isso que implica tanto comigo? - Questionei a encarando.
— De onde tirou esse absurdo?! Não sou a fim do seu namorado. - Ela negou prontamente, mas desviou o olhar, o que me fez desconfiar.
— Ótimo porque Mathew e eu nos amamos muito e não pretendemos nos separar nunca mais. E pra mim já deu essa sua implicância comigo Gia, se quisermos trabalhar juntas o mínimo que tem que haver entre nós é respeito, portanto, não ouse mais tentar me ofender ou não respondo por mim! - Avisei marcando território definitivamente.