SURGIT

Mundo da consciência

Eu já deveria estar acostumada com essa dinâmica que essa galáxia tem de me surpreender a cada segundo, mas as perguntas começaram a esmagar minha mente com força tenho que relaxar, respirar fundo Meraki pense em coisas boas, pense na sardentinha que te espera em casa.

—Você não é daqui! — Ela fala com curiosidade, mas não espanto, atrapalhando meus pensamentos felizes.

—Acho que não se deve mentir aqui, seja lá onde for, então não eu sou Meraki, mas não exatamente a sua Meraki, talvez uma fração dela ainda esteja aqui. Eu sinto muito!—Falei sem graça, percebendo que de alguma maneira enganei aquela mulher que desejava de todo o coração abraçar sua filha.

—De onde você é?

—Sou da Terra, fica na via-láctea, mais precisamente no Brasil, numa ilha entre estados chamada Marina.

O seu olho do meio escureceu em um roxo brilhante, cerrando os punhos e socando o chão com tanta força que acabou me jogando para longe, Newton você me paga.

Acabo caindo dentro da água, era como o espaço, me senti dividida em três Meraki da terra, Meraki de Andrômeda e seja lá quem eu sou agora, estavamos flutuando até que caímos de cara em um vidro.

As três se levantaram e se encaram, eu sabia quem éramos, mas elas não.

—Quem sois vós ? —Pergunta Meraki rainha, vestida com uma armadura que parecia ser leve, parecia ser nanotecnologia, ela se ajustava ao corpo.

— O que você falou? seu reflexo da Arábia, esse é o sonho mais brisado que já tive. —Respondi eu da Terra. Que obviamente não entendia o que Meraki falava.

—Olha pessoal, eu tenho péssimas notícias, somos todas uma, pelo menos por agora.

—Impossível! Como posso ser essas crianças?

—Vossa majestade, não só pode como é. —De alguma maneira eu era a que tinha as informações no momento.

—Mas eu estou me preparando para defender meu povo do ataque surpresa dos Õpleanos! Isso é uma daquelas visões… —Ela parecia impaciente e nervosa, achei que fosse algum tipo de miragem ou daquelas coisas que acontecem nos filmes para a mocinha descobrir quem é.

—Que d***a é essa um jogo?

Foi aí que me lembrei desse sonho que tive a dois anos atrás, a eu de quatorze não era fisicamente muito diferente da de 16 e soube exatamente o que devia fazer.

—Cuida bem da nossa família. —Falo indo até Meraki da terra, eu a abraço e empurro da ponte de vidro. —Sinto muito. —Falei com os olhos cheios de lágrimas, ela não precisava passar por isso naquele momento já era difícil demais. —Meraki…

—Você não vai me enganar blé escavador! —Ela rapidamente retira uma adaga da bainha e joga em minha direção, ela atravessa meu abdômen fazendo com que espirre sangue pela boca, a dor era inimaginável, me fez cair de joelhos, ela pegou por meu cabelo e disse: —Mostre sua verdadeira face!

—Eu…. sou… você.

—Impossível! —Ela grita, estava tão crente que eu era algum monstro do seu mundo, ser morta por mim mesma é triste, mas pelo menos foi minha versão rainha guerreira. Ela me coloca no chão e tenta estancar o sangue.

—Apenas vença! —Disse com dificuldade já sentindo meu último suspiro chegando.

—Não… por favor, me desculpe… eu não entendo, mas acredite eu não queria te fazer m*l. —Ela estava em prantos com as mãos sujas de nosso sangue, a dor cessou e meus olhos começaram a parar de ver a sensação de paz iniciou-se até tudo ficar escuro.

Esse é o fim, todos temos um, alguns só estão mais preparados que outros.