Capítulo VII

680 Words
Renato de onde estava, escutou parte da conversa de Seu Mário com a mãe. Maria também estava atenta ao que estava acontecendo no salão do bar. Renato perguntou: - É tão visível assim? - Não. Só pra quem conhece o assunto muito bem. No caso do Seu Mário, o filho também é gay e no meu, eu também sou. - Você é lésbica? - Sou, apesar de ter me casado com um homem e ter um casal de filhos. - Ué, mas se você casou com um homem e teve filhos com ele, você gostou dele em algum momento. - Não posso dizer que não gostei, mas foi mais para não dar desgosto aos meus pais e no final eu percebi que para não desgostar eles eu estava violentando a mim mesma. Aí joguei tudo para o alto e fui viver a minha vida da maneira que meu espírito pedia. Hoje tenho uma companheira e nos damos muito bem. Existe respeito entre a gente. - E seus filhos? - Quando eu me separei, eles eram pequenos ainda, agora começam a entender e a aceitar. Até com meu ex-marido, eu estou me dando melhor depois da separação. Ele já refez a vida com outra mulher e está muito bem. A mulher dele está grávida, para ter filho por esses dias. - Não rola um pouco de ciúme, não? - Da minha parte, não. Minha filha que Sen um pouco de ciúme do irmão que ainda nem nasceu. Estava acostumada a ser o xodó do papai e agora tem medo de perder a posição e as mordomias, mas eu tenho certeza que tudo vai se ajeitar em seus devidos lugares na hora certa. - Vou torcer para que tudo se ajeite. - Se ficar do jeito que está, já está muito bom. - Agora, vamos focar no almoço. - Conversamos durante o tempo todo, mas não paramos de trabalhar. - Eu sei. Mas Seu Mário pode não gostar. - O almoço saindo bom, ele não liga. O negócio dele é agradar a freguesia. - E tem que ser o nosso também. - Você é muito maduro para a sua idade. - Muita gente fala isso. - E pode acreditar que é verdade. Sabe, nunca fui chegada a religião, mas olhando a vida, acredito na vinda muitas vezes aqui. A diferença de classes sociais, as doenças de nascença nós faz pensar o porquê disso. - Minha mãe frequenta um centro de mesa que explica tudo isso, mas eu fui uma vez e dormi quase o tempo todo. - Isso não é assunto para gente da tua idade, depois você me dá o endereço que eu vou lá assistir uma seção. - Vou pegar com a minha mãe, inclusive os horários. - Faz esse favor. - Amanhã eu trago. Agora vamos parar com a conversa e dar mais atenção ao trabalho. Pegaram firme no trabalho e mais uma vez, toda a comida do bar foi elogiada pela freguesia. Seu Mário via a cada dia novos fregueses virem comer em seu bar. Não podia estar mais contente. Os fregueses antigos recomendavam o lugar para os amigos e a quantidade de refeições teve que ser aumentada. No fim de duas semanas, o patrão teve que colocar um ajudante. Até nos finais de semana passou a servir refeições. As famílias vinham almoçar com a família. Antes só servia algumas refeições para quem trabalhava aos Sábados e petiscos. Agora teve que aumentar a quantidade de comida. Veio para ajudante, um rapaz que morava ali perto, indicado por um freguês. André, o novo ajudante, era esforçado, mas não entendia nada de cozinha. Porém se empenhava em aprender o corte de legumes para cada prato e mantinha a louça sempre lavada e a cozinha limpa. Logo conquistou a simpatia dos dois cozinheiros. Seu Mário foi ampliando a área e transformando em restaurante. O bar tinha terreno grande e foi feito até um estacionamento para poucos carros. Ali, tudo estava cada dia melhor. Logo depois, teve que contratar mais uma pessoa para atender no balcão, mas o lucro, valia a pena.
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