Capítulo XIX

775 Words
Renato e Maristela não sabiam que quando Dona Marlene chegou em casa, havia ligado para os outros filhos e pedido que fossem a sua casa para conversar. Sabendo do gênio do irmão e o que ele tinha aprontado, todos correram para casa da mãe, assim que saíram do trabalho, pensando que Paulo havia feito alguma coisa contra ela. Quando chegaram, Dona Marlene foi direta ao assunto: - Vocês sabendo que o Paulo agrediu a Maristela a ponto de ser preso, pegam ele no dia que é solto e trazem pra minha casa que moro sozinha e não tenho como me defender? Pedro, o irmão que havia levado, respondeu: - Ele me ligou e pediu que eu fosse buscar ele com as bolsas e me pediu para ficar lá em casa, mas no meio do caminho, mudou de idéia e resolveu vir pra cá. Eu só trouxe porque queria ajudar meu irmão. - Se você queria ajudar, dissesse que ele ia pra tua casa e levasse para lá. Ainda por cima me escondeu que ele tinha sido preso por agressão a Maristela e um colega de trabalho. Só não ganhou justa causa, porque a Maristela foi pedir por ele na empresa. Maria José, uma das filhas, é que falou: - Não falamos da prisão com a senhora para lhe poupar. Não foi para poupar o Paulo. Mas, como a senhora ficou sabendo? - Fui na casa da Maristela. Paulo que estava ouvindo tudo calado, exclamou: - Então foi aquela v*******a que contou tudo pra senhora e na certa, aumentou as coisas pra me prejudicar? - Não. Quando eu cheguei na casa dela, ela estava trabalhando e a vizinhança é que me contou o que vinha acontecendo a muito tempo naquela casa. Até o seu filho tem horror a você. - Eu quero que aquele viadinho morra. Dona Marlene falou para o grupo: - Vocês estão vendo: A Maristela que sempre foi uma boa esposa e mãe, é v*******a agora, porque não quiz continuar apanhando quase todos os dias e o filho, que há muito tempo sabemos que é gay e chamado pelo pai de viadinho! E diretamente para Paulo: - Eu sinto muito que você tenha se tornado esse homem preconceituoso e agressivo. Você é meu filho, mas não vou ficar com você aqui para qualquer hora, você achar que pode me dar uns tapas também. E o pior: Depois ainda se faz de vítima. - A senhora acha que eu chegaria a lhe bater? - Você já tem me dado umas respostas atravessadas e eu percebi o quanto você pode se tornar violento. Arruma as tuas coisas, que aqui você não fica. Pedro, que tinha levado ele prá lá, se viu na obrigação de oferecer: - Você vai ficar um tempo lá em casa. Mas qualquer alteração que tiver, é rua, sem apelação. Paulo arrumou suas coisas e saiu com Pedro para a casa dele. Chegando lá, ainda foi avisado: - Eu não vou trabalhar para sustentar você. Você vai ter que se virar. Aqui você só vai usufruir do teto. - Mas eu estou desempregado. - Arruma um trabalho. - Ainda estou esperando a data marcada para a homologação. Minha carteira ainda está assinada. - No dia seguinte dessa data, quero você procurando emprego. A gente tenta te ajudar e você apronta até com a mamãe? - Eu não fiz nada com ela. - Ela falou que você respondeu com grosseria pra ela, a ponto dela desconfiar da verdade e correr atrás para saber o que realmente estava acontecendo. Chegou a temer pela própria segurança. Paulo, sem argumento para se defender, perguntou: - Aonde coloco minhas coisas? - Você vai ficar no quartinho de empregada. É o único vago aqui. - Vou guardar as coisas e sair um pouco para esfriar a cabeça. - Que não seja num bar enchendo a cara. Paulo nem respondeu, guardou suas coisas no quartinho e saiu. Depois de pensar um pouco, resolveu ir ao colégio de Renato para obriga-lo a fazer com que a mãe o aceitasse de volta. Mas quando os polícias chegaram para lhe entregar a cópia da medida protetiva em relação ao filho, ele já não morava mais lá. Marlene explicou que ele tinha ido para casa de um irmão e passou o novo endereço para os policiais. Eles voltaram a delegacia e só no dia seguinte, recebeu o papel. Ficou possesso, e a mulher de Pedro, ligou para o marido para avisar que ele estava alterado. Pedro perguntou para a mulher, se ele havia feito algo contra eles e ao ouvir a resposta negativa, disse que quando chegasse em casa iria resolver o assunto.
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