Capítulo XVIII

756 Words
Maristela estava satisfeita com a conversa que tinha tido com a sogra. Então depois de tudo o que Paulo havia feito, ainda estava falando para os outros que a vítima era ele. Agora que a mãe dele, já sabia a verdade as coisas iam mudar. Dona Marlene era uma mulher de princípios e não ia de jeito nenhum, aceitar homem que bate em mulher dentro de casa. Na certa, iria mandar ele procurar um emprego e algum lugar para ficar. Ela deveria ficar até com medo de vir a sofrer uma agressão também. Quando bebia, Paulo não raciocinava e não iria poupar nem a própria mãe. Renato, que tinha ido para o quarto, voltou para sala disposto a conversar. - Foi bom a vovó ter vindo aqui saber a verdadeira história. Ele se fazer de vítima foi o cúmulo. É muita cara de p*u. - O pior é ele estar na casa dela que mora sozinha. Você sabe que quando ele bebe, não respeita ninguém. Tenho medo que ele agrida ela também. - A própria mãe? - Quando ele bebe, não raciocina. Não vai nem lembrar que é a mãe dele. - Tomara que não aconteça. Vovó já tem certa idade. - Ela só aceitou ele lá, porque ele mentiu. Se ela soubesse a verdade não tinha deixado ele ficar. - A senhora tem algum remédio para dor de cabeça? - Tenho, vou pegar. Trouxe o remédio já com água. Renato tomou e avisou: - Vou me deitar um pouco para ver se passa. - Se não passar, você não vai ao colégio hoje. - Tenho que ir. Tenho prova hoje. - Se não passar, vai perder a prova. - Aí vou ficar com nota baixa no bimestre. Eu sei a matéria e quero fazer. De qualquer jeito, vou ao colégio. Com ou sem dor de cabeça. Renato foi se deitar e colocou o despertador para cinco e meia. Acabou pegando no sono. Quando acordou estava se sentindo melhor. Tomou um banho e se arrumou para ir ao colégio. Na hora da saída, encontrou o pai que lhe esperava. Já sabendo que teria aborrecimento, tentou passar direto, mas o pai o chamou: - Renato! Não me viu aqui? - Não. Estava distraído. Como você está. - Estou querendo voltar pra casa. Quero que você convença a sua mãe a me aceitar de volta. - Eu não vou fazer isso. Ela está bem melhor sem você. - Escuta aqui, seu m***a, eu não estou pedindo. Eu estou mandando. Você vai convencer ela a me aceitar de volta ou eu te mato de p*****a. Renato resolveu fingir que concordava e foi para casa. A mãe cochilava no sofá. Chamou por ela e fez ela ir para cama. No dia seguinte falaria com ela que o pai foi fazer ameaças na saída do colégio. De manhã, resolveu que conversaria primeiro com Maria e com Seu Mário. Tinha certeza que o pai ia acabar preso de novo. Como a mãe estava junto, deixou para falar com o patrão depois. Na cozinha, contou a Maria o que tinha acontecido e ela aconselhou: - É melhor você contar para sua mãe e ela ir na delegacia avisar. A protetiva impede ele de chegar perto da casa. Mas não do colégio e você está correndo perigo. - Eu sei. Mas se ela for na delegacia, ele vai ser preso de novo. - Você acha que ele não vai cumprir a ameaça? - Tenho certeza que vai. - Então conta logo. Renato saiu da cozinha e foi falar com Seu Mário. Pediu para conversar com ele rápido e contou o que tinha se passado. Seu Mário chamou Maristela e avisou: - O Paulo esperou o Renato ontem na saída do colégio e fez ameaças a ele. Se ele não te convencer a aceitar ele de volta, ele mata o Renato de pancada. - Vou na delegacia avisar. - Pode ir agora mesmo. - Vou e volto antes do almoço. - Use o tempo que precisar. Maristela saiu e foi na delegacia. O delegado, pediu a um juiz, seu amigo, que providenciasse uma medida protetiva para o garoto também. Poucos minutos depois, recebia o documento que o delegado lhe entregou. Ele pediu o endereço da casa da mãe de Paulo e fez uma cópia do documento. Mandou que dois policiais fossem na casa que Paulo estava e entregassem a cópia a ele, com o aviso que não poderia chegar perto do filho também e qualquer coisa que acontecesse a ele, iria mofar atrás das grades.
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