Capítulo IV

664 Words
Renato chegou antes do patrão e teve que ficar esperando ele chegar, assim que Seu Mário chegou, elogiou o garoto por ter sido o primeiro a chegar. Como ele servia café da manhã, ofereceu ao garoto. Ficaram sentados, tomando café e conversando. Seu Mário lhe contou que a Maria tinha elogiado o serviço dele e perguntou se ele sabia cozinhar. - Sei sim. Gosto de ajudar minha mãe na cozinha e com isso aprendi a fazer de tudo. - Que pratos você sabe? - Feijão, arroz, macarrão, farofa, sopas, frango de diversas maneiras e carne também de diversas formas. - Isso é bom. Se a Maria faltar, você pode quebrar o galho, aliás vocês vão folgar em dias diferentes, assim vou poder dar folga a vocês. - Seria bom. A Maria já não é novinha e deve se sentir cansada trabalhando todos os dias. - Vamos fazer o seguinte, os dias de menos movimento são Sábados e Domingos, porque quem vem almoçar aqui são os trabalhadores da redondeza. Uma semana, você folga no Sábado e ela no Domingo e na outra a gente troca, assim fica justo para os dois. - Eu nem faço questão de folgar. O ambiente lá em casa, não está dos melhores. - Seu pai, né? - É. Ele me arranjou esse trabalho pensando que estaria me castigando, não gostava de me ver na cozinha. Dizia que era coisa de mulher. - Ele não sabe que a maioria dos restaurantes tem cozinheiros homens? - Parece que não. Quando Maria chegou, encontrou os dois conversando. Estranhou porque o patrão não era de falar muito. Foi avisada que eles haviam combinado a respeito das folgas e Maria se alegrou, mas perguntou se poderia fazer uns testes com ele antes de decidir deixar a cozinha nas mãos dele. Seu Mário respondeu: - Pode sim. Só que você vai ter que fazer o trabalho dele. Ele não pode fazer tudo sozinho em dia de grande movimento. - Tudo bem eu faço. Respondeu Maria. Vou começar a testar ele hoje. E perguntou para Renato: - Preparado pra mais um teste? - Sim. Eu sei que vou passar. Adoro cozinhar. Assim como gosto dos outros afazeres da cozinha. Maria declarou: - Cozinha tem isso, a pessoa tem que gostar, se fizer só por obrigação a comida não sai tão boa. Vamos começar? - Vamos lá! - Primeiro, vamos ver o que o patrão quer que faça. Depois a gente dividi o serviço. Olharam o cardápio e Renato sabia fazer todos os pratos. Maria então disse: - Você hoje é o cozinheiro e eu serei sua ajudante. - Vou me esforçar para te ajudar na limpeza também. - É muita coisa para fazer. - Vai dar tempo pra tudo e eu vou te ajudar. Maria pegou os legumes que seriam usados no preparo dos pratos do dia, enquanto Renato começou a cuidar das proteínas. Depois colocar no fogo, começou a lavar tudo que havia utilizado. Maria comentou: - Isso hoje é serviço meu. - Não custa nada deixar as coisas em ordem. - Vou passar a trabalhar assim também. Me diz uma coisa: Porquê você quiz arrumar trabalho tão novo, o seu pai está sempre muito bem arrumado e eu tenho certeza que vocês não passam necessidade. - É que tenho problemas com meu pai pelo meu jeito de ser. Ele não me aceita. - Porque você é homossexual? - Você percebeu? - Claro. Nós temos um jeito diferente de comportamento e dá para perceber logo. - Eu tento disfarçar, mas ele está desconfiado e assim que tiver a certeza, me expulsar de casa. Por isso eu gostei quando ele me arranjou esse trabalho. Se acontecer de fome eu não morro. - Será que ele sabe que homofobia é crime? - Deve saber. No outro dia chegou em casa todo arrebentado por brigar na rua com um cara que ficou encarando ele. - Ele é grosseiro mesmo. Quando ele vem aqui, eu nem chego perto do balcão.
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