Quer uma carona? - Thomas

1461 Words
O dia foi bem caótico na empresa. Durante uma reunião fiscal descobriu-se um desvio de alguns milhões. Nada muito exorbitante, mas o suficiente para me deixar putö da vida. Segundo os documentos apresentados o culpado era um dos auditores. O safado* negou, óbvio. Enquanto o pressionávamos para confessar ele infarta. Enviamos ele para o hospital afinal mortos não pagam por seus crimes e esse homem vai arder no inferno quando eu começar com ele. Fiquei o resto do dia resolvendo esse assunto, gritando e cobrando ações rápidas. Assumi como CEO do grupo Carter aos 22 anos e em pouco mais de um ano a empresa cresceu mais de 40%. Claro que com o crescimento ganhei o apelido de ‘filho do d***o’ entre meus colaboradores. Achei tão pouco criativo. Filho porque sou filho do presidente da empresa e d***o porque dizem que quem me enfurece se sente literalmente no inferno. Tudo porque não aceito mais aquele trabalho na média que meu pai aceitava. Assumir a empresa tão novo jogou um peso enorme nas minhas costas, todos achavam que eu não seria capaz. Provei que estavam errados. Quando me reúno com Jeremy para decidir os próximos passos, sua secretária entra na sala dizendo que a filha do Steve Hoffman queria falar com alguém do departamento sobre o pai. Jeremy está pronto para dizer não quando eu me antecipo e digo" mande-a subir e diga que Jeremy tem apenas 5 minutos" Sim, senhor Thomas, a secretária responde ignorando se o chefe dela concorda ou não. Eu sou o chefe do chefe dela então a palavra final é minha. Aqui na empresa todos me chamam de Sr. Thomas, Sr. Carter é meu pai. Evitamos confusões assim. “Sr. Thomas, por que o senhor quer falar com a filha dele?" Jeremy me olha curioso. "Quero saber se esse infarto não é só um truque deles para se livrar da demanda judicial" respondo "você fala com ela, vou só observar" ordeno. Alguns minutos depois escutamos vozes na antessala. Ela está perguntando o que aconteceu para o pai infartar do nada. Jeremy abre a porta e pede para ela entrar. A garota que passa pela porta definitivamente chamou minha atenção. Ela parece uma boneca com lindos cabelos acobreados em um tom de ruivo escuro cheio de grandes cachos. Um rostinho pequeno e delicado. Grandes olhos avelãs. Está usando um cardigan branco e uma saia de pregas. Mais colegial impossível. Eu não tenho uma colegial na minha cama desde que eu era um colegial. Talvez antes mesmo disso. Estou acostumado a ter mulheres lindas ao meu redor contudo beleza não basta para mim, as mulheres devem ter um certo “perfil” inocente. Exatamente o que essa garota tem e que despertou minha vontade de prová-la. Essa vibe pura e inocente é sempre uma fachada por isso eu as uso até acabar com qualquer máscara de inocência, isso faz qualquer interesse acabar e as descarto na mesma rapidez que as atrai. Obviamente nenhuma delas sai de mãos vazias. A garota me encara por um tempo sem notar Jeremy falando com ela. Isso o irrita tanto que ele passa a ser grosseiro. Ela se assusta com suas palavras e começa a gritar em defesa do pai. Consigo ver as lágrimas se formando em seus olhos e como ela morde o lábio para não as derramar na nossa frente. Ela vai embora e pouco tempo depois decido ir também. Aquela garota tirou todo o meu foco em meros cinco minutos. Pego meu elevador privativo até o subsolo. Decido liberar o motorista e dirigir eu mesmo esta noite. Assim que saio com meu carro na rua vejo aquela garota caminhando na chuva. Ela caminha vagarosamente, sua roupa encharcada. Minha curiosidade me faz dirigir até ela. Paro o carro ao seu lado e abro a janela do lado do passageiro "Você quer uma carona srta. Hoffman?" Ela me dá um olhar confuso antes de responder "Não, obrigada" Sua recusa aumenta minha vontade de persuadi-la e tento apelar ao pai já que ela esta ali por ele “Se você ficar doente não vai poder ajudar seu pai, certo? Tem certeza de que prefere ficar na chuva a aceitar ajuda?” Ela suspira tão alto que sou obrigado a segurar meu riso. "Você está certo não tenho como ir embora, pode me levar até a avenida 44?” Seria tudo isso atuação apenas para chamar minha atenção? Será que ela sabe quem sou eu e está apenas fingindo? Logo vou saber. Destravo a porta “entre” digo. “Obrigada”. Ela responde, mas segue parada no lugar olhando o interior do carro enquanto busca algo na bolsa. Ela tira um caderno e o abre sobre o banco. Ao que parece ela esta preocupada em estragar o estofado. Novamente sua atitude me dá graça. "Não se preocupe com isso, apenas entre no carro" digo vendo-a usar o caderno de apoio independente das minhas palavras. Ela está encharcada, tremendo. Toda sua roupa grudada ao corpo. Gotas de água caem do seu lindo cabelo para o cardigã agora transparente. O sutiã vermelho se destaca sob seus s***s. A exótica visão me excita. “Obrigada" ela diz e se volta para me olhar “você conhece meu pai?" "Só de vista. Trabalho em outro departamento." Respondo sucinto, curioso para saber o rumo desta conversa. "Entendo.” Ela pausa “E como você sabia meu nome?" “Na verdade, eu não sei o seu nome. Só sei seu sobrenome porque escutei sua conversa com Jeremy" Realmente, tudo que sei é que ela é filha do homem que roubou minha empresa. “Jeremy?" ela me pergunta confusa. "O chefe do departamento de contabilidade" “Ahhh, o i****a que acusou meu pai." Ela declara com raiva "Você acredita nele?" Ainda me mantendo vago, respondo calmamente "Como disse, eu não conheço seu pai" Ela não aceitou minha resposta e segue me questionando "Se você não conhece ele porque resolveu parar para me ajudar?” "Uma garota bonita como você não merece ficar sozinha na chuva" Ela treme, desviando o rosto corado em direção a janela. Aumento a temperatura do ar-condicionado e passo meu terno para que ela possa se aquecer. "Vista isso, você deve estar com frio" “Obrigada, mas estou tão molhada que com certeza vai estragá-lo." Ela recusa educadamente. Um pouco sem paciência para esses joguinhos, jogo o terno sob suas pernas "Pronto, já molhou, agora você pode usar" Dessa vez ela o veste sem questionar, fechando os olhos de forma encantadora enquanto se abraça a ele, como que roubando seu calor. Seu simples gesto me excita novamente. Decido tirar algumas informações dela. "Você mora na avenida 44?" "Não, minha escola é lá. Quando soube que meu pai infartou me assustei tanto que desmaiei. Ainda estava muito abalada quando recuperei a consciência então um colega me levou até o hospital e meu carro ficou lá" ela explica. "E por que você não pegou um taxi agora? Acho que caminhando, e na chuva, você só conseguiria chegar com um belo resfriado " Questiono, curioso do porquê a encontrei vagando sem rumo na rua. "Eu gastei tudo o que eu tinha para ir a empresa. Ia voltar de ônibus." Responde, enquanto volta a olhar para mim. Não sei se acredito nessa história ou não, quem não tem 20 dólares na carteira. Sem saber como responder mudo de tema. "Você ainda não me disse seu nome." "Você também não me disse o seu" ela responde divertida "Rebeca, mas pode me chamar de Becky" "Thomas" No estacionamento vazio do colégio e possível ver um único carro ainda parado por lá. E um Ford Taurus prata que deve ser bem mais velho que ela. Como se não fosse obvio que aquele era seu carro ela aponta para ele "está ali." Paro na vaga ao lado e me viro para encará-la antes que ela saia. Decido testar o que ela está disposta a fazer por dinheiro "te dou mil dólares se você me der um beijo?" Choque cruza seu rosto enquanto ela me encara de volta "Eu não estou a venda. Você acha que só porque eu entrei no seu carro eu sou uma prostituta?" Ela abre a porta furiosa. Seguro seu pulso antes que ela se afaste. “Não acho. Apenas sou um homem de negócios prático. Desejei provar seus lábios desde que você entrou naquele escritório. Eu quero um beijo, você está sem dinheiro. Negócios." Sem dizer uma palavra ela segue tentando soltar seu pulso do meu aperto. Pego um cartão no bolso da minha calça e coloco em sua mão. "Se você mudar de ideia me ligue" eu finalmente a solto. Ela joga meu terno de volta sobre mim, bate à porta do carro e caminha sem olhar para trás.
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