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Prazeres em jogo

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Blurb

Rebeca é uma garota tranquila que vive em função dos estudos e de ajudar ao pai na criação de seus irmãos gêmeos. Sua vida poderia ser descrita como monótona até que seu pai fica desempregado e doente simultaneamente. De uma carona com um jovem desconhecido vem uma oferta que acaba sendo sua última alternativa e, ironicamente, abre as portas para um mundo de novas descobertas.

Thomas é um jovem prodígio que assumiu a pouco tempo a empresa de seu pai. Sua aparência exuberante contrasta com sua personalidade dura, descrita por alguns como c***l. Essa crueldade foi plantada como uma pequena semente há muitos anos atrás por uma mulher e hoje Thomas tem um passatempo um tanto peculiar, jogar com a inocência das mulheres quem cruzam seu caminho.

Onde o destino levara Rebeca e Thomas, dois opostos em uma série de excitantes jogos, que os unem e os afastam cada vez mais em meio a triângulos amorosos, mentiras, manipulações e talvez até mesmo, amor.

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Prólogo
Esta noite me despi e despedi de qualquer resquício de consciência ou moral. Me entreguei as vontades do meu corpo sem me importar se era certo ou errado. Pela primeira vez eu apenas desfrutei, entreguei tudo que ele quis sem pensar no depois. Eu ainda não sei dizer se o que acabou de acontecer foi um mero negócio, um ato de amor ou apenas o desenrolar normal dos acontecimentos. Inferno, eu nem sei definir como eu me sinto a respeito disso. Olho para o homem deitado nu na cama com uma expressão satisfeita em seu sono enquanto recolho as minhas roupas, ou o que sobrou delas, pelo chão do quarto. Meus olhos ardendo com as lágrimas reprimidas. ‘Vamos lá Becky, você precisa voltar para a vida real’ penso comigo mesma tentando me convencer de que vou ficar bem. Seja pelo motivo que for, meu acordo com Thomas acaba aqui e agora. “Adeus Thomas.” Murmuro enquanto fecho a porta atrás de mim. ............................................................................................................................................................................................................ – Dois meses atrás – “Becky, você pode levar os seus irmãos para escola hoje para mim?” meu pai pergunta assim que desce para tomar café da manhã. “Tenho uma reunião importante e preciso chegar cedo para preparar tudo.” “Claro pai, sem problemas.” Eu concordo com um sorriso apesar de internamente estar desesperada com o fato de que hoje tenho uma prova no primeiro horário e sei que esse desvio de caminho com certeza vai me atrapalhar. Já estou acordada a algum tempo. Eu sempre me levanto cedo para preparar o café da manhã para papai e os gêmeos. Por sorte fazer isso não me atrapalha já que me arrumo rápido, ou pelo menos rápido para uma garota de 17 anos. Não sou do tipo que gosta ou precisa da atenção dos outros, não que alguém na escola além dos meus amigos saiba que eu existo. Sou da turma dos invisíveis. Hoje, por exemplo, estou com uma saia rosa com pregas e uma camiseta preta. Meu converse preto favorito nos pés. Definitivamente, não sei usar salto alto ou fazer uma boa make. Falta de uma presença feminina em casa. Meu longo cabelo castanho acobreado está solto com seus cachos naturais caindo pelas minhas costas. Eu sou uma cópia malfeita da minha mãe. Digo malfeita porque ela era linda e eu não sou. A única coisa que herdei do meu pai são seus olhos avelã. “Lucas, Liam colaborem com sua irmã. Já vou indo meu amor. Tchau” Meu pai me dá um beijo na testa, pega sua pasta e sai para o trabalho. Não tem sido fácil para ele nos últimos anos desde que mamãe morreu. Para nenhum de nós. Meus pais sempre sonharam com uma grande família. Pouco tempo depois de casados eles me tiveram, mas obviamente não quiseram parar por aí. Quando eu tinha três anos eles decidiram que era hora de aumentar a família só que as coisas não foram tão simples assim. Os anos foram passando e os filhos não vinham. Mamãe se mostrava cada vez mais desapontada, ela se culpava por algo que aparentemente não era culpa de ninguém. Para realizar o sonho da minha mãe meu pai gastou um bom dinheiro em um tratamento de fertilidade e ela engravidou de gêmeos. Foi uma gestação tranquila e feliz. Eu estava com oito anos na época e encantada com todas as novidades que cercavam minha vida. Dois novos irmãos, uma nova casa, porque com a família crescendo necessitamos de um lugar com mais espaço. A vida não podia ser mais perfeita até que uma noite minha mãe começou a passar m*l de repente. Lembro do meu pai correndo com ela para o hospital, de estar de pijama e pantufas diante do centro cirúrgico enquanto meu pai olhava sem reação para a porta à espera de notícias. Das enfermeiras saindo com os bebês em carrinhos para a UTI neonatal. Eles eram tão pequenos que pareciam mais ratinhos do que bebês. Nós seguimos ali em silencio esperando minha mãe sair também. Mamãe nunca saiu. Não da maneira que nós esperávamos. Lembro do médico de cabeça baixa, do meu pai gritando de dor, de uma enfermeira me levando para longe me perguntando para quem poderia ligar. “Ligar? Você tem que chamar a minha mamãe para acalmar o papai. Somos só nós. Os três mosqueteiros.” Eu dizia sem entender como nossas vidas mudariam para sempre. Eu nunca soube ao certo toda a história entre os meus avós maternos e meus pais. Só sei que eles nunca aceitaram meu pai e eles fugiram juntos para longe, para viver sua história de amor. Nunca houve cartões de Natal, telefonemas, não sei onde eles moram, na verdade, não sei nem o nome deles. Só sei que minha mãe era filha única. Já minha família por parte de pai se limitava a uma tia que vivia longe. Ela era legal, mas nos vimos poucas vezes, talvez pela distância, talvez porque cada um está ocupado com sua própria família. Meus avós paternos eram falecidos, mas meu pai sempre nos disse o quanto eles eram bons e o quanto o amor deles o inspirou a lutar contra tudo e todos pela minha mãe. Acho que o fato de ambos não terem “família” é que motivou essa ânsia da minha mãe por querer ter uma grande família com muitos e muitos filhos. Tudo que aconteceu depois que entramos naquele hospital é quase que um borrão na minha memória. É como se a Rebeca que entrou naquele hospital não fosse a mesma que saiu de lá. Meu pai me agarrou forte enquanto dizia entre soluços, perdemos ela Becky, perdemos ela. O velório com os poucos amigos que meus pais tinham. Eu ficando de casa em casa entre amigos e vizinhos até os gêmeos receberem alta do hospital. Papai sempre triste, eu sempre sozinha. Ele ficou tão m*l que perdeu o emprego e começou a cuidar de nos três, ou melhor dizendo eu comecei a cuidar dos três e assim tem sido desde então. Eu nunca mais pedi nada, questionei nada, reclamei de nada. Aprendi a lavar e a cozinhar para ajudar meu pai em casa. Olhava os gêmeos como se fosse a mãe deles e não a irmã mais velha, uma irmã de oito anos de idade. Sempre tinha algum vizinho ajudando com algo, é claro, mas no final eu apenas me tornei uma pequena versão de uma adulta. Quando todas as economias que meu pai tinha acabaram nós quase perdemos nossa casa então meu pai reagiu e voltou a trabalhar. Foi difícil ele conseguir um bom trabalho novamente então quando ele conseguiu entrar no Grupo Carter ele agarrou essa oportunidade e se dedicou a subir degrau por degrau. Ele é a pessoa mais esforçada e honesta que eu conheço e eu o amo com todo o meu coração. Eu nunca poderia culpá-lo por tudo o que aconteceu comigo depois da morte da mamãe, ele já tem muito com o que lidar começando com o fato de ter perdido o amor da vida dele e se tornar um pai solteiro. Ele nunca mais namorou e eu me vi na obrigação de fazer tudo ao meu alcance para ajudá-lo. Daria até a minha última gota de sangue. E aqui estamos nós. Eu torcendo para não me atrasar para minha prova enquanto tento arrastar aquelas duas pestes de 9 anos para a escola. “Meninos vamos sair AGORA ou eu vou buzinar na porta da escola de vocês até todo mundo notar a minha presença” eu os ameaço. Eles morrem de vergonha do meu carro velho então essa ameaça costuma dar certo. Claro que ajuda o fato de que eu já fiz isso antes. Eu vou para o inferno, eu sei, mas não é para lá que todas as boas meninas vão. Lucas correu para entrar no banco da frente. Liam, com a cara amarrada foi para o banco de trás parte nervoso por ficar atras, parte por ser eu a levá-los. Deixo-os no prédio de sua escola e dirijo todo o caminho até a minha rezando para chegar a tempo. Tenho menos de 10 minutos. Quando eu chego ao estacionamento dos alunos busco desesperadamente por uma vaga. Como diria a lei das probabilidades bem neste dia que eu mais preciso está tudo cheio. O único espaço disponível é uma vaga reservada para a estrela do time de futebol. Tempos desesperados levam a medidas desesperadas. Entro com meu carro sem pensar no que estou fazendo, pego minha mochila e corro em direção a escola. Quando eu estava para abrir a porta uma mão forte agarra meu braço e grita comigo de maneira assustadora. “Tire sua lata velha da minha vaga” Merda, merda, merda, novamente as probabilidades jogando contra mim e o dono da vaga, Adam Carter, me pega em flagrante. “Adam, por favor” eu imploro. E um caso de vida ou morte. Eu juro que ia tirar o carro no final do primeiro horário. Eu apenas tenho a prova da Sra. Torres agora e minha vida depende de chegar a tempo. “E desde quando eu faço caridade. A vaga é minha e eu quero sua lata velha fora agora” Ele esbraveja. “Por favor, eu faço o que você quiser, é só uma horinha.” Suplico com meu melhor olhar de cachorrinho. “Que tal eu fazer seus trabalhos por um mês? Sei lá, limpar seu material esportivo? te ajudar para as provas? o que você quiser só me deixa ir por favor.” Ele me encara de cima a baixo como se nunca tivesse me visto antes, o que não deixa de ser verdade já que por mais que estudemos juntos nós nunca trocamos mais do que duas palavras ao longo dos anos. Um olhar obscuro cruza seus olhos, um indicativo de que nada bom está por vir e para minha total surpresa ele concorda. “Ok. Pode ir. Quando decidir o que preciso eu te procuro.” Abro bem meus olhos revelando a surpresa por trás deles e agradeço antes que ele mude de ideia. “Obrigada Adam” eu grito enquanto corro para minha sala de aula. Para o meu total desespero a porta tinha acabado de fechar.

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