Raisa narrando
Oi pessoal, meu nome é Raisa Carvalho, tenho 24 anos e sou cabeleireira. Sou loira, tenho 1,70 de altura, aquela falsa magra, cintura fina e bundão. s***s médios. Cuido bem do meu corpo, sou muito vaidosa, tenho várias tatuagens e piercings espalhados pelo corpo.
Vou contar minha história para vocês. Eu nasci na comunidade de Vila Independência, Niterói. Meu pai trabalhava para o tráfico naquela quebrada e ele colocou minha mãe como X9 no morro do Estado. Como eu era criança, tive que ir com minha mãe, eu era tipo o álibi dela. Minha mãe fez a linha pobre coitada e conseguiu se aproximar da patroa.
Eu tinha mais ou menos o conhecimento de tudo que estava acontecendo, mas eu sabia que se caguetasse minha mãe, ela ia rodar e nós todos iríamos juntos. O tempo passou, minha mãe conseguiu se acomodar na casa do chefe, e eu confiei em quem não deveria, no Branquinho.
Contei tudo para ele, não achei que um dia ele poderia agir com maldade comigo, como fez. A Cindy e a Thay eram minhas melhores amigas. Nossa, como eu me sentia mäl em não poder contar a verdade para Cindy.
Eu me aproximei dela porque minha mãe me obrigou, mas ela era tão divertida, doidona. Na escola, Cindy era popular e todos tinham medo dela por ser filha do chefe. Cindy usava essa influência para nos proteger também.
Eu comecei a adorar a amizade dela, a gente fazia tudo junto, nós três. Até que eu falei para minha mãe que ia contar a verdade para minha amiga. Eu apanhei tanto que fiquei dias de cama da surra e foi nesse tempo que minha mãe agiu. Fez os mandados do meu pai.
Minha mãe matou a patroa, a mãe do Digão e da Cindy, e meu pai matou a minha mãe. Branquinho, para me proteger, matou meu pai e a cobrança veio.
Ele me levou para o Barraco dele, Branquinho já morava sozinho, ele tinha quase 18 anos, era da turma do Digão, vapor experiente.
E foi horrível, eu era uma criança apesar de ter um corpo evoluído, sempre fui alta e aparentava ter mais que minha idade, Branquinho me violentou e até hoje sofro as consequências disso, ele era bem dotado, e acabou me machucando , causou um problema no meu útero e por isso eu tenho chances mínimas de gerar. Sou desenganada pela medicina.
Guardei esse segredo por anos, revelei ao meu noivo Cleber , que é um anjo em minha vida. Junto com a Família dele, adoro os meus sogros . Me protegem e cuidam de mim como uma filha.
Na época eu tinha 12 anos e ele quase 18, Branquinho me ameaçou se eu saísse da casa dele, contasse alguma coisa para alguém, ele iria contar tudo ao Digão e fazer o Pitbull me matar.
E assim o tempo foi passando, ele nunca me bateu, mas me violentava todas as noites em cima daquela maldita cama. Foram muitos meses, até eu aprender gostar de sëxo, e a gente transär, eu já fazia por fazer.
Ele estimulava o meu corpo que reagia e a gente fazia e era apenas isso, nunca amei ele, respeitava nem porque ele merecia era mais por mim mesma, branquinho falava pra geral que era meu marido e eu fui deixando, por medo de morrer fisicamente. Porque a alma já estava morta há muito tempo.
Fiz curso de cabeleireira e maquiagem, hoje sou profissional, Branquinho abriu um salão pra mim no morro do Estado e jogava na minha cara todo dia , se eu me recusasse a fazer qualquer coisa pra ele. Nossa relação era assim sem amor, sem respeito da parte dele e a base da chantagem .
Até que não aguentei mais, e desabafei tudo para Viviane e as meninas, a Cindy me odiou naquele momento, isso doeu na alma o olhar dela para mim, de nojo e desprezo. A Vivi e a Thay ficaram do meu lado.
Contamos ao Digão e ele me expulsou, me ameaçou e o Branquinho bom, esse tentou me matar. Foi aí que o Morte surgiu como meu salvador.
Foi um dia horrível, depois que fui expulsa do morro aos gritos pelo Digão, saí chorando da casa dele, para mim a minha vida tinha acabado ali.
Branquinho pegou no meu braço começou a me sacudir gritando feito um louco, me chamando de Vadïa e falou que acabei com nossas vidas, o Morte foi para cima dele, começaram a discutir o Branquinho sacou o revólver para me matar, só que o Morte foi mais rápido e matou ele.
Meu Deus, que desespero, o Morte me abraçou com tanto carinho, senti ele passando o nariz no meu cabelo, achei estranho. Ele me cheirou.
— Me ajuda Morte. Eu sei que a gente não se conhece, mas eu não tenho para onde ir. Só me deixa ficar na sua casa até eu conseguir outro lugar para morar e um emprego. O Digão já me expulsou daqui, se ele me ver aqui novamente dentro do prazo que ele me deu, ele vai me matar — Pedi ajuda ao homem que tinha acabado de matar o meu namorado e que eu mäl conhecia.
— Ninguém vai tocar em você, tá no meu porte agora, minha loira. Vamos passar no teu barraco pegar tuas coisas que agora tu vai ser moradora da Rocinha.
Peguei algumas coisas no Barraco do Branquinho, meu salão ficou pra trás z meu sonho, minha vida. Enquanto o Morte pilotava as lágrimas banhavam o meu rosto, eu tive tanto medo mas não tinha nada a ser feito.
Assim que chegamos na Rocinha, Morte me levou para casa dos pais dele e me apresentou como Fiel, o Amor pela minha sogra foi a primeira vista, dona Thainá é maravilhosa, um ser iluminado.
— Obrigada, Morte. Eu durmo no tapete, não tem problema. É só por uns dias, tá? Não vou te incomodar. Pode fazer de conta que eu nem estou aqui — Falei já me justificando, eu queria só um tempo para conseguir um trabalho e ticar minha vida.
— Pode me chamar de Cleber, e você vai dormir na cama, e não vai ser só por uns dias, vai ser para sempre.
Encarei ele nos olhos. O mesmo sustentou o olhar. Arrumou meu cabelo atrás da minha orelha e me deu um selinho, eu fiquei igual uma planta paralisada.
— Seu lugar a partir de agora é do meu lado. Te tomei para mim, passei para o meu nome. Já tá no meu porte Futura senhora Fernandes.
— O que?
Meu primeiro pensamento, me livrei de um maluco e cai nas mãos de outro. Me lasquei novamente.