Capítulo II
Morro do alemão—Rio de janeiro
Por Don
...Ela é um filme de ação com vários finais
Ela é política aplicada e conversas banais
Se ela tiver muito afim seja perspicaz
Ela nunca vai deixar claro
Então entenda sinais
É o paraíso, suas curvas são cartões postais
Não tem juízo, ou se já teve, hoje não tem mais
Ela é o barco mais bolado que aportou no seu cais
As outras falam, falam, ela chega e faz
Ela não cansa, não cansa, não cansa jamais
Ela dança, dança, dança demais
Ela já acreditou no amor, mas não sabe mais
Ela é um disco do Nirvana de 20 anos atrás
Não quer cinco minutos no seu banco de trás
Só quer um jeans rasgado e uns quarenta reais
Ela é uma letra do Caetano com flow do Racionais
Hoje pode até chover porque ela só quer paz...
Mais uma dia amanhecia no morro, e eu já estava de pé, eu não podia vacilar, tudo podia acontecer aqui, eu tinha muitos inimigos nas comunidades vizinhas, e ouso dizer que aqui também. Muita gente aqui dentro acha que não mereço estar onde estou, pois não sou cria do morro, mas se estou aqui é porque conquistei esse lugar, realmente não era isso que eu queria pra mim, mas se tô aqui vou dar o meu melhor.
O rádio em minha cintura apita, e um dos menor que faz a segurança da minha casa diz que Isaque tá entrando, Isaque é meu braço direito aqui, e tudo indica que logo ele será meu sub, ele é de confiança e quando algo acontece manda logo a real.
—Fala aí seu puto—ele diz pegando uma maçã.
—Manda as novidades ai—digo.
—Por enquanto tudo de boa, na comunidade, a vagaba da Rayane tava atrás de tu de novo, mas já botei pra correr também, garota chata na moral, não sei como tu trepa com ela—ele diz.
—Tu já disse tudo, é só uma b.oceta nada mais, mas nem quero mais tô com muita coisa na cabeça morô?—digo.
—A mina do asfalto não voltou mais?—ele inquire.
—Não e nem me atende, aquela mulher é uma peste—digo.
—Mas é gostosa—ele diz.
—Presta atenção te meto uma bala na cara—digo.
—Que isso chefe a mulher te deu um chá mesmo hein—ele diz rindo.
—Pior que nem isso, ela sumiu—digo passando a mão pela minha barba.
—Ai chefe, o cara que roubou a casa da dona Eva tá lá em cima ainda—ele diz.
Aqui no morro eu não admitia s*******m, roubar dos de dentro era considerado algo muito grave e o menor foi roubar a vendinha da dona Eva, a mulher é mó responsa, ajuda todo mundo e o filho da p**a vai fazer arregaço lá, não dei perdão não.
—Corta a mão e joga no asfalto—digo.
—Beleza—ele diz.
—E já avisa se pisar no morro de novo dou ele vivo pros cachorros comer—digo.
—Sem crise chefe, e as paradas do racha?—ele inquire.
—Tá tudo certo mais tarde vamo por os motor pra rodar—digo.
Toda quarta tinha baile no morro, mas antes tinha uma corrida de racha, eu adorava sentir o ronco do motor, e ninguém nunca me vencia, os playboy do asfalto até tentava, mas ninguém passava o pai aqui.
Eu não tinha vícios além de correr e comer as vagaba, mas nem isso eu tava fazendo, só pensava na onça que me deixou de p*u duro e coração partido, eu tinha jurado que depois da Maria Eduarda, eu não ia me apegar a mulher nenhuma, mas aí conheci a Júlia e minhas ideia mudou, mas ela não tava nem aí pra mim e eu não ia lá no asfalto atrás dela não.
Quando era dia de baile geral do asfalto queria subir o morro, as patricinhas tudo querendo rebolar a tava até o chão, e os playboy tudo loco pra cheira e pegar as mina do morro, eu não me importava desde que não viesse fazer malandragem no meu morro, eles subia e me dava lucro, saia tudo loco depois.
Era da hora ter poder e tal, mas eu as vezes lembrava de como era minha vida antes, será que eu ia ser médico mesmo? Eu queria outra vida antes, mas agora eu gostava de ser o Don.
Isaque sai, e logo escuto o barulho da moto descendo a viela, pego meu fuzil e coloco nas costa e uma pistola na cintura, eu não podia vacilar aqui não , tava quase saindo quando Rayane entrou pela porta da cozinha.
—Ta fazendo oque aqui mina?—inquiro.
—Queria te ver e o chato do Isaque não me deixou subir—ela diz mastigando um chiclete.
—Por que não era pra tu subir, anda rala da minha casa vai—digo.
—Ai seu grosso—ela diz.
—Anda Rayane vai embora antes que eu enfie uma bala nessa tua cara de p**a—digo.
—Você não me tratava assim quando me fodia—ela diz tentando pegar meu p*u, mas eu seguro sua mão.
—Tu é muito v***a mina, vai embora, me arrependo do dia que te comi pela primeira vez, mina chata do c*****o—digo.
—Você é um i*****l—ela diz.
—Fala daqui antes que eu mande concretar você viva, e não volta viu tô mandando a real pra tu—digo e ela sai batendo o pé.
Abro a porta e chamo os menor que faz a segurança.
—Ai quem foi o vacilão que deixou a v***a da Rayane entrar?—pergunto.
—O chefe foi m*l, não sabia que ela não podia entra—um deles diz.
—Presta atenção andorinha se essa v***a entra aqui de novo meto bala em você—digo entrando no meu carro.
Rodo pelo morro olhando tudo que acontece, as mulheres com as crianças andando pra levar pra escola, eu gostava de tudo andando por aqui, as criança tinha que estudar, os cara trabalhar, não gostava de vacilo não.
Logo mais a noite o morro tava fervendo como eu gostava de vê, os playboy já tava tudo subindo e o baile ia começar logo depois da corrida, eu já tinha ajeitado tudo, tomei um banho e coloquei uma regata preta e um short, calor do c*****o nesse lugar, peguei meus ferro e coloquei no carro, mesmo no racha eu tinha que tá alerta.
Saio na rua e Isaque chega dizendo.
—Ai chefe tem um cara do asfalto quereno correr.
—Bota pra pista, hoje vamo descer o morro o final é na Brasil—digo.
Seis carro enfileirado, e as moto de apoio atrás, os vapor nunca deixava eu saí sozinho do morro, numa dessa podia da r**m.
Os ronco do motor começaram, e os playboy apressado tudo sairo na frente queimando pneu, eu ia na manha, sabia oque faze.
Logo peguei eles na entrada da principal, estiquei e ouvi o motor do carro, quando entramos na Brasil os cara já tinha ficado pra trás, e eu mais uma vez ganhei, eu sempre ganhava, quando cheguei na entrada do morro parei, os playboy tudo puto, eu ria balançando o dinheiro deles, bando de filho da p**a s*******o, tudo riquinho gastano dinheiro dos pais granfino, f**a-se tô nem aí eu quero é mais .
Subi o morro e logo o baile começou, antes da primeira música pego o microfone do DJ Lukinhas, parceiro nosso na comunidade, cria do morro, gosto de incentivar os moleque, quando diz que é do morro ninguém da chance lá fora, mas aqui dentro vai ter.
—Ai comunidade, muita fé em Deus e nas criança, acima de nois só Jesus, porque avião nois derruba, certo? Abrindo mais um baile aí, bora se divertir— digo e entrego o microfone.
O baile começa, as mina tudo dançando, os vapor tão tudo espalhado, tudo indo bem até que vejo ela no meio da multidão, chamo um vapor e mando trazer ela até onde eu tô.
—Tá fazendo o que aqui?—pergunto.
—Desde quando tenho que te dar satisfação?—ela pergunta.
—Tá no meu morro mulher, o que tu quer?—falo.
—Já até me arrependi de ter vindo aqui, mas queria te ver—ela diz.
—Ai vamo lá pra casa—falo.
—Meu carro tá lá embaixo não dá pra subir—ela diz.
—Vamo de moto comigo—falo.
—Jamais tenho amor a minha vida—ela fala.
—Deixa de graça mulher, tu é mafiosa tá com medo de uma moto—falo rindo pra ela.
—Fala baixo p***a, ninguém precisa saber que sou mafiosa aqui não—ela diz.
—Ninguém vai mexe com você aqui no meu morro não dona onça, bora?—estendo o capacete pra ela.
—Vamos né —ela diz pegando o capacete.
Logo chegamos na minha casa e ela faz cara de alívio.
Olho pros menor no portão e falo.
—Não é pra deixar ninguém entra, morô?
—Certo chefe.
Entro em casa e ela me segue.
—Fala aí, por que subiu o morro, da última vez você falou que não ia volta não foi?—pergunto a ela.
—Eu já disse Don eu queria te ver, mas se não quer que eu fique aqui eu vou embora—ela diz caminhando para a porta.
—Ei calma aí onça brava, fica, vamo conversar, senta aí, que bebe alguma coisa?—pergunto.
—Tem gin?—ela pergunta.
—Tem perai vô pega— digo andando até a geladeira.
Volto com uma cerveja e o gin dela, entrego e ela começa a falar.
—Não sei nem porque vim aqui, mas lá embaixo está tudo um saco, e eu queria fugir um pouco—ela diz.
Sento do lado dela e pego suas pernas colocando no meu colo.
—Fala aí, conta como tá as coisas—digo.
—Don,você gosta dessa vida?—ela inquire.
—Julia essa é a minha vida, eu não tenho como sair e nem quero de verdade, eu gosto do poder que tenho aqui, eu sou bandido isso não vai mudar, eu não vou deixar de ser bandido, eu gosto de você na moral gosto mesmo você é minha amiga, mas esse papo aí toda vez tá chatão—digo.
—Don, eu cresci no meio do perigo, mas você luta todo dia pra tá vivo, na máfia não é assim, não temos que lutar pela nossa vida todos dia, aqui não você já acorda tendo que lutar pela sua vida—ela diz.
—Infelizmente é assim que é eu não tenho como fugir—digo.
—Mas isso é cansativo não é? Cuidar de tudo isso aqui, Don você tem escolha—ela diz.
—Eu não tenho Julia, eu nunca tive e na moral vamo para de falar disso certo?—digo.
—Tudo bem eu vou embora—ela diz levantando.
—Fica aqui hoje, não vai não—digo.
—Don, melhor não—ela diz.
—Se você fala que não quer ficar beleza—digo.
Ela olha pra mim e se aproxima sentando no meu colo, então ela me beija, eu passo a mão pelas suas costas e desço até sua b***a apertando.
—Vou pedir pra um vapor subir seu carro, cadê a chave?—pergunto.
—Tá aqui—ela alcança a bolsa e me entrega a chave.
—Já volto hein, sai daí não—falo.
Vou até o lado de fora e peço pros menor pegar o carro dela e colocar na garagem aqui, volto pra dentro e ela tá olhando a comunidade da vidraça.
—É bonito né?— pergunto
—Da pra ver todo o Rio daqui—ela diz.
—Sim, esse é meu castelo, eu sou o rei daqui, mas nenhum rei comanda sem uma rainha ao lado, você é cria desse morro onça, fica aqui, aqui é seu lugar—digo.
Ela não me responde nada apenas continua olhando a cidade aos seus pés. Essa mulher era tipo aqueles enigmas que é difícil de desvendar, tá ligado? Aqueles filmes de terror que você tem medo do final, mas ainda contuinua assisitindo, ás vezes ela parece que me quer, mas logo volta a ser aquela mulher dura, deixando minha cabeça, uma confusão, eu quero ela, mas não vou virar um cachorrinho atrás dela não.