OPOSTOS

1948 Words
         Zona Sul—Rio de janeiro Por Júlia Vendramini ...Simplesmente aconteceu Não tem mais você e eu No jardim dos sonhos No primeiro raio de luar Simplesmente amanheceu Tudo volta a ser só eu Nos espelhos Nas paredes de qualquer lugar Não tem segredo Não tenha medo de querer voltar A culpa é minha Eu tenho o vício de me machucar De me machucar Lentamente aconteceu Seu olhar largou do meu Sem destino Sem caminho certo pra voltar Não tem segredo Não tenha medo de querer voltar A culpa é minha Eu tenho o vício de me machucar De me machucar Ninguém ama porque quer O amor nos escolheu você e eu... Estou terminando a contabilidade do último carregamento de armas que chegou, quando meu pai entra no escritório. —Oi filha, tem um tempinho para mim? Hector Vendramini inquire. —Sim pai, pode entrar—digo fechando o notebook. Ele puxa a cadeira na minha frente e se senta. —Julia eu sei que você já é uma mulher feita, sabe bem o que faz, é dona de si, mas algo está me deixando preocupado—ele começa o assunto que eu sei exatamente qual é: Don. —Pai, fale abertamente—digo. —Julia eu não preciso ficar lembrando toda hora que você não é uma herdeira da máfia legítima, mas você é minha filha, um m.embro importante para a máfia, tem um cargo de alta confiança, Felipe irá herdar o posto de capo, mas para cuidar do dinheiro só confio em você. Tenho recebido várias ligações me dizendo que você tem andado no morro do alemão, entenda você é maior de idade, mas tente entender isso não está certo, temos vários problemas com aqueles homens, são pessoas sanguinárias, sem regras, sem compaixão—ele diz. —Nós somos diferentes pai? Nós também não matamos? Não punimos? Não somos sanguinários? O que nos difere deles? Por que matamos usando terno e saltos?—inquiro. —Julia você está interpretando isso erroneamente, não existe a possibilidade de você ser um m****o da máfia e subir o morro toda hora, eu não falei nada com sua mãe, eu sei o quanto esse assunto a afeta, por ela você nunca mais pisava naquele lugar, se ela souber que você anda com o cara que ficou no lugar do seu—ele para. —Do meu pai? Isso que ia dizer? Que sou filha de um traficante? Infelizmente eu sou, não posso mudar isso, eu nasci naquele lugar, mas não sou de lá—digo. —Filha eu quero o melhor para você, e para o seu irmão igualmente, eu não preciso de laços de sangue para te amar, você está prestes a se tornar a primeira consigliere mulher, não jogue tudo isso fora por algumas horas de prazer—ele diz e me dá um beijo na testa saindo do cômodo, me deixando mergulhada em dúvidas e incertezas. A noite caia e a lua brilhava linda no céu, eu lutava comigo mesma, entre voltar no alemão ou esquecer Don de uma vez.  Sou vencida pela vontade de vê-lo mesmo que fosse pela última vez, mesmo em vão eu precisava tentar tirá-lo de lá, tentar o fazer mudar de vida, talvez a máfia o aceitasse como um soldado, ele teria a proteção da família. Entro em meu carro, e sigo para aquele lugar que me assustava, mas ao mesmo tempo me atraia alguns caras armados logo na entrada, eles conhecem meu carro e liberam minha entrada, subo de carro o quanto consigo, pois é noite de baile, a batida que tantos detestavam, me envolvia, mexia com meu corpo, com a minha mente, desci do carro e tranquei, comecei andar em meios às pessoas que dançavam, algumas garotas rebolavam ao som do DJ, mostrando seus corpos com shorts curtos e blusas que revelavam muito, alguns caras me olhavam, minha calça de couro preta, botas de salto e o body de renda preta denunciavam que eu não fazia parte daquilo, logo o avisto no camarote, ele me olha e me aproximo, digo que quero falar com ele, e mesmo com medo ele me convence a subir o morro na garupa da moto dele. Assim que chegamos a casa dele, eu tento convencê-lo que ele pode sair daquilo, deixar aquela vida para trás, mas ele está consumido pelo poder que ser o dono do morro lhe dá, mesmo não tendo escolhido ele gosta de ser quem ele é. E mesmo negando, mesmo que eu jamais confesse isso em voz alta, que eu jamais admita, eu me sentia parte daquele lugar, parte dele.  —Fica aqui comigo essa noite?—ele me pede. Eu queria conseguir ir embora, me afastar, não permitir que ele mexesse comigo daquela forma, mas algo nele me atraia tanto que eu não conseguia julgar o que era certo errado, o que eu queria o que eu podia fazer. Ele me beija, passando as mãos pelas minhas costas, seus lábios descem pelo meu pescoço, enquanto suas mãos passeiam pelas minhas coxas, um pequeno gemido escapa de meus lábios, o que faz com que ele intensifique ainda mais suas carícias. —Eu quero você onça, eu quero tudo de você—ele diz dando ênfase ao apelido que ele mesmo me deu. Ele me vira me deixando deitada no sofá, ele tira minha bota, uma após a outra e começa tirar minha calça me deixando apenas de body. —Você é perfeita—ele diz acabando com todas as minhas inseguranças, não que eu fosse uma mulher feia, mas alguns quilos a mais me deixavam insegura. —Eu senti saudade de você—digo. Essa era a primeira vez que eu me entregava a ele, a primeira vez que eu me permitia ser dele. Ele tira a camiseta, expondo seus músculos e suas tatuagens, o volume em seu short era evidente, e suas correntes de ouro brilhavam, na fraca luz vinda dos postes da comunidade através da vidraça. Ele me pega no colo facilmente e me leva para o seu quarto. —Julia, antes que questione eu nunca trouxe ninguém aqui, não nesse quarto—ele diz. —Eu acredito em você—digo sorrindo. Ele acende o abajur, que ilumina o quarto, ele tira o short, expondo a boxer branca, eu olho e admiro aquele exemplar de homem à minha frente. Ele se aproxima de mim, e começa a me beijar, tirando a alça do meu body, ele expõe meus s***s, lambendo—os em seguida um após o outro, ele desce beijando meus s***s e barriga retirando o body, até que deixa meu corpo todo exposto, ele abre minha pernas contemplando minha b.oceta que já está molhada para ele, ele lambe os lábios, e sem aviso prévio ele começa a lamber minha b.oceta deixando ela mais molhada, ele circula meu c******s com a língua, arrancando de mim gemidos incontroláveis, ele suga com força e logo beija como se beijasse a minha boca, faz movimentos de vai e vem com a língua, me levando ao êxtase. Sento—me na cama e ele fica em pé a minha frente, retiro sua boxer lentamente, expondo seu p*u, que salta para fora da cueca, as veias sobre ele brilham na fraca luz. Começo a lamber a cabeça calmamente, e depois o coloco na boca até onde consigo, ele é grande e grosso, eu já tive muitos homens, mas nenhum como ele. Início o movimento de vai e vem com a mão enquanto chupo seu p*u, ele geme louco de desejo, então ele senta—se na cama, e eu sento sobre ele, me acostumando com o tamanho, ele está literalmente me abrindo para recebê-lo enquanto me beija. Eu começo a cavalgar em seu p*u, enquanto ele me dá apoio segurando minhas costas e guiando meus movimentos, gemidos altos saem da minha boca, misturados aos dele. Ele me coloca de pernas abertas na cama e vem sobre mim, ele beija meu rosto, e vai entrando em mim novamente, e após minha b.oceta o acomodar novamente ele começa estocar mais forte, os barulhos de nossos corpos se encontrando ecoam cada vez mais alto pelo quarto, ele geme alto e isso me excita cada vez mais. Sinto que meu corpo vai explodir em um orgasmo, e com a próxima estocada forte isso acontece, o gemido alto ecoa de meus lábios, e vejo o sorriso de satisfação nos dele. Ele me coloca de quatro e se enfia em mim novamente, puxando meus cabelos enquanto entra fundo em mim, ele mete cada vez mais forte, puxando meu cabelo e batendo na minha b***a, eu gemia como uma p**a, gozando no seu p*u cada vez mais, meu corpo já era uma gelatina depois de tanto gozar, mas ele continuava duro e metendo cada vez mais. E então ele explode dentro de mim, gemendo enquanto gozava. Ele deita na cama, e me puxa para deitar sobre seu peito, ele passa as mãos pelo meu cabelo e beija minha cabeça. —Fica comigo—ele diz. —Estou aqui não estou—inquiro. —Para sempre Julia, fica aqui, você não é uma mafiosa, tu sabe disso, sabe que no fundo seu coração bate forte quando tá aqui no morro, eu tô ligado que seus olhos brilham quando vê o baile, você é cria do morro Ju, pra que fugir?—questiono. —Don, eu não posso abandonar minha família, tudo que vivi e aprendi até agora, você entende? Eu saí daqui não quero voltar—digo. —Nem por mim?—ele me questiona. —Por favor, não me coloca nessa posição, de ter que escolher, você não quer deixar o morro, e eu não posso abandonar a máfia—digo. —É diferente Ju—ele diz. —Diferente porque Don? Por que eu sou mulher? E você acha que minha vida e minha posição na máfia é menos importante que o seu lugar aqui?—inquiro. —Não foi isso que eu disse—ele fala. —Mas foi o que pensou—digo. —Ju a verdade é que eu não queria nem te falar isso, mas você nem é filha do mafioso, você não tem obrigação de nada lá, fica comigo aqui—ele diz. —Você quer que eu deixe minha vida, minha casa, minha casa, pra ser a fiel do dono do morro?—inquiro.  —Sim Julia quero que você fique aqui, que fique na minha casa, na minha vida, que seja a mãe dos meus filhos—digo. —E que eu viva com medo de você morrer todos os dias, sem poder confiar em ninguém, nem mesmo nos seus aliados, dormindo com um fuzil ao lado da cama, porque a polícia pode subir o morro de madrugada e te matar, desculpa Don, mas não é isso que eu quero pra mim—digo me levantando e colocando minha roupa. —Sua família não é diferente de mim Julia, a diferença é que eles escondem o c.u atrás de carros blindados e ternos caros—ele diz se levantando colocando a cueca e acendendo um cigarro. —A verdade é que nós dois somos de mundos diferentes—digo pegando minha bolsa. —Você pensa que é—ele diz virando de costas. Saio da casa dela e entro no meu carro que estava estacionado em frente a casa dele, vejo quando um de seus "seguranças" acompanham meu carro, ele mandou fazer uma escolta, a moto me segue até a entrada do morro. Eu queria que ele entendesse que eu não posso largar minha vida pra viver no morro. Nós somos de mundos opostos, e isso iria nos afastar para sempre.
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