Capítulo 7

1033 Words
Moisés Disse-lhe mas logo me arrependi de ter falado algo invasivo, pondo uma distância entre nós, afastando do toque macio da sua pele. Ela simplesmente permaneceu quieta, tombou a cabeça por cima do braço estendido, bocejou pedindo desculpas pelos seus modos. — Posso lhe contar uma história? Desconversei para continuar ali com ela. — Quer me fazer dormir? Igual fiz a Benjamim? — Bom... Sorri me encantando cada vez mais com o seu modo de ser. Olhei para o fogo que crepitava na lareira, ouvindo o chiado das brasas acesas, queimando os tocos de madeira. — Era uma vez um garotinho que sonhou em ser suficientemente bem sucedido, porém algo ou alguma coisa o atrapalhava, pois era o seu próprio ego que o impedia de crescer... Virei o rosto onde Emilly estava, encontrando-a dormindo serenamente. Ficando feliz que a minha voz tenha surgindo o efeito relaxante desejado. A observei atentamente, cada detalhe do seu rosto pequeno, meigo, nariz arrebitado, estilo mandona, embora seja também, delicada, meiga e transmitia-me uma paz ao olha-la, mesmo quando eventualmente se mostrasse possessa pelas nossas conversas referentes a Deus, cujo o ser oponente não deseja falar. Seus cabelos longos estavam soltos, emoldurando sua face sublime. Às cores eram fascinantes, vinham do marrom mesclando-se com loiro, pequenos cachinhos nas pontas. Tenho um lance de memória, ao vislumbrar sua beleza de pé na saleta olhando, rindo feito uma menininha na nossa direção. Bela e perfeita. Sem conseguir me conter olhei mais do que devia. Precisava orar mais, era isso. Pensei. Peguei Benjamim delicadamente, erguendo-me do sofá, andei de volta ao quarto, pondo ele na cama, sem sinal de que iria acordar cobri as laterais com outros travesseiros que a dona da casa concedeu. Não podia permitir que ela dormisse toda torta naquele sofá, então sai do cômodo. Ao vê-la novamente toda graciosa, encolhida, fez meu coração dá um pulo. Sem querer pensar nos meus próprios sentimentos conflitantes, corri para pegá-la, mas ao me aproximar, Emilly se remexe murmurando alguém. Procurando não fazer barulho, abaixei-me pegando embaixo das suas pernas e costas, em seguida, lentamente fiquei reto, sua cabeça encostou no meu ombro, sua mão subiu no meu peito enquanto eu a carregava nos meus braços. Ulisses... Ela sussurrou engatinhando os dedos pelo colarinho da minha túnica. Ela o amava muito... Matutei ao caminhar sentindo a maciez do seu pequeno corpo junto ao meu, seu aroma feminino, seus cabelos sedosos roçando no meu braço. Inevitavelmente senti aquela velha conhecida sensação de desejo. Entrei no seu quarto, despejando carinhosamente a bela dama na sua cama de casal. A cobrir com sua manta. Emilly não despertou, trazendo alívio a minha alma, afasto-me dela andando de costas, aproveitando os últimos resquícios de segundos vendo-a dormir. A direita avistei um quadro, amparado por uma peça de madeira, invés de estar na parede, se localizava em cima do armário de gavetas, olhei de perto. Havia três pessoas, todas sorridentes. Eram Emilly, e provavelmente Ulisses e Jonh. Uma família feliz, unida e alegre. Achei graça ao ver o seu riso puro, destinado aos seus entes queridos. Que descansem em paz, igual a Rute, pois sei que se encontram na glória do Deus altíssimo. Movi os meus pés para fora do recinto, de volta ao meu filho. Amanhã será um novo e maravilhoso dia. No dia seguinte.... Vestida num vestido azul, destacando ainda mais a sua beleza ela me mostrou a fazenda inteira, logo após o nosso café da manhã. Benjamim foi conosco no meu colo. Chegamos perto das duas senhoras que conheci ontem. Elas estavam limpando a Baía e nos olharam espantadas. — Cris e Jorna venham aqui por favor conhecer o meu novo empregado. As duas largaram as vassouras de piaçava, passando da portinha, vieram correndo, ficando bem na nossa frente, os olhos fixos em mim, na Emilly e principalmente no Benjamim. — Nos conhecemos ontem, dona Tonson. Como vai Sr. Whetson? — Vou bem, obrigado, senhora Cristina. Articulei seu nome completo. Ela sorriu. — Olá. Por onde o Senhor dormiu? — Indagou a mais nova fitando nós dois bastante intrigada. — Jorna! — Retrucou a dona Tonson, colocando as mãos na cintura, super emburrada pela forma como ela disse. — Mulher isso não é da sua conta. Jorna deu de ombros, virando o rosto para o meu filho, brincando junto da sua amiga, as duas fazendo ele rir. — Eu só perguntei, não vi ninguém chegando hoje de manhã, então presumi isso. Qual é o problema? — Ora essa. — Suspirou Emilly. — Por acaso és casado? — Interrogou mirando-me nos olhos. Ouvindo os murmurios da dona. — Não, sou viúvo. — Respondi prontamente, às dúvidas deveriam ser sanadas, e essa era compartilhada pelas duas empregadas, via-se nas olhadas da Cris. — Satisfeita detetive Jorna? — Não... — Falou rindo. Recebeu uma cutucada da outra ao seu lado. — Bom, vamos deixar as coisas claras aqui então. Estou oficialmente afirmando que o caro Sr. Whetson ficará hospedado no casarão. Às duas se entreolharam radiantes. — Ele e seu estimado filho Benjamim são os meus hóspedes, e o Sr. Whetson prestará um serviço a fazenda... enquanto... isso. Senti sua voz esmorecer ao terminar a frase. A mirei quase colocando o bebê no seu colo para alegra-la, não gostava de vê-la sofrendo. Mas somos interrompidos por um rapaz que chegou esbaforido, parecia que tinha corrido léguas. — O que aconteceu dessa vez, Crivilan? — Questionou assustada, retirando às mãos da cintura, indo até ele. Fui atrás e as mulheres também. Ele se recompôs ligeiramente, querendo rir e chorar, procurando uma forma de trazer um recado, talvez. — O banco, ele, ele... vai emprestar o dinheiro que a dona pediu! — Falou alegrando Cris e Jorna. — Como assim? Eles haviam negado o meu pedido. — Sim, mas hoje pela manhã o gerente e eu nos esbarramos na minha vinda a fazenda e ele disse que mudou de idéia, quer nos ajudar, emprestando a grana, sem o juros abusivo e parcelando em prazos mais longos! — Contou contentemente, só faltava sapatear. Emilly virou o rosto para mim. Sorrindo falei; — Isso é só o começo das suas bênçãos. "Bem-aventurado os que choram, porque serão consolados. Mateus: 5; 4"
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