Capítulo 8

831 Words
Emilly O mirei incrédula. Sendo testemunha do seu sorriso iluminado. — Ele quer conversar com a dona a tarde, logo após o almoço, vai estar esperando-a no banco, ansiosamente, disse o Sr. Eston. — Obrigada, Crivilan. — Murmurei, compenetrada no olhar doce de Moisés. — Disponha, dona. Já vou calcular onde iremos investir, lógico que assim que pagarmos às dívidas da fazenda... Sua voz foi sumindo falando consigo mesmo, pois agora poderíamos sonhar. — Virás comigo, Sr. Whetson? — Perguntei esperançosa da sua compania. Ao fundo ouvi os risadinhas imprudentes das minhas empregadas coviteiras. — Vou onde a dona quiser que eu vá, sem sombra de dúvida. Bem pode ir conosco? Ele gosta de vê gente e passear. Sorri mirando o menino. — Claro, será uma honra tê-los ao meu lado nessa vitória. — Bom... então vou adiantar o almoço. — Disse Cris se despedindo limpando as mãos no avental. — Sr. Whetson deixe o pequeno com a Jorna, ela têm três irmãos menores, não tão pequenos assim, mas ajudou a sua mãe a criar todos eles. Expliquei e ele assentiu. Jorna correu para lavar as mãos na pia ao lado da Baía. Em seguida pediu silenciosamente abrindo os braços pegando o bebê no colo, interagindo com o menino. — Vou ficar com a Cris. — Avisou saindo de perto de nós. — Obrigado, senhora Cristina! — De nada! Gritou ela caminhando. — Vamos!? — Vamos. — Respondeu ele me seguindo. Mostrei o nosso campo de trigo, e que ainda precisava ser airado, mexido e limpo para produzir o mesmo. Moisés sabia exatamente o que fazer então pegou as ferramentas necessárias, rapidamente começou a trabalhar. Como só tínhamos nós dois para fazer isso, e mesmo se não houvesse, eu ajudaria, pois nesse ano de viuvez aprendi tudo, não temia ao trabalho braçal. O ajudei lado a lado. E às vezes parávamos ao meio ao descanso quando o sol começara a esquentar às nossas cabeças. Nos entreolhavamos por segundos a fio, perdia quem desviava o olhar primeiro, e nessa gincana eu sempre perdia. Sabendo do seu olhar sério sobre mim, continuei o serviço, assim Moisés Whetson também fazia o mesmo. Numa questões de horas, faltando uns minutos para o intervalo do almoço, terminamos o preparo da terra, logo depois peguei às últimas sementes, despejando em duas bolsas de lona grossa, dividindo uma porção para cada um, em seguida, andando entre a terra fofa, limpa, pronta para receber a chuva esperada, jogamos com carinho às sementes. Ri internamente conforme caminhavamos, sentia uma emoção indescritível. Sem ao menos notar, minha alegria transparecia involuntariamente aos meus lábios. Olhei a minha direita admirando a desenvoltura do meu hóspede, inquilino... empregado, ao despejá-las na base da ternura. Seus lábios se moviam enquanto executava a função. Estava falando, conversando com o seu Deus, com toda a certeza. Ao finalizarmos esse processo, ele se aproximou devagar, foi difícil fazer meus olhos olhar para o céu, por exemplo. Moisés era um homem muito atraente, além de apaziguar o meu interior, uma paz que não me permitia sentir a um ano. — Próximo passo? — Discorreu parando na minha frente limpando as mãos uma na outra. — Chuva. — Respondi curtamente fazendo-o rir. — Irá chover hoje a noite, dona. — Afirmou numa simplicidade contagiante. — É mesmo? Cruzei os braços, e olhei o céu. Sem ameaça de chuva, o sol estava tão forte que ardia a minha vista por causa dos raios solares atingindo a minha íris. — Hum... — Apertei os lábios fazendo força, em fim soltei o verbo; — Acho que se enganou... varão. Ele achou graça na forma que o evidenciei. — Vai chover, dona Tonson. Afirmou novamente. O mirei pasma. Como era ser ele? — Em que se baseio para ter tamanha certeza? — Deus falou agora comigo em meu coração. Repousou as mãos no peito robusto. — Assim falou o Senhor; es que farei chover nesta terra seca, pois a achei bendita diante dos meus olhos, abençoada seja as mãos desses que a semeiam. Minha boca ficou entreaberta ao ouvir o relato, nunca em toda a minha existência cristã tive um envolvimento assim com esse Deus. No entanto o sentimento de dúvida penetrou em meu coração, então duvidei selando os meus lábios, fazendo um muxoxo verbal. — Não creio. Moisés abaixou as mãos, tentando ver através de mim. — Crer sim, só estais com medo de aceitar que crer. — Comentou calmo. Molhei os lábios sentindo sede de repente. Virei o olhar. — Vou te ensinar a fazer queijo, o leite já foi reservado, faremos os últimos... — Ou os primeiros da fornada. — Completou ele, fazendo-me olha-lo. — Tens uma fé inabalável, Sr. Whetson. Como faz... — Vi seu sorriso se alargando. — Deixe, vamos às máquinas de queijada. Mudando de proza o pedi para me acompanhar na parte esquerda da fazenda, onde fazíamos a nossa indústria de queijos funcionar. "Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até a alma. Salmos; 69: 1"
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