Capítulo 64

1035 Words
Nico A manhã havia sido tença, Nico sabia que o relacionamento de Ricardo e seu pai era difícil, era uma conversa que com toda certeza ele não gostaria de ter, ele já tinha uma bagagem para lidar, não interferiria na vida do seu chefe. _Nico? - chama Alicia enquanto iam organizar uma carga. _Sim - ele estava em silêncio há tanto tempo que não havia percebido a forma que Alice o encarava. _Você está bem? - isso o deixa confuso. _Sim! por quê? _Acho que nunca te vi tão quieto. _Estava pensando em algo. _E não deve ser coisa boa - diz ela olhando em seus olhos. _Não, não é - diz suspirando, ele não tinha interesse em compartilhar seus pensamentos com ela. _Quer conversar? _Não - diz seco. Alícia estava surpresa com comportamento de Nico, estava acostumada a ouvir seus gracejos e piadas, esse era um lado dele que ela não conhecia. Chegando ao galpão Nico desce e entra sem esperar por Alicia, algo que não passa despercebido por ela. Pegando uma pilha de papéis do escritório Nico sai para verificar o serviço, Alicia observava em silêncio ele andando pelo galpão conferindo as caixas. _Vamos! - chama ele depois de um tempo, sem uma palavra Alícia o acompanha, as caixas já haviam sido carregadas no carro e eles entram e partem. _Sua arma está carregada? - pergunta depois de um tempo. _Sim - diz ela verificando. _Fica esperta, esses clientes de hoje não são fáceis - a Fênix fornecia armas e munições para várias pessoas, as mais fáceis de se lidar era as da máfia, já as pequenas facções eram mais trabalhosas. Minutos depois Nico estaciona em frente a uma boate. _Quero ver o Major - diz Nico ao segurança da porta. _Quem são vocês? - Nico olha para Alicia que mostra a sua tatuagem de Fênix em seu braço, o segurança olha e os deixa passar eles vão até o escritório e entra. _Nico! - diz o homem vindo cumprimentar. _Major - responde Nico sério. _Vejo que está acompanhado hoje - o homem lança um olhar de cobiça sobre Alicia, e quando ele faz um movimento para se aproximar dela Nico entra na frente o impedindo. _Vamos resolver logo nossos negócios, não tenho tempo a perder - seu tom não abria espaço para discussão. _Tudo bem - diz o homem levantando sua mão em sinal de paz. Os seguranças da boate descarregam a mercadoria e major confere. _Parece que está tudo certo - diz major. _Então pode fazer a transferência - Major o olha desconfiado, ele nunca tinha visto Nico tão sério, ele vai até seu escritório e faz a transferência. _Feito - diz voltando. _Confira - diz e Alícia rapidamente pega a maleta com o computador e verifica. _Está feito - diz ela. _Então vamos indo, se precisar de algo mais sabe onde nos encontrar - diz dando as costas para ele. _Espera! - pede Major. _O que foi? _Faz um tempo que quero te perguntar algo. _Diga. _Um tempo atrás você contratou uma garota da nossa boate - Nico o encara sem expressão - Sabe me dizer se ela fez algo errado? Ela me disse que você a dispensou sem fazer o serviço. A mente de Alicia viaja até o dia do seu encontro com Nico, se perguntando se seria a mesma mulher que estava com ele no quarto. _Não houve nada errado. _Isso me deixa mais tranquilo, achei que era por isso que você não veio mais a boate - Nico queria quebrar a boca de Major para que ele parasse de falar, ele não se atrevia a olhar para Alicia neste momento. _Tenho trabalhado muito, se era só isso, preciso ir. _Era só isso. Nico gira em seus calcanhares e sai, Alicia o seguia em silêncio, na volta Nico para em um restaurante. _Vamos jantar? - perguntar a Alícia que até agora estava em silêncio. _Tudo bem - Nico dá a volta e abre a porta do carro para ela, eles caminham até o restaurante a passos lentos, entra e se sentem em uma mesa no canto. _Senhor Nicolas! É uma honra tê-lo aqui esta noite. _Olá Jeremy, como andam as coisas? _Tudo conforme instruído senhor. _Ótimo, traz duas taças de vinho por favor. _O de sempre? _Sim, e diga ao chefe para nos surpreender esta noite. _Claro senhor - diz se retirando, Alicia o olha intrigada. _O que foi? - pergunta percebendo o olhar dela sobre si. _Velhos amigos? _O restaurante é meu - isso deixa Alicia surpresa - Não te levaria para comer em um lugar que não conheço. Poucas pessoas sabiam que Nico era maníaco por limpeza, um hábito que havia adquirido depois de morar nas ruas, por isso muitas vezes ele preferia cozinhar a comer fora. _Não conhecia esse seu lado. _Tem muito sobre mim que você não conhece - ele não era de compartilhar a triste história da sua vida, preferia deixar seu passado bem enterrado. _Por que comprou um restaurante? - pergunta curiosa, o gerente volta com as taças de vinho e se retira deixando os sós novamente. _Foi meu primeiro negócio quando consegui um bom dinheiro, o local era bom e o antigo dono já estava muito velho para continuar tocando o negócio - um sorriso triste surge no rosto de Nico enquanto ele fala - E quando se passa tanta fome que se pensa em morrer, é normal comprar um restaurante. Aquilo pega a Alicia desprevenida, ela não imaginava que ele havia tido uma vida tão difícil. _Entendo. _E você, por que resolveu entrar para Fênix? - ele estava curioso, até onde sabia, Alícia havia crescido em uma família comum com pais e irmãos. _Para fazer raiva - diz ela tomando um gole de vinho - Meus dois irmãos são da Marinha. _Realmente você deve ter conseguido irritá-los. _Eles não sabem, se descobrissem aportaria no porto mais perto e me arrastariam para casa - isso arranca uma gargalhada de Nico. _Não entendo. _No começo foi para fazer raiva, eles sempre controlavam minha vida me deixando sufocada, eu sempre fui boa com computadores e em um dia acabei hackeando alguns arquivos que não devia, no outro dia Xavier estava na minha porta.
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