_Ele consegue ser assustador quando quer - diz Nico.
_Com certeza, depois daquele dia eu resolvi entrar para a Fênix.
_E sua família?
_Eles pensam que eu trabalho em uma grande empresa de tecnologia - Alícia se lembrava bem da guerra que foi convencer seus pais e irmãos a deixá-la se mudar de cidade, se não fosse por Ricardo ela nunca teria saído da pequena cidade em que morava.
_Seu pedido senhor - diz o gerente os servindo - Carré de cordeiro com molho de hortelã e ervas.
_Obrigada Jeremy, o cheiro está maravilhoso.
_Se precisar de algo mais basta chamar - diz se afastando.
_Vamos jantar - diz Nico se servindo e como esperado, estava divino.
_Isso é muito bom - diz Alícia surpresa.
_O chefe daqui é muito bom.
O jantar se segue tranquilo e para a sorte de Nico Alicia não toca no assunto da boate.
_Quer sobremesa? - pergunta após terminarem de jantar.
_Não, estou cheia. - Nico chama o gerente e paga a conta.
_Diga ao chefe que ele se superou hoje, estava maravilhoso.
_Direi senhor, ele ficará muito feliz.
Assim que saem, Alícia observa algumas pessoas com o uniforme do restaurante
entregando marmitas para alguns moradores de rua.
_O que eles estão fazendo? - Nico olha procurando o que ela estava falando, e vê os funcionários do restaurante entregando algumas marmitas.
_Sempre sobra muita comida no restaurante, então distribuímos no final da noite - diz ele como se não fosse nada.
Alícia olha Nico como se não o conhecesse, ela nunca havia reparado que ele tinha um lado gentil. Ele a leva para casa e volta para a mansão, e como sempre Xavier estava sentado no sofá o esperando.
_Você tem que parar de se preocupar com a gente - diz se jogando no sofá.
_Isso não vai acontecer, vocês são a minha família sempre vou me preocupar - Xavier sempre fora assim, Nico e Síria eram os mais novos da organização, por isso, ele sempre gostava de saber que eles estavam bem.
_Como foi com a Alícia?
_Foi bem, ela aceitou jantar comigo, só preciso ter paciência - para espanto de Nico, Xavier sorri.
_O que foi?
_Já viu os irmãos dela? - pela expressão de Xavier ele sabia que não iria gostar.
_Um passo de cada vez Xavier - diz dando um tapa em seu ombro - Um passo de cada vez.
_Boa noite Romeu - diz Xavier indo se deitar.
***
Aurélio
_Encontrou o puto do Emílio? - pergunta a seu sub chefe.
_Sim, ele está no território da Fênix - essa informação abre um sorriso no rosto de Aurélio.
_Pelo que vejo meu primo é burro pra caramba, foi se esconde na toca do lobo.
_Talvez ele pensasse que você não o procuraria lá.
_Tenho certeza que não é isso, o contato dele deve ser de lá - Aurélio não era burro para subestimar Emílio, ele sabia que seu primo não era tão i****a quanto parecia.
_É uma possibilidade, você precisa saber que sua tia está com ele.
_Eu já imaginava, quando atacamos sua casa. Emílio pode ser um canalha, mas cuidava bem da mãe dele.
_Isso é verdade.
_Eu vou atrás dele, você fica no comando até eu voltar, qualquer coisa me liga.
_Não vamos ter problemas, depois da dura que você deu no conselho tudo está em paz.
_Mesmo assim, é bom tomar cuidado.
_Eu vou.
Aurélio faz sua mala rapidamente, em menos de uma hora ele já estava em seu jato particular indo atrás de Emílio. Assim que ele pousa aluga um carro e parte para o endereço de Emílio. Aurélio tinha que admitir que seu primo tinha escolhido um bom lugar para se esconder, a casa era afastada da cidade e chamava pouca atenção. De longe ele monta sua arma de tiro não letal, hoje ele estava se sentindo misericordioso e não causaria danos permanente aos seguranças. Pegando alguns tranquilizantes ele carrega a arma abaixa a janela do carro e começa a atirar, um a um os seguranças caem ao chão, muitos sem nem saber o que lhes atingia.
Destrancando o portão com a chave do segurança caído a sua frente Aurélio entra e toca a campainha.
_Aurelio! - diz sua tia não escondendo a surpresa.
_Sua benção tia Olga - diz juntando as mãos e estendendo a ela.
_Deus te abençoe meu filho - diz ainda atônita.
_Quem é mãe? - pergunta Emílio se aproximando, quando ele vê Aurélio ao lado de sua mãe seu rosto fica branco como papel, ele havia se precavido de todas as formas, mas contrariando o destino, ali estava Aurélio, na sua porta com um sorriso sínico no rosto.
_Não vai me convidar para entrar primo?
_Que p***a você está fazendo na minha casa?- o rosto de Emílio estava vermelho de raiva, tanto sacrifício para se esconder de Aurélio e ele estava ali, bem na sua frente.
_Olha essa boca suja, não tá vendo que a tia está aqui! - diz passando por Emílio e se jogando em seu sofá.
_Cai fora Aurélio!
_ Você sabe o quanto é cansativo um voo da Itália até aqui? Você ao menos podia ter se escondido em um lugar mais perto - o rosto de Emílio era uma máscara de ódio, ele sabia que Aurélio estava zombando dele, e ele não poderia fazer nada, prova disso era ele invadir sua casa mesmo estando cercada de segurança.
_O que você quer Aurélio?
_Conversar, afinal, somos família não é mesmo!
_Claro querido, - diz sua tia se sentando ao seu lado - Sempre será bem-vindo enquanto eu estiver aqui.
Aurélio tinha uma profundo carinho por sua tia, ela era uma mulher doce e gentil o fazendo lembrar de sua mãe.
_Obrigada tia, sabe que sempre pode contar comigo.
_Eu sei querido.
_Agora vamos ao motivo que me trouxe aqui - diz sério encarando Emílio - Era para você estar morto, mas aqui estou eu olhando para sua cara nojenta.
_Você explodiu a minha casa! - diz bravo.