O COLAR DE VÊNUS

1012 Words
Rebecca e Vicenzo foram passeando pela cidade. O céu azul escuro estava com várias estrelas e a lua cheia iluminava as ruas. Eles observavam tudo em silêncio, cada um com seu pensamento em algo. Matteo ainda estava pensando no ocorrido, e achava que Rebecca fazia o mesmo, mas se enganara. Ela pensava sim, era na lembrança e nas emoções que aquele lugar causa nela. Era jovem quando fora embora, porém mesmo assim lembrava-se de tudo perfeitamente. Até do caminho para casa. Estavam nessa quando: -Rebecca? Rebecca Beckey, é você? Ambos se viraram surpresos e viram uma mulher de seus trinta e quatro anos, cabelos ruivos e pele morena. Rebecca a conhecia. -Sou eu mesma...Catherine...Whistley? -Sim, querida! Ela correu e se abraçaram. -Quanto tempo! Desde a mudança! -Sim... De repente Catherine a solta e com uma expressão séria a manda segui-la. -O quê? Pra onde? -Minha casa. Você também pode ir –indicou Matteo- se for de confiança. Rebecca olhou para Vicenzo e sorrindo respondeu: -De confiança. Matteo a olhou surpreso e feliz ao mesmo tempo e seguiram Catherine pelas ruas em silêncio. Chegaram em uma rua iluminada com alguns lampiões e entraram na casa de Catherine que era simples mais agradável. -Esperem aqui. Ela saiu da sala e voltou com um pedaço de pano roxo embrulhando algo que entregou a Rebecca, a garota rapidamente descobriu e se viu segurando um colar de ouro com esmeraldas. -O que é isso? -Tem um mistério em volta deste colar e sua mãe, minutos antes de morrer, pediu para te entregar. Ela me falou que tem um mistério e que você deveria desvendar sozinha e tomar muito cuidado, pois esse segredo traz a cobiça humana. Que agora tudo haveria de mudar, e que não se deve confiar em todos. A jornada será longa e sentia por não ficar com você. "Cuidado com o que disser, os inimigos são vários. Inteligência é essencial" foram as palavras que ela disse. -Você está mesmo me dizendo que... -Que a sua mãe guardava esse mistério, ela morreu e me disse para lhe dizer tudo que foi dito. Eu não sei de mais nada. Rebecca estava profundamente abalada, sua mãe, que ela m*l se lembrava, tinha conhecimento de um segredo que parecia muito perigoso, e agora queria que sua filha fosse atrás dele? Parece impossível que fosse verdade. Vicenzo a olhava preocupado, sabia que essa notícia não foi boa, mas ao mesmo tempo não podia negar que a ideia de ir atrás de um mistério que trazia a cobiça humana parecia muito interessante. Cobiça humana só lhe parecia uma coisa, um grande tesouro. -Eu acho que ainda posso lhe ajudar um pouco mais... Catherine continuou: -De tempos, um navegante passa perguntando sobre um colar parecido com esse. Eu acho que você deve procurá-lo, seu nome é Blackew. Mas tome muito cuidado. Eu nunca contei a ninguém isso e nunca contarei. Todos ficaram em silêncio por um tempo até que Catherine abraçou fortemente a Rebecca. -Ah, Becca...Desejo-lhe toda a sorte do mundo! Espero que você seja muito feliz! - as lágrimas escorriam livremente - É melhor você ir, ninguém pode saber que você esteve aqui e meu marido já deve chegar...Se você for mesmo nessa busca eu lhe aconselharia a não contar a ninguém que você está de volta. Eles saíram da casa de Catherine. Vicenzo continuou andando até perceber que estava sozinho, olhando para trás viu Rebecca parada, olhando para as casas do outro lado da rua, -O que foi? O pirata fez uma careta após ter dito isso, 'o que foi' parecia a frase mais i****a naquele momento. O que mais poderia ser? Depois de tudo aquilo! Ele foi ao encontro de Rebecca. -Era aqui... -Aqui o quê? – Vicenzo começava a pensar que a conversa a abalada mais do que ele esperava. -Onde eu morava... Por essa o pirata não esperava. -Você quer? Sabe... - ele apontou para a direção que ela encarava. -Quero. Eles entraram na rua que estava iluminada somente pela lua. Foram caminhando e Matteo notou qual era a casa antes mesmo da Rebecca indicar. Como não poderia ser? No meio de tantas casinhas coloridas era a única com pintura suja, descascada, flores mortas e porta arrombada. "Quantos já devem ter saqueado aqui?" o pirata pensou. E era verdade, tudo de valor havia sumido. Móveis, objetos, tudo. -Não que tivesse muita coisa aqui antes. -Muito boa casa... Foi o melhor que ele arranjou para dizer. As lágrimas agora caiam grossas pelo rosto de Rebecca. Ela em silêncio rondou o espaço e voltou com algumas coisas nas mãos. Fotos. -Nunca tive muitas recordações. Eles resolveram sair de lá, foram caminhando em silêncio até o navio. Rebecca rumou para seu dormitório, mas Vicenzo a chamou e ela o acompanhou até seu gabinete. -Rebecca, Becca, posso te chamar assim? -Pode. -Bem, preciso ter uma conversa com você. Senta. Ele puxou uma cadeira e ela se sentou, exausta. Com um sorriso ele começou. -Primeiro, agradeço muito o voto de confiança, significa muito, agora...Vou ter de ser direto. Entendo como você se sente, foram muitos acontecimentos hoje, mas você pretende ir atrás desse mistério? Rebecca o encarou nos olhos pela primeira vez desde então. -Vou- afirmou decidida. -Vai? Mesmo...? - não esperava essa resposta -Sim, se minha mãe queria que eu descobrisse, então eu irei descobrir. -Oh...- se atrapalhou um pouco - eu estava pensado que talvez, se você precisasse de ajuda, bem... -Eu ficaria muito feliz se você me ajudasse com isso, Vicenzo. Ele olhou-a surpreso. Primeiro era o voto de confiança, depois, pedia a ajuda dele, agora o chamara de Vicenzo? Algo estava estranho... -Muito bem, então. Eu acho que devemos começar com o Blackew. Eu já ouvi falar dele, é um importante capitão. Muito traiçoeiro. Mandarei meus homens procurarem por ele e aviso assim que tiver novidades. -Obrigada Vicenzo. Posso te chamar de Vicenzo? Ela falou com um leve sorriso no rosto, ele notou que seu humor já voltava ao normal e foi sorrindo também que respondeu: -Deve. “Nada como um grande trauma para forjar amizades.”
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