Mistério do Amanhecer

NOVO TRIPULANTE

Johnny estava andando em meios as pessoas nas ruas sujas de Tortuga. O dia estava nublado e frio e ele se perguntava quando finalmente chegaria ao Darkness and Secrets.

Ele ainda estranhava o motivo para estar indo para lá. Depois do almoço no Madlook, lhe chamam dizendo que tem alguém procurando por ele. Isso o intrigou muito, pois não conhecia ninguém naquela cidade, só a Rebecca. Ele se dirigiu até um homem com cara de 40 anos, gordo, barba rala que lhe disse que o capitão do Sereia Esmeralda, Vicenzo Matteo, queria se encontrar com ele.

-Mas o que será que ele quer?

Johnny parou na porta da taberna e entrou. Ela estava mais vazia do que o costume, mas mesmo assim já se via alguns homens se embebedando. Ele olhou a volta e viu Matteo com os pés na mesa e o chapéu baixo no rosto ao canto. Ele foi até ele e se sentou, como se houvesse notado a presença do rapaz ele arrumou o chapéu e sentou-se direito, pedindo duas garrafas de rum. Johnny não bebia tão cedo normalmente, mas rum dado não se negava.

-O que você quer?

-Espere as bebidas chegarem, rapaz.

Uma empregada trouxe as bebidas e Vicenzo pediu para que ela continuasse trazendo.

-Quer me embebedar?

-Por que o faria?

O pirata deu um longo gole na bebida, acompanhado de Johnny. O líquido lhe correu forte pela garganta, mesmo já estando um certo tempo nos mares não se acostumara muito a bebidas fortes.

-Conte-me da sua vida.

-O quê?

-A Rebecca me contou que vocês são velhos amigos, mais ela não soube me dizer sobre mais sobre sua vida antes de vocês se conhecerem e depois que você partiu.

Johnny não entendeu o jogo do Capitão, mas resolveu ver até onde ele iria:

-Se você realmente quer saber...

Nessa hora a empregada da taberna trouxe a segunda dose.

-Temos muito tempo e rum, comece rapaz!

-Eu fui deixado na porta da pensão de Madame Darion quando bebê e criado como filho dela. Nunca tive muito dinheiro, por isso desde os 11 anos penso em sair com um navio para comercializar produtos pelo Caribe e conseguir algum dinheiro. Aos 13 anos realmente comecei a considerar a ideia e aos 14 ouvi que um navio, o Madlook estava procurando por nova tripulação. Falei com o comandante e fui aceito. Depois passei anos com o navio comercializando nas cidades em que ele aportava. Tenho uma vida razoável, mas não consegui muito dinheiro. O capitão do Madlook pega quase tudo para si, e sinceramente, estou pensando em mudar de embarcação.

-Hum, interessante. Mais diga, você é fiel ao capitão?

-Sim, mesmo não simpatizando com ele, ele é meu capitão e deve ser respeitado.

-Certo...Outra pergunta, por que você quis ficar amigo da Rebecca quando ela chegou na pensão?

-Bem, ela tinha quase a minha idade, parecia ser legal. E a Madame me contou sua história, sobre a morte da mãe. Achei parecida com a minha própria e resolvi ajudá-la, ficando seu amigo.

-E você gosta dela?

Johnny estranhou a pergunta e franziu o cenho:

-Claro que gosto dela, não sou seu amigo?

Vicenzo ficou em silêncio um pouco com os olhos abaixados pensando, depois disse:

-Ok, você me convenceu!

-Do quê?

Vicenzo se levantou e olhou para Johnny:

-Filho, o que acha de se juntar a tripulação do Sereia Esmeralda?

-O quê?

-Dividimos os lucros igualmente entre todos, claro que eu fico com um pouco mais!

-Ser um pirata?

-Algo contra?

-Bem, é que...

Ele pensou na Rebecca e sua opinião, sabia que ela estava no Sereia e que não ficaria feliz em saber que ele virou um pirata. Mas não era ela mesma que se encontrava em um navio pirata? Além, seria muito melhor para ele finalmente sair do Madlook.

-Então...O que me diz?

Ele esticou a mão. Johnny levantou-se decidido e a apertou:

-Quando eu vou ao Sereia, capitão?

-Agora mesmo.

-Agora?

-Tem algo mais há fazer? Já está escurecendo e eu gosto da minha tripulação completa.

Eles foram até o Madlook.

-O que eu digo para o capitão? Hoje o navio partiria.

-Diga que resolveu ficar na ilha e está deixando o navio. É melhor não comentar que está indo para outra embarcação.

Matteo ficou esperando no ancoradouro, Johnny voltou depois de quinze minutos com uma maleta.

-Como foi?

Eles foram em direção ao navio.

-Normal, juntei minhas coisas, fui até o capitão e disse que queria ficar em Tortuga. Ele disse que não ia me pagar nada e me disse que eu era um ingrato, pois ele havia me tirado daquela cidadezinha. 'Miserável' acho que foi a palavra que ele usou.

Eles pararam, haviam chegado ao destino.

-Vamos, rapaz.

Eles subiram a bordo. Johnny estava no famoso Sereia Esmeralda, o maior navio pirata do Caribe. Bem...Pelo menos a fama dele, pois ele não era um dos maiores navios, tinha sua razão estratégica claro. Johnny olhava para todos os lados e via vários piratas nas mais diversas tarefas. Parecia que toda a tripulação estava lá, menos uma pessoa.

-John!

Ele ouviu seu nome e virou-se em direção à voz, quando viu olhos azuis claros em sua frente.